Síndrome de Guillain-Barré: doença pode levar à paralisia
Com apoio da equipe médica e da família, mineiro de Poços de Caldas enfrenta a doença e avança na recuperação
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Siga noUma doença autoimune pode transformar a vida de um paciente em poucos dias. Esse é o impacto da Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma condição rara que ataca o sistema nervoso periférico, trazendo desafios não apenas para quem a enfrenta, mas também para seus familiares e amigos.
Geralmente desencadeada por uma infecção prévia, a SGB se manifesta por uma fraqueza muscular progressiva, que pode evoluir para uma paralisia completa. Embora rara, sua gravidade exige internação prolongada, suporte ventilatório e um árduo processo de reabilitação.
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“No dia 10 de janeiro, ele começou a sentir dormência nas mãos e nos pés. A fraqueza avançou rapidamente para os membros inferiores, dificultando a locomoção. Em pouco tempo, perdeu completamente a capacidade de andar, falar e engolir, embora permanecesse consciente”, relembra Alessandra Bernadini, médica intensivista do Hospital Poços de Caldas, que acompanha o caso.
Com a progressão acelerada dos sintomas, Fabiano precisou ser transferido para a UTI, onde foi entubado e colocado em ventilação mecânica. O diagnóstico veio através de exames que confirmaram uma variante axonal da síndrome, considerada uma das mais graves.
A batalha de Fabiano não era apenas contra a doença, mas contra o tempo. Cada dia sem mobilidade significava mais desafios a serem superados depois. A equipe do hospital, no entanto, não mediu esforços para garantir o melhor tratamento e criar um caminho possível para a sua recuperação.
Uma jornada de desafios e esperança
A perda repentina da autonomia trouxe não apenas dificuldades físicas, mas também emocionais. Segundo Alessandra, o impacto psicológico da SGB é intenso, gerando medo, ansiedade e, em muitos casos, depressão. Por isso, além do tratamento médico e fisioterapêutico, o suporte emocional se tornou parte essencial da recuperação de Fabiano.
Maria Angélica, fisioterapeuta do hospital, explica que a imobilização prolongada agravou a perda muscular, tornando a reabilitação ainda mais desafiadora. “Nosso maior desafio é recuperar a mobilidade. A ausência de contração muscular durante a desmielinização leva à atrofia, além da síndrome do imobilismo, comum em pacientes de UTI. Trabalhamos diariamente para estimular os músculos e evitar sequelas permanentes”, detalha.
Mesmo diante das dificuldades, pequenos avanços reacenderam a esperança. No início de março, após semanas de tratamento intenso