"Sonho americano continua possível", afirma especialista em imigração
Para o advogado André Linhares, após um ano de incertezas, planejamento e estratégia devem marcar nova fase para quem deseja viver nos Estados Unidos em 2026
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A jornalista e apresentadora Sabrina de Resende Petrarca decidiu que 2026 será o ano de dar o passo definitivo rumo ao sonho de viver nos Estados Unidos com o marido, empresário, e os três filhos: Malu, de 10 anos, Nico, 8, e o pequeno John, de 2. O desejo não é recente. A ideia começou a tomar forma em 2023, quando a família esteve em Orlando (Flórida) para fazer o enxoval do caçula. “Inicialmente, imaginávamos a mudança para 2025, mas, diante da intensidade das mudanças nas regras de imigração, optamos por adiar um pouco os planos. Agora, tudo faz mais sentido para 2026”, explica.
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O relato de Sabrina representa o movimento de muitos brasileiros que, desde o retorno de Donald Trump à presidência, adotaram uma postura mais cautelosa diante das transformações impostas ao sistema migratório dos EUA. Em 2025, processos baseados em mérito, como o visto EB-2 NIW (National Interest Waiver), começaram a exigir documentação ainda mais detalhada.
Já os vistos de investidores, como o EB-5, passaram a ser analisados sob critérios econômicos mais rigorosos, com maior exigência de comprovação da origem dos recursos e do impacto econômico real dos investimentos. Além disso, foram implementadas verificações adicionais, como análise de redes sociais e histórico digital de estudantes e intercambistas.
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Sonho americano
Apesar desse cenário, o advogado especializado em imigração André Linhares avalia que 2025 funcionou como um período de transição e adaptação às novas exigências, criando condições mais estáveis para quem pretende iniciar ou retomar o processo em 2026.
“Muita gente interpretou o momento como o fim do sonho americano, mas não foi isso que aconteceu. O que houve foi uma reestruturação. Os Estados Unidos continuam precisando de profissionais qualificados, empreendedores e pessoas dispostas a contribuir com a economia local. O que mudou foi a forma como o governo está avaliando esses candidatos”, afirma Linhares.
Segundo o advogado, nem todo mundo sabe, mas houve um fortalecimento de categorias de vistos voltadas a profissionais liberais, artistas, atletas e empreendedores, que seguem como alternativas consistentes.
“Os Estados Unidos valorizam quem tem história, propósito e resultados. Profissionais com trajetória sólida e diferencial competitivo têm, sim, espaço. O segredo é saber apresentar essa história de forma estratégica e com suporte jurídico adequado”, reforça.
2026: o ano do planejamento
Linhares explica que o próximo ano tende a ser estratégico porque o governo deve consolidar diretrizes, padronizar análises e reduzir incertezas. Com regras mais claras, candidatos que se prepararem antes terão vantagem.
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“A palavra-chave agora é planejamento. Muitos iniciam o processo com pressa, sem informação qualificada e sem entender o que precisam comprovar. O ideal é buscar orientação jurídica, escolher o visto adequado ao perfil e estruturar uma estratégia consistente. Revisar currículo, traduzir documentos, reunir evidências de impacto profissional e agir com foco no longo prazo faz toda a diferença”, orienta.
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Sabrina diz que a decisão não é simples, mas é profundamente consciente. E conclui otimista. “Não é fácil deixar para trás família, trabalho e tudo o que construímos aqui. Mas sabemos qual é o nosso propósito de vida e temos certeza de que valerá a pena enfrentar os medos para viver a vida que sonhamos”.