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PRÓXIMO FERIADO

Não, "nós não vai descer pra BC" por nada neste mundo

Se para muitos, Balneário de Camboriú é a meca do luxo em Santa Catarina. Para outros, o destino é visto como um terror de praia suja, sem sol e caro

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Na virada do ano, a música "Descer pra BC", interpretada pela dupla sertaneja Brenno & Matheus em parceria com o DJ Ari SL, virou  fenômeno e tomou conta das paradas brasileiras. Lançada em novembro de 2024, a canção rapidamente se tornou um hit "chiclete" — daquelas que grudam na cabeça e não saem mais — alcançando o topo do Spotify Brasil e acumulando milhões de streams e visualizações no YouTube. Com milhões de streams em um único dia, ela consolidou-se como uma das trilhas sonoras do verão e das festas de fim de ano.

Mas descer para Balneário Camboriú, no litoral Norte de Santa Catarina, talvez não seja uma boa ideia. Para alguns, o destino apelidado de 'Dubai Brasileira' pode ser considerado uma escolha infeliz dependendo de suas expectativas, preferências pessoais e do contexto da viagem. Embora a cidade seja um destino turístico popular no litoral de Santa Catarina, com belas praias, arranha-céus impressionantes e uma infraestrutura moderna, há alguns fatores que podem tornar a experiência menos agradável para certos viajantes.

 

Aqui estão algumas razões potenciais:

Superlotação na alta temporada e feriados: Balneário Camboriú atrai uma quantidade enorme de turistas, o que pode resultar em praias lotadas, trânsito caótico e dificuldade para encontrar vagas de estacionamento ou até mesmo tranquilidade. Se você prefere destinos mais calmos, isso pode ser um ponto negativo.

Custo elevado: A cidade é conhecida por seu perfil sofisticado, com muitos edifícios de luxo e uma vibe de "Dubai brasileira". Isso reflete nos preços de hospedagem, restaurantes e passeios, que podem ser bem mais altos do que em outros destinos litorâneos do Brasil, especialmente na alta temporada. Para quem busca uma viagem econômica, pode não ser a melhor opção.

Poluição e qualidade da água: Há relatos ocasionais de problemas com a qualidade da água na Praia Central, como excesso de algas ou até mesmo poluição devido ao grande fluxo de pessoas e ao descarte inadequado de resíduos. Embora nem sempre seja um problema constante, isso pode afetar a experiência de quem espera um mar cristalino e limpo.

Urbanização excessiva: Para quem busca um contato mais próximo com a natureza, Balneário Camboriú pode decepcionar. A Praia Central é cercada por arranha-céus que bloqueiam o sol em parte do dia, e a cidade tem um perfil muito urbano. Se você prefere praias selvagens ou menos exploradas, as opções mais naturais (como as praias da Rodovia Interpraias) exigem deslocamento.

Trânsito e mobilidade: O fluxo de carros na cidade, especialmente nas avenidas Atlântica e Brasil, pode ser intenso, principalmente no verão. Isso pode gerar frustração para quem está de carro ou depende de transporte para se locomover entre as atrações.

Foco em vida noturna e agitação: Balneário Camboriú é famosa por sua vida noturna vibrante, com baladas e beach clubs. Se você não curte esse tipo de ambiente e prefere algo mais tranquilo ou familiar, pode sentir que o destino não atende às suas expectativas.



Água poluída

A informação sobre a água imprópria para banho na Praia Central de Balneário Camboriú é geralmente registrada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), que realiza monitoramento regular da balneabilidade das praias do estado. O IMA publica relatórios semanais durante a temporada de verão (geralmente de novembro a março) e mensais no restante do ano, analisando a presença de bactérias como escherichia coli (coliformes fecais) em amostras coletadas em diversos pontos das praias. Um ponto é considerado impróprio para banho quando, em pelo menos duas das últimas cinco coletas, a concentração de E. coli ultrapassa 800 por 100 mL, ou quando a última coleta registra mais de 2.000 por 100 mL, conforme a Resolução nº 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

Por exemplo, em dezembro de 2024, reportagens  indicaram que o IMA classificou todos os 10 pontos analisados na Praia Central como impróprios, com base em coletas realizadas no final de novembro e início de dezembro. Esses dados foram amplamente divulgados por fontes como NSC Total, g1 e Folha de S.Paulo, que acompanham os relatórios do IMA. A Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) também realiza coletas paralelas, mas os resultados do IMA são os oficialmente reconhecidos pelo governo estadual para determinar a balneabilidade.

