INOVAÇÃO

Web Summit Rio: conheça Deb, a IA brasileira no combate ao racismo

Inteligência artificial generativa foi apresentada na masterclass da ativista Luana Génot, que tratou sobre o tema relacionando educação e desigualdade

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Durante o Web Summit Rio 2025, evento realizado na capital fluminense entre 27 e 30 de abril, a ativista, autora e CEO do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), Luana Génot, emocionou o público em sua masterclass "IA na educação: combatendo o viés e a desigualdade", ao apresentar uma inovação tecnológica com propósito social: a Deb, uma inteligência artificial generativa desenvolvida para combater o racismo e promover a equidade racial.

Mais do que uma assistente virtual, a Deb representa um caminho possível para a justiça social e o letramento em IA – tão necessários quanto urgentes. O projeto é resultado de dois anos de desenvolvimento por uma equipe majoritariamente negra, indígena e feminina. Desenvolvida com o apoio do Google.org – que aportou R$ 4 milhões no projeto –, a IA utiliza tecnologia RAG (Retrieve Augmented Generation) e se conecta à base Gemini do Google, mas com uma diferença crucial: é treinada a partir de um banco de dados altamente especializado, criado pelo ID_BR, com foco exclusivo em diversidade, equidade e inclusão.

Luana destacou que ainda vivemos os reflexos de séculos de exclusão. “Se reduzíssemos os 600 anos de história do Brasil para apenas cinco dias, quatro deles teriam sido marcados pela escravização de pessoas negras.” E completa: “A desigualdade não é um tema do futuro — é do agora”.

Deb já está ativa em empresas, hospitais, escolas e também no ambiente esportivo, presente em iniciativas como o Rock in Rio, o Hospital Sabará e em colaboração com instituições como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mas o que a Deb faz?

A IA, que pode ser acessada gratuitamente pelo Instagram (@chamadeb), está apta a responder perguntas sobre diversidade, inclusão, uso de expressões e muito mais. Além de orientar colaboradores, acolhe dúvidas sensíveis e gera relatórios personalizados respeitando a LGPD – funcionando como um canal seguro, educativo e permanentemente disponível. Tudo isso com uma linguagem direta, dialógica e respeitosa, que transforma conhecimento técnico em conversas acessíveis e empáticas.

"Com a Deb, queremos vacinar o Brasil contra o racismo, usando tecnologia para criar empatia, consciência e mudança", disse Luana na Web Summit Rio
"Com a Deb, queremos vacinar o Brasil contra o racismo, usando tecnologia para criar empatia, consciência e mudança", disse Luana na Web Summit Rio Alysson Lisboa Neves/Divulgação

Visibilidade e reconhecimento

A Deb subiu ao palco na premiação "Sim à Igualdade Racial 2024", transmitida pela TV Globo, ao lado de sua madrinha: Xuxa Meneghel. Ícone da televisão brasileira por décadas e figura central para diversas gerações, Xuxa interagiu ao vivo com a Deb, reconhecendo publicamente seus erros do passado e destacando a importância de um espaço seguro para o aprendizado contínuo sobre diversidade. Sua participação foi intencional: romper barreiras, alcançar públicos de todas as idades e reduzir o medo de errar ao tratar de temas raciais.

Deb também está sendo usada em salas de aula, inclusive em regiões ribeirinhas da Amazônia, onde professores relatam que os materiais do MEC muitas vezes não dialogam com a realidade dos alunos. Luana compartilhou um exemplo contundente. “A professora recebe o material do MEC, que tem, por exemplo, um exercício para apoiar o estudante no processo de alfabetização inicial, e aparece um “T de Titanic”. Aí, ela precisa explicar para esses alunos ribeirinhos o que foi o Titanic, quando deveria ter um “T de Tucumã” ou um “T de Tamanduá” – termos mais locais, com as quais eles já se identificam.”

Com a Deb, educadores conseguem criar conteúdos mais representativos, usando palavras africanas e indígenas, tornando o aprendizado mais significativo e contribuindo para a redução da evasão escolar.

Impactar 100 milhões de pessoas

Deb vem assumindo um papel central em escolas públicas, empresas e arenas esportivas – com ações em clubes como Flamengo e Atlético Paranaense, além de conversas com instituições como a Premier League e a Conmebol. Com a campanha “Respeito, sim!”, Deb também se converte em mascote que vai a campo e simboliza o combate ao racismo nos esportes, atuando em centros de treinamento, estádios e interagindo com torcedores, atletas e dirigentes.

Luana acredita que Deb pode se tornar uma espécie de “Zé Gotinha do antirracismo”, despertando consciência, identificação, carinho e orgulho – especialmente entre as crianças. A proposta é simples e poderosa para educar e transformar realidades. Ao trazer a Deb, o Instituto Identidades do Brasil nos brinda com uma solução de impacto que gera resultado, mostra realidades e aponta caminhos. Agora é esperar que as IAs como Gemini e Chatgpt incorporem a Deb e que as respostas trazidas possam reduzir ou eliminar o viés preconceituoso do algoritmo. 

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