Web Summit Rio: do ChatGPT aos robôs humanoides
Nova geração de robôs humanoides tende a substituir, gradualmente, o trabalho humano, um dos temas em destaque no evento
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Siga noAos poucos, estamos nos tornando ciborgues, enquanto os robôs se tornam cada vez mais parecidos com os humanos. Essa convergência depende de chips de alta performance e, claro, de inteligência artificial generativa. A nova geração de robôs humanoides tende a substituir, gradualmente, o trabalho humano em áreas como recepção de hotéis, concierge, atendimento ao cliente, monitoramento e controle de ambientes, entre outras funções.
De acordo com uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial, cerca de 50 milhões de empregos serão impactados apenas nos Estados Unidos nos próximos anos. Em contrapartida, o LinkedIn aponta um aumento de 140%, desde 2022, no número de usuários que adicionam novas habilidades técnicas e comportamentais aos seus perfis. O cenário aponta para uma certeza: profissionais e empresas precisam se adaptar rapidamente às novas demandas tecnológicas.
Enquanto alguns empresários ainda enxergam a IA como uma ameaça, outros estão aproveitando a onda para conquistar espaço — como é o caso da fintech Artificial Superintelligence Alliance. A empresa oferece um conjunto de soluções de inovação de código aberto, com o objetivo de tornar a inteligência avançada um recurso acessível e compartilhado.
Durante o Web Summit Rio 2025, a empresa apresentou uma robô com aparência humana impressionante, que aponta o caminho natural da evolução dos humanóides e da tecnologia envolvida em sua criação. Ainda que suas respostas não tenham a desenvoltura ou a velocidade que vemos nos filmes de ficção científica, esse obstáculo parece prestes a ser superado.
Chips potentes para uma demanda crescente
A Nvidia, fabricante dos chips usados para as máquinas que processam a IA, entendeu rápido a crescente demanda global por processadores. Em 2012, a Nvidia percebeu um novo uso para suas GPUs: “Estudantes de Harvard começaram a utilizá-las para reconhecimento e segmentação de imagens. A partir daí, evoluímos nossos chips, antes voltados apenas para jogos, para aplicações em IA”, destaca Márcio Aguiar, diretor de vendas da Nvidia na América Latina que palestrou no Web Summit Rio 2025. A IA generativa se tornou popular nos últimos dois ou três anos e desde então, a empresa tem registrado crescimento contínuo, impulsionado pela demanda por processamento avançado.
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Para se ter uma ideia, a ação da empresa, que em abril de 2020 custava R$ 0,84, chegou a valer R$ 18,51 em janeiro de 2025. Essa espantosa valorização é impulsionada justamente pela corrida por chips cada vez mais poderosos para um mercado em ampla expansão.
A era dos robôs
A IA generativa refere-se à capacidade das máquinas de raciocinar, reconhecer padrões e tomar decisões com uma velocidade e precisão sem precedentes. Embora Márcio Aguiar não tenha detalhado as próximas inovações da Nvidia, ele foi categórico: a revolução da IA está apenas começando. “Os robôs estão chegando para auxiliar os humanos em tarefas repetitivas — e de forma extremamente eficaz”, afirmou. E para que robôs e máquinas inteligentes atinjam altos níveis de precisão, é necessário passar por algumas etapas. A primeira delas é o escalonamento e o pré-treinamento, o que demanda chips de alta performance. Com a coleta de dados em grande escala, é possível treinar ferramentas como Gemini, Grok, Copilot e ChatGPT. No entanto, Aguiar alerta: “Essas ferramentas não estão prontas para atender automaticamente às necessidades específicas de uma empresa. Muitas organizações erram ao pensar que basta uma assinatura no ChatGPT para resolver todos os seus problemas.”
Sinergia entre departamentos será essencial
Com a IA cada vez mais presente no dia a dia corporativo, é preciso ultrapassar o uso superficial, limitado a chats de perguntas e respostas. A adoção eficaz da IA exige integração entre áreas, com estratégias voltadas à automação de processos e redução de retrabalho. Agentes inteligentes podem gerar valor real quando moldados para atender às necessidades específicas do negócio e receber dados e informações de qualidade. Segundo Aguiar, a inteligência artificial não deve ser restrita aos departamentos de TI ou comercial. Ela é uma ferramenta transversal. “É fundamental que os departamentos colaborem entre si para criar modelos de linguagem amplos e personalizados, capazes de gerar e extrair informações mais relevantes para o negócio”, acrescenta.