Legado para a Amazônia

Renascida das cinzas para a COP30, região vira o reduto mais cool de Belém

Com investimentos bilionários, armazéns abandonados foram revitalizados e deram lugar a dois centros de cultura e um polo gastrômico

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Em um feito que exemplifica a urgência e a eficiência da preparação para a COP30, o Porto Futuro II – antigo coração logístico da orla de Belém, no bairro do Reduto – ressurgiu das cinzas da obsolescência em tempo recorde. Iniciadas em outubro de 2023, as obras de revitalização transformaram 50 mil m² de armazéns históricos decadentes em um complexo multifuncional, concluído na véspera da conferência climática.

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O que era um espaço de concreto e ferrugem, outrora palco do comércio internacional amazônico, agora pulsa como um legado sustentável para a capital paraense, integrando preservação cultural, inovação ecológica e luxo acessível à beira da Baía do Guajará.

O epicentro dessa metamorfose são os cinco armazéns restaurados com maestria, que deram lugar a dois centros de cultura de envergadura global. O Museu das Amazônias (MAZ), instalado nos armazéns históricos, emerge como um farol de conscientização, com exposições imersivas sobre a biodiversidade em risco e soluções indígenas para o clima – um chamado urgente ao mundo, como destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Ao lado, a Caixa Cultural de Belém ocupa outro galpão com galerias modernas, sediando mostras como "Florestas em Chamas" e performances que remixam ritmos indígenas com eletrônica, fomentando diálogos sobre arte e sustentabilidade. 

Complementando o viés cultural, o Porto Gastronômico surge como um armazém de sabores autênticos, abrigando 15 empreendimentos que celebram a culinária paraense – de tacacás fumegantes a moquecas de tambaqui fusionadas com toques zero waste, em quiosques de cachaça, chocolates e cafés orgânicos. Projetado para ser um polo de lazer e convivência, ele transforma refeições em experiências imersivas, com vistas panorâmicas da baía e ênfase em ingredientes sustentáveis, alinhados ao ethos da COP30.




Legado de Sebastião Salgado

Exposição Amazônia, do fotógrafo Sebastião Salgado, mostra a grandiosidade da floresta equatorial
Exposição Amazônia, do fotógrafo Sebastião Salgado, mostra a grandiosidade da floresta equatorial Carlos Altman/EM

O início do passeio é feito pelo Museu das Amazônias (MAZ), instalado no histórico Armazém 4A do Porto Futuro II, em Belém, o visitante é hipnotizado por uma fachada que pulsa como um ser vivo: o monumental mural coletivo "A Serpente é um Corpo que Une Mundos". Criado por 16 artistas pan-amazônicos, essa obra transformadora cobre as paredes externas, entrelaçando cores vibrantes – vermelhos terrosos, verdes florestais e dourados aquáticos – em formas sinuosas que evocam a Cobra Grande, a Boiúna adormecida sob a cidade.

Já a exposição "Amazônia", do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, é um dos pilares da inauguração do Museu das Amazônias (MAZ), em Belém do Pará, que ocorreu em 4 de outubro, como um dos legados da COP30. Essa mostra póstuma – a primeira grande retrospectiva no Brasil após a morte do fotógrafo em maio deste, aos 81 anos – reúne cerca de 200 fotografias em preto e branco, capturadas ao longo de sete anos de expedições intensas pela região amazônica. São imagens que resultam do projeto "Gênesis", iniciado nos anos 2000, no qual Salgado documentou ecossistemas intocados do planeta, com foco na floresta, nos povos indígenas e na natureza em sua essência mais pura e vulnerável. 

Entre as obras em destaque estão as fotografias que retratam os rios que serpenteiam a Amazônia, como a Cobra Grande, capturadas com a maestria humanista e poética típica de Salgado. Essas imagens enfatizam a grandiosidade e a fluidez dos cursos d'água, como o Rio Amazonas e seus afluentes, que se entrelaçam à vegetação densa, formando veias vitais do bioma. Aberto de terça a domingo  de 9h às 18h. Durante a COP30 terá horário estendido das 10h às 20h.

Caixa Cultural: Espíritos da Floresta em Exposição

Exposição Espíritos da Floresta: MAHKU destaca a arte indígena contemporânea
Exposição Espíritos da Floresta: MAHKU destaca a arte indígena contemporânea Carlos Altman/EM

A poucos metros dali, na mesma doca revitalizada, a Caixa Cultural Belém – a primeira unidade da instituição no Norte do país – abriu suas portas em 9 de outubro com mostras que tecem a Cobra Grande ao tecido da arte contemporânea.  As exposições conectam o ativismo indígena à urgência ambiental, usando a lenda da sucuri como fio condutor. Na entrada, uma fachada monumental estiliza a silhueta da Boiúna, enroscada como uma guardiã protetora, simbolizando o renascimento do porto como espaço de convivência sustentável.

Mural coletivo "A Serpente é um Corpo que Une Mundos" foi criado por 16 artistas pan-amazônicos
Mural coletivo "A Serpente é um Corpo que Une Mundos" foi criado por 16 artistas pan-amazônicos Carlos Altman/EM

"Paisagens em Suspensão" (até 18 de janeiro de 2026) reúne 50 obras de artistas como Emmanuel Nassar, Frans Krajcberg, Adriana Varejão, Portinari e Xadalu Tupã Jekupé, organizadas em cinco núcleos que exploram a paisagem como construção histórica, política e simbólica, com empréstimos do Museu Nacional de Belas Artes e Museus Castro Maya. Já a mostra "Espíritos da Floresta" (até 25 de janeiro de 2026) é uma exposição inédita do coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin), focada em arte indígena contemporânea, destacando visões espirituais e ancestrais da floresta amazônica. O funcionamento é de terça a domingo, das 11h às 22h, com entrada gratuita,

O jornalista viajou para Belém a convite do Vila Galé Collection Amazônia

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