As cores são instrumento fundamental para criar diferenciação -  (crédito: Freepik)

As cores são instrumento fundamental para criar diferenciação

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No marketing é essencial explorar o papel das cores, provocar conexões emocionais, e moldar as percepções das marcas, para influenciar nas decisões de compras.

 

Muitas organizações não sabem, ou não dão o devido valor ao uso das cores como instrumento fundamental para criar diferenciação, mesmo estando inseridas em disputas severas em um mercado extremamente competitivo.

 

Há em muitos casos uma verdadeira e fascinante interseção entre as marcas e as cores que lhes são conferidas pelo marketing. É importante desvendar os segredos que existem no uso estratégico das cores para a concepção de identidade visual de marcas e produtos. Devem-se criar distinções que sejam capazes de conquistar a atenção dos consumidores, e que possam gerar inputs para levar as empresas e suas marcas ao sucesso.

 

 

Principalmente após a Revolução industrial, e de forma mais contundente, após os anos 80, as marcas ampliaram a utilização das cores como ponto determinante no formato de sua identidade.

 

Sempre escrevo nos artigos que o branding, para ser mais eficaz, deve ir além do logotipo, ou de um slogan cativante. É preciso criar distinção, algo que realmente ressoe com os consumidores, e repasse os verdadeiros valores da empresa.

 

As organizações precisam ser reconhecidas pelo seu público. Torna-se questão sine qua non que seja fornecido o tempo todo uma linguagem visual consistente, e facilmente reconhecível, capaz de comunicar instantaneamente quem é aquela marca, aquele produto, e o que ele representa. Dentro desse critério entra a questão das cores. O marketing precisa realmente explorar esse instrumento, pelo seu poder de expressão e de alcance de resultados eficazes.

 

As cores utilizadas nas marcas precisam ser criteriosamente definidas. Cada matiz transmite uma sensação, passa uma mensagem específica que deve corresponder à ideia e ao perfil que se quer transmitir ao mercado. Alinhar as cores com os valores e personalidade da empresa é a sua grande utilidade, que não deve nunca ser colocada em segundo plano, ou ser mal administrada.

 

As cores tem ainda a função importante de aumentar a memorabilidade e a distinguibilidade no mercado, fatores estes que estão a cada momento mais difíceis de serem alcançados, em razão das ações da concorrência e as comunicações digitais.

 

Há uma curiosidade sobre o que cada cor representa, e as suas principais características. É importante colocar aqui, de forma sintetizada, as características das principais delas:

 

  • A cor vermelha transmite energia, paixão, urgência. Em termos de impacto psicológico estimula a excitação, aumenta a pressão sanguínea, e o ritmo cardíaco, e ainda promove o apetite e a atenção.
  • A cor azul passa confiança, segurança e calma. Do ponto de vista psicológico transmite tranquilidade, estabilidade e confiabilidade, e promove uma sensação de segurança e relaxamento.
  • A amarela comunica alegria, otimismo e criatividade. Em termos de impacto psicológico ela remete à natureza, promove sentimentos de equilíbrio e harmonia, renovação e bem-estar.
  • A cor verde transmite um perfil de natureza, frescor, saúde, e tem como impacto psicológico os sentimentos de equilíbrio e harmonia, e ainda tem uma característica de renovação e bem-estar.
  • A cor laranja tem um perfil de vitalidade, entusiasmo e sociabilidade. Levando-se em conta as consequências de cunho psicológico, a cor laranja estimula a energia, promove a sociabilidade e a comunicação, além de e despertar a criatividade e até o apetite.
  • Luxo, espiritualidade e mistério são características da cor roxa. Ela tende a evocar sofisticação e exclusividade, introspecção, e também desperta a curiosidade e até intriga.
  • O marketing explora também, com grande ênfase as cores rosa, preto, branco e marrom, cada uma delas tendo também o seu perfil e os seus impactos psicológicos.

 

As percepções das cores podem variar de acordo com as influências culturais e até as individuais.

 

Cada empresa deve definir as suas cores de acordo com o seu segmento de mercado, o seu posicionamento, análise competitiva, estratégia de comunicação, gestão de experiência do cliente, a sua persona, as táticas para melhoria de visibilidade, marketing de conteúdo, e o processo de comunicação nas redes sociais.

 

As áreas de marketing das empresas, ao tratarem da questão das cores, precisam se envolver profundamente com pontos tais quais a psicologia das cores, branding, identidade visual, o impacto das cores nas decisões de compra, as questões culturais, e também as tendências de cores em cada mercado.

 

É importante citar alguns exemplos de sucesso. A Coca Cola utiliza o vermelho em sua identidade visual para transmitir energia, paixão e vitalidade. É a mais conhecida do mundo.

 

O McDonald’s é conhecido pelo uso do vermelho e do amarelo, evocando energia, apetite e diversão. A IKEA utiliza azul e amarelo para transmitir confiança, acessibilidade e alegria. No Brasil a Natura utiliza uma variedade de cores em sua identidade visual e nas suas embalagens.

 

O marketing das Lojas Renner utiliza uma gama de cores em suas campanhas, buscando transmitir estilo e inovação.

 

É preciso valorizar profundamente as cores na gestão do marketing. Elas não são apenas algo que se define pelo gosto dos gestores, mas, pela sua capacidade de envolver profundamente os clientes. São fatores mercadológicos determinantes para persuadir, convencer e interferir positivamente nas decisões de compras. O marketing deve ser um mundo pintado, em que cada cor, tem exatamente o seu papel.

 

A consultora de cores Leatrice Eiseman tem um pensamento muito feliz quando diz: “As cores são mais do que um detalhe decorativo; elas são uma linguagem poderosa que comunica emoções e influencia as decisões dos consumidores”.