REVIEW

Ghost of Yotei tem narrativa de vingança intensa e evolui franquia

Sequência de Ghost of Tsushima traz protagonista feminina, novas mecânicas e missões imersivas

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A ilha deu a Atsu tempo para crescer, sobreviver e preparar sua vingança. Após anos longe de casa, chegou o momento de confrontar aqueles que destruíram sua família. "Ghost of Yotei", novo exclusivo do PlayStation 5, chega para impulsionar uma geração que demorou a engrenar, fazendo parte dos lançamentos de 2025, um ano marcado por grandes títulos. O jogo se insere no seleto catálogo de exclusivos do PS5 e chega forte na disputa por uma vaga entre os principais candidatos a jogo do ano. Como uma árvore que floresce após ser queimada, a narrativa renasce das cinzas de forma intensa e memorável.

Cada momento da história em Ghost of Yotei parece surgir de forma natural, como se o jogador testemunhasse encontros casuais em um mundo que respira vida própria. Essa sensação torna a experiência diferente de qualquer outro título de mundo aberto. A ambientação detalhada, os personagens bem construídos e os pequenos eventos que acontecem ao redor reforçam a sensação de um mundo vivo e em constante movimento.

Após cinco anos em desenvolvimento, a Sucker Punch apresenta uma nova fase da sua aclamada aventura de samurai. A sequência de Ghost of Tsushima transporta os jogadores para uma nova ilha e apresenta uma protagonista inédita. Em "Ghost of Yotei", você assume o papel de Atsu, uma espadachim autodidata que busca vingança após a morte brutal de sua família. O jogo combina ação, aventura e exploração, trazendo mecânicas refinadas e missões que ampliam a experiência já conhecida pelos fãs da franquia.

A Caçada Começa

Atsu treinou a vida toda e agora retorna a ilha para finalmente executar sua vingança.
Atsu treinou a vida toda e agora retorna a ilha para finalmente executar sua vingança. Reprodução/Sucker Punch

Seu Madruga já dizia que “a vingança nunca é plena”, mas o fascínio por uma boa história de vingança permanece até hoje. Assim como em Assassin’s Creed Shadows, da Ubisoft, lançado em 2025 e com temática de samurai, Ghost of Yotei compartilha premissas semelhantes: uma protagonista feminina que perde a família e enfrenta uma sociedade secreta em busca de justiça.

O enredo se passa alguns séculos após o primeiro título. Enquanto "Ghost of Tsushima" se passava em 1274, durante a invasão mongol, na ilha de Tsushima, Ghost of Yotei ocorre em 1602, no início da Era Edo, na ilha de Ezo. Diferente do primeiro título, Yotei não é o nome da ilha, mas da montanha central do cenário, conhecida como Yezo Fuji pela semelhança com o Monte Fuji.

A protagonista Atsu era uma menina feliz, cheia de virtude, que convivia com sua mãe, pai e irmão em uma fazenda afastada. Um dia, seis homens mascarados, chamados os Seis de Yotei, invadem a propriedade, matam sua família e incendeiam sua casa. Sobrevivente do massacre, Atsu jura vingança e memoriza cada máscara que mudou sua vida para sempre: O Cobra, O Oni, O Aranha, O Dragão, O Kitsune e Lorde Saito.

Retorno à Ilha

O Cobra foi o primeiro ceifado em sua jornada.
O Cobra foi o primeiro ceifado em sua jornada. Reprodução/Sucker Punch

A história começa quando Atsu retorna à ilha de Ezo após anos de sobrevivência. Durante sua primeira noite, uma loba aparece e se torna sua aliada. O primeiro da lista é O Cobra, agora um velho bêbado que se esconde, mas deixa rastros.

Após um tutorial sobre o novo combate, Atsu enfrenta O Cobra em duelo. Ele a fere, mas, assim como Jin Sakai retornou dos mortos, a jovem se levanta e risca seu nome da lista negra com o sangue do inimigo. Com isso, restam somente cinco para sua família descansar em paz.

A abertura é marcante, com uma cavalgada por um campo aberto. Atsu viaja até uma cidade para reunir informações e decide qual algoz enfrentar primeiro.

Jin Sakai se tornou uma lenda no título anterior, um espírito errante que lutou pelos caídos. Já Atsu se torna inimiga de Lorde Saito, ganha pôsteres de procurada cada vez mais detalhados e recebe o apelido de onyro, um espírito errante motivado apenas pela vingança.

Os inimigos de "Ghost of Yotei" não são vilões caricatos, mas representantes de conflitos internos, revelando uma guerra civil por territórios. Atsu não se alia a nenhum clã, vivendo apenas para impor sua vingança.

Novas Mecânicas

O combate do jogo continua primoroso e se torna mais dinâmico com a adição de novas mecânicas.
O combate do jogo continua primoroso e se torna mais dinâmico com a adição de novas mecânicas. Reprodução/Sucker Punch

Jin era um samurai honrado, treinado em múltiplos estilos e disposto a abrir mão de seu código para defender sua terra. Atsu é diferente: uma espadachim solitária, uma ronin autodidata, que aprende usando as armas dos inimigos para perseguir seu único objetivo: vingar sua família.

