
O que é preciso saber sobre o marketing
O marketing não para. Ele precisa andar junto e à frente das necessidades e desejos do mercado. Todos precisam compreender este cenário
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Eu costumo falar que o marketing é uma das palavras mais faladas no meio empresarial, e ao mesmo tempo uma das mais mal interpretadas. Eu fico impressionado com que, em reuniões até mesmo de CEO’s, CMO, CFO, e pessoas de outras áreas, ele é percebido como um sinônimo de propaganda, até de publicidade, ou algo criativo para conquistar os consumidores. Essa visão reduzida do marketing, além de empobrecer e tirar a importância da área, coloca o negócio em risco.
Marketing não é só uma atividade elegante, uma área desejada por muitos profissionais. É sim um jeito de perceber o mercado, compreender as alterações culturais, sociais e tecnológicas, e através desse olhar estratégico atuar no mercado.
Certa vez um empresário me perguntou se ele deveria investir basicamente em propaganda. Essa dúvida é comum em muitos empreendedores também. Ainda há um longo caminho para se ter um verdadeiro conhecimento sobre o tema. Para se obter sucesso, afirmo que é preciso muito mais atenção para com este tema. É preciso saber mais ouvir do que falar.
Os nossos clientes deixaram de ser apenas alguém que faz uma compra. Eles se tornaram uma parte da força da marca, há um processo de cocriação da reputação, em que eles opinam sobre os produtos e serviços das organizações.
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Uma empresa pode investir milhões em campanhas de comunicação, mas, sem a devida consistência nos processos de relacionamento, a organização não se sustenta. Um marketing mal praticado leva a empresa a ser punida duramente pelos clientes.
Estamos vivendo um cenário em que o marketing deve funcionar como uma bússola estratégica. Não adianta apenas criar desejo, fundamental suscitar confiança, criar e manter relacionamentos e, principalmente, respeitar o tempo e expectativa das pessoas.
Uma questão sine qua non, hoje, é entender que os clientes não querem apenas consumir; eles querem se reconhecer nas marcas que escolhem.
Nas palestras que ministro eu sempre reforço um ponto: a tecnologia não substituirá a atuação humana, por mais que a modifique. As plataformas digitais, a inteligência artificial e os algoritmos são intensos nos novos tempos. A cada avanço tecnológico, cresce ainda mais a necessidade de melhorar a atuação humana do marketing.
O que me chama a atenção é que muitos profissionais de empresas ainda pensam que o marketing pode ser sintetizado a métricas de curtidas, a slogans criativos, ou apelos insistentes de vendas. Não tenho nada contra medir engajamento, mas o que dá força a uma marca é a capacidade de ela se ligar a pessoas em uma base mais profunda. Isso exige conhecimento das necessidades e desejos do público, o desenvolvimento de um melhor diálogo e isso exige coragem e ações para rever práticas.
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Estamos vivendo um momento em que o marketing precisa adotar um papel mais maduro e atualizado com os consumidores. Mais do que campanhas, trata-se de identificar as mudanças de cultura do mercado. Mais do que apenas persuasão, é preciso a construção de um ambiente de plena confiança. E, nesse sentido, que desde a criação do produto, até o pós-vendas, o marketing tem uma missão determinante, e contínua.
O maior desafio não é inovar nas ferramentas, mas perceber as mudanças de mentalidades e colocar a empresa em fase com o seu público.
O marketing atual e futuro já não cabe em caixinhas antigas. Ele é transversal, cada vez mais humano e inescapável. E quem ainda insiste em vê-lo de forma limitada, conservadora, corre grandes riscos nesse mercado que se caracteriza por constantes e fortes mutações.
O marketing é uma atividade das empresas em que muitos querem trabalhar, mas não estão tão dispostos a aprofundar nos seus conceitos e entender sua verdadeira complexidade estratégica.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.