PREVENÇÃO

Herpes zoster em crianças: o que os pais devem saber?

Nos adultos, o herpes zoster é frequentemente doloroso, mas em crianças ele pode ser assintomático ou apresentar apenas sinais leves

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Apesar de ser mais conhecido como um problema de adultos e idosos, o herpes zoster, também chamado de "cobreiro", pode sim afetar crianças, inclusive as saudáveis. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que reforça a importância de vigilância e atendimento médico, mesmo diante de um quadro que geralmente é mais leve nos pequenos. 

O que herpes zoster? 

"O herpes zoster é decorrente da reativação do vírus da Varicela-Zoster (VZV), o mesmo da catapora. A vacinação contra o VZV reduziu significativamente os casos, mas ainda assim a infecção pode surgir em crianças, especialmente naquelas com baixa imunidade", explica Elisa Fontenelle, dermatologista da SBD.

Nos adultos, o herpes zoster é frequentemente doloroso, mas em crianças ele pode ser assintomático ou apresentar apenas sinais leves. As lesões cutâneas são o sintoma mais evidente. "Ele pode começar com dor ou coceira em uma área localizada. Nas crianças, muitas vezes não há febre ou outros sintomas além das lesões de pele. Essas lesões geralmente se manifestam como pequenas bolhas agrupadas sobre uma área avermelhada, muitas vezes no tronco ou rosto, e quase sempre restritas a um lado do corpo”, ressalta Elisa. 

Mesmo quando o quadro é brando, é essencial buscar avaliação médica. "O dermatologista deve ser procurado sempre que forem observadas essas lesões, pois podem ocorrer complicações, como infecções bacterianas secundárias ou cicatrizes. A dor intensa, característica nos adultos e rara nos pequenos, não elimina a necessidade de acompanhamento, principalmente em casos de crianças imunossuprimidas”, relata.

Vacina contra o herpes zoster 

Atualmente, o Brasil já conta com uma nova vacina recombinante altamente eficaz contra o herpes zoster, mas ela não é indicada para crianças. "O imunizante chegou ao Brasil em 2022, substituindo a antiga de vírus vivo atenuado, que foi descontinuada nos Estados Unidos em 2020. Além de ter uma eficácia muito superior, ela reduz também o risco de neuralgia pós-herpética, uma dor crônica e debilitante causada pela lesão do nervo", explica a dermatologista da SBD Jane Tomimori.

Ao contrário da antiga, que usava vírus vivo atenuado, a nova é uma vacina de subunidade recombinante, o que a torna mais segura, inclusive para pessoas imunossuprimidas. "Ainda não está indicada para gestantes nem para crianças, mas é um grande avanço para os adultos e idosos, especialmente os que vivem com condições que afetam o sistema imunológico", reforça a dermatologista.

Um dos grandes destaques da vacina, segundo Jane, é a durabilidade da resposta imunológica. "Um estudo americano com seguimento de 10 anos, mostrou que os níveis de anticorpos se mantem até cinco vezes em relação ao pré-vacinal", afirma.

Prevenção  

Embora ainda não exista uma vacina específica para herpes zoster infantil, a vacinação contra a varicela, presente no calendário infantil brasileiro, continua sendo a principal forma de prevenção indireta. "Manter a vacinação em dia é fundamental. E diante de qualquer lesão de pele incomum, especialmente em faixa única e com bolhas, os pais devem buscar o dermatologista", orienta Elisa Fontenelle.

Tem no SUS?

O Ministério da Saúde abriu na última quarta-feira (17/8) uma consulta pública para discutir a incorporação da vacina contra o herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta contempla idosos com 80 anos ou mais, e indivíduos imunocomprometidos a partir de 18 anos.

A Consulta Pública nº 78 ficará disponível até 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil. Até o momento, já foram registradas 75 contribuições. Qualquer pessoa pode enviar opiniões e sugestões sobre o tema.

Para participar, é necessário preencher o formulário eletrônico. Os interessados podem enviar até dois arquivos com sugestões ou documentos de apoio. O envio de dados pessoais, informações sensíveis ou materiais de terceiros sem autorização não é permitido.

As contribuições serão analisadas pela comissão técnica, que decidirá sobre a incorporação da vacina. Os relatórios técnicos que embasam a recomendação preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), no Sistema Único de Saúde (SUS), estão disponíveis para leitura. 

A incorporação ao SUS da vacina recombinante adjuvada é uma solicitação do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, e do Ministério da Saúde.

A Conitec avaliou a segurança e a eficácia da vacina. Estudos apontam eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da NPH. No entanto, o alto custo é o principal desafio: o investimento estimado seria de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. Para a Conitec, a conclusão é de que a vacina não oferece um benefício suficientemente significativo para justificar o seu custo para o SUS.

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