Ao longo da jornada, ela domina novas armas: a lança japonesa (Yari), a foice com bola na ponta (Kusarigama), a katana maior (Odachi) e a técnica de usar duas espadas simultaneamente. Os mestres que encontram testam suas habilidades, permitindo acompanhar a evolução no combate.

O par de espadas, por exemplo, é mais eficiente contra inimigos com lanças, mas a katana ainda é o melhor estilo para lidar com outras katanas. "Ghost of Yotei" não força o uso de uma arma específica: o jogador pode enfrentar inimigos com sua arma favorita sem perder efetividade.

O combate mantém-se dinâmico, priorizando atenção e aparos precisos, essenciais para aumentar o dano. Os inimigos agora possuem combos mais complexos; aparos perfeitos podem interromper ataques e abrir oportunidades para contra-ataques.

Atsu também pode usar armas caídas no chão para arremessá-las, às vezes matando instantaneamente, ou desarmar inimigos. Se for desarmada, precisa lutar corpo a corpo até recuperar uma nova arma.

Caçadora de Recompensas

O jogo ainda mantém a furtividade, que é uma grande aliada na luta contra acampamentos cheios de inimigos.
O jogo ainda mantém a furtividade, que é uma grande aliada na luta contra acampamentos cheios de inimigos. Reprodução/Sucker Punch

Sem um lar, Atsu sobrevive como mercenária. Novas missões permitem caçar criminosos procurados, localizando-os pela última posição conhecida. Embora muitas terminem em combate, algumas trazem pequenas histórias paralelas, enriquecendo a narrativa.

Um exemplo é a missão do "Kappa". Atsu chega a uma caverna no topo da montanha, onde outros caçadores enfrentam o monstro. Ao final, ela encontra um homem ferido usando a máscara do Kappa, que deseja uma última refeição. O jogador decide se encerra seu sofrimento ou compartilha seus últimos momentos. Essa missão destaca a profundidade narrativa das atividades paralelas.

Customizações

Atsu viaja por várias regiões, montando alianças para auxiliar seu desejo de vingança.
Atsu viaja por várias regiões, montando alianças para auxiliar seu desejo de vingança. Reprodução/Sucker Punch

No título anterior, Jin evoluía a cada ato de libertação, ganhando pontos para habilidades de ataque e defesa. Em "Ghost of Yotei", Atsu só evolui ao encontrar altares e honrá-los, ganhando pontos para novas habilidades, incentivando a exploração, similar a "Breath of The Wild".

Altares podem ser liberados ao conquistar territórios ou encontrados pelo mapa, com pistas discretas, e um novo NPC, o cartógrafo, ajuda na busca usando "mapas do tesouro".

Enquanto a progressão mudou, outros elementos permaneceram. Jin liberava cosméticos criando haikus; Atsu faz pinturas tradicionais (sumi-e) para desbloquear personalizações.

A música também ganhou relevância: Atsu toca shamisen, herdado da mãe. Um minigame ensina novas canções, que podem invocar a loba, encontrar itens ou revelar fontes termais, adicionando propósito à exploração.

Pontos positivos:

  • Narrativa envolvente e emocional, que prende do início ao fim.

  • Mundo aberto vivo, com detalhes que tornam a exploração gratificante.

  • Combate dinâmico e variado, com novas armas e mecânicas de estratégia.

  • Missões paralelas bem desenvolvidas, enriquecendo a história e a experiência.

  • Progressão e personalização que recompensam a exploração e atenção aos detalhes.

Pontos negativos:

  • O ritmo pode parecer intenso em alguns trechos, especialmente para quem prefere experiências mais lentas, mas não prejudica a diversão.

Vale a Pena Jogar?

A nova região Ezo é tão carísmatica quanto Tsushima.
A nova região Ezo é tão carísmatica quanto Tsushima. Reprodução/Sucker Punch

Sim, "Ghost of Yotei" é altamente recomendável. O público geral tende a gostar tanto quanto os entusiastas da franquia, graças à narrativa envolvente, mundo detalhado e combate satisfatório. Apesar do preço elevado dos jogos AAA da Sony, a experiência completa faz valer cada centavo investido.

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Nota: 9/10

O jogo dispõe de uma narrativa que engaja, com o combate herdado do outro jogo sendo aprimorado para ficar cada vez mais dinâmico. O único pecado é que a longa duração talvez afaste alguns jogadores. O título chega exclusivamente ao PlayStation 5 em 2 de outubro, expandindo a fórmula consagrada de "Ghost of Tsushima" com narrativa intensa, novas mecânicas de combate, missões paralelas e maior liberdade de exploração.

*Esta review de "Ghost of Yotei" foi realizada com cópias cedidas pela PlayStation Brasil para o console PlayStation 5, destinadas ao Estado de Minas e ao Correio Braziliense.

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