PARECE MÁGICA

Não é só sobre flores: a IA da Opera antecipa o futuro das nossas decisões

Nova ferramenta do navegador pode comprar flores para você, mas vai muito além disso

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Durante o Browser Days, evento promovido pela Opera em Lisboa, em Portugal, no fim da semana passada, o que parecia ser apenas uma demonstração tecnológica virou algo maior: um vislumbre provocador de como a inteligência artificial está prestes a mudar não só a forma como usamos a internet — mas também a maneira como tomamos decisões, organizamos o tempo e nos relacionamos com o digital. A estrela do evento foi o Browser Operator, uma IA nativa incorporada diretamente ao navegador da Opera. 

Com ele, tarefas simples como comprar meias, preencher formulários e, sim, encomendar flores para dar de presente, podem ser feitas automaticamente com um simples comando. Na demonstração, a IA foi capaz de planejar uma viagem completa — sugerindo destinos e hospedagens — e quase concluiu a compra de um buquê de girassóis. A falha no pagamento não diminuiu o impacto: ficou claro que estamos diante de algo maior do que conveniência.

 

Do clique à delegação

A grande virada representada por ferramentas como o Browser Operator é o abandono do controle manual sobre as tarefas digitais. Se até pouco tempo navegar exigia ação direta — clicar, buscar, comparar — agora podemos apenas pedir. E a IA faz.

“Você ainda navega ou já delega?”, questionou a empresa em sua apresentação. O navegador, antes uma interface entre usuário e internet, torna-se um agente ativo, que pensa e executa no nosso lugar. Segundo Henrik Lexon, diretor de marketing de produto da Opera, essa transição marca o início de uma nova fase da web, mediada por agentes inteligentes. “A internet vai mudar. Os sites vão mudar. E os usuários vão mudar também”, afirmou.

 

Uma revolução silenciosa

À primeira vista, a comparação feita por Lexon com a Revolução Industrial parece ser exagerada. Mas basta ver com os próprios olhos para entender que não se trata de uma hipérbole. O que as máquinas fizeram com o trabalho físico, a IA começa a fazer com processos mentais. Planejar, decidir, priorizar — tudo isso pode, aos poucos, ser delegado. O tempo que antes era consumido por tarefas repetitivas agora está disponível. 

Lexon não acredita que a IA da Opera vá tirar empregos. Isso porque a tecnologia foi pensada para descomplicar o cotidiano, não para trabalhar em empresas. “É como um amigo que te ajuda no dia a dia. Não faz o seu trabalho por você, mas torna sua rotina mais leve e eficiente”, defende.

Ainda assim, ele acredita que todos deveriam aprender a usar ferramentas de IA. “É difícil imaginar um futuro onde algum trabalho não envolva inteligência artificial”, reconhece.

Ética, privacidade e meio ambiente

Em entrevista ao Estado de Minas, o especialista explicou como a empresa se posiciona em relação a assuntos importantes que circundam a inteligência artificial. Ele destaca que a Opera optou por não treinar seus próprios modelos de IA, o que evita o consumo massivo de energia e água comum nesse processo. Em vez disso, utiliza soluções já existentes, como o ChatGPT (OpenAI) e o Gemini (Google).

A empresa também abriga seus servidores na Islândia, onde o clima frio reduz a necessidade de refrigeração e a energia é 100% renovável. Esse cuidado ambiental é parte do projeto: inovar, sim — mas de forma consciente. Além disso, o processamento local dos dados no navegador reforça o compromisso com a privacidade, algo que se torna cada vez mais valioso à medida que as IA se tornam onipresentes.

 

O futuro não é sobre tecnologia — é sobre escolha

O mais fascinante — e talvez inquietante — da demonstração da Opera é perceber que o avanço tecnológico já não é mais a questão central. A tecnologia está pronta. A decisão agora está nas mãos dos usuários: quanto estamos dispostos a delegar? Quanto queremos que a IA escolha por nós?

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Comprar flores foi só o exemplo. O que está em jogo é algo maior: nossas rotinas, preferências, e até o controle sobre o que consideramos decisões pessoais. O Browser Operator ainda não tem data para ficar disponível para os usuários, mas já levanta questões importantes para o futuro.



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