 Para confirmar a situação atual, recomendo consultar diretamente o site do IMA ou o relatório mais recente publicado, já que a qualidade da água pode mudar dependendo de fatores como chuvas, saneamento e fluxo de turistas. Você tem uma data específica em mente para essa pesquisa? Posso tentar detalhar mais com base nisso!



 

Danos ambientais

O alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú, concluído em dezembro de 2021, trouxe resultados mistos. A obra, que custou cerca de R$ 88,5 milhões e aumentou a faixa de areia de 25 para 70 metros em média, teve impactos positivos e negativos.



Resultados positivos:

Mais espaço e sol: A praia ganhou cerca de 43 mil metros quadrados de área útil, triplicando sua largura em muitos pontos. Isso resolveu parcialmente o problema da sombra dos arranha-céus, que antes cobria a areia no meio da tarde. Análises de imagens de satélite da Epagri/Ciram mostram que o alargamento proporcionou, em média, duas horas a mais de sol na faixa de areia no verão, dependendo da localização e da época do ano.

Valorização imobiliária: O mercado imobiliário da cidade explodiu após a obra. Em 2022, Balneário Camboriú passou a ter o metro quadrado mais caro do Brasil, alcançando R$ 13.502 em agosto de 2024 (segundo o índice FipeZap), superando cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Especialistas estimam que a valorização dos imóveis subiu até 30% após o alargamento e a reurbanização da orla, atraindo mais investimentos e turistas.

Turismo fortalecido: A nova configuração da praia, apelidada de "Copacabana catarinense", aumentou a capacidade de receber visitantes, com mais espaço para eventos e lazer. A temporada de verão contou com shows e atividades na orla, consolidando a imagem de destino moderno e sofisticado.

Proteção costeira (parcial): A prefeitura argumenta que o alargamento protegeu a orla contra o avanço do mar, especialmente em áreas como a Barra Sul, que antes era praticamente engolida pelas ondas em períodos de ressaca.



Pontos negativos e controvérsias:

Erosão e perda de areia: Apesar do objetivo de proteção, a praia enfrentou erosão significativa em alguns trechos. Na Barra Sul, por exemplo, cerca de 70 metros da faixa alargada foram "engolidos" pelo mar até junho de 2023 devido a ressacas, um processo natural que já era esperado, mas que exigiu intervenções adicionais para conter o avanço. Isso levanta dúvidas sobre a durabilidade da obra em um cenário de mudanças climáticas e elevação do nível do mar.

Impactos ambientais: Durante as obras, houve aumento de avistamentos de tubarões (como em 2021) e mudanças na fauna local, o que era previsto, mas gerou preocupação. Estudos da UFSC apontam que praias alargadas em Santa Catarina, incluindo Balneário, sofrem processos erosivos mais intensos e podem afetar ecossistemas próximos, como a praia de Canajurê, em Florianópolis, impactada por obras similares.

Redução da faixa de areia: A reurbanização da orla, iniciada em 2023, construiu um calçadão que avançou 15 metros sobre a areia em alguns trechos, reduzindo a largura para 55 metros. Embora isso faça parte do projeto de um "parque linear" com mais infraestrutura (jardins, ciclovias, quiosques), alguns banhistas e críticos viram como um retrocesso, já que diminuiu o espaço conquistado com o alargamento.

Qualidade da água: A balneabilidade da Praia Central continua oscilando. Em dezembro de 2024, todos os 10 pontos monitorados pelo IMA estavam impróprios para banho, mas em fevereiro de 2025, voltaram a ser próprios após melhorias no saneamento. Isso mostra que o alargamento em si não resolveu problemas estruturais de poluição, que dependem de outras ações.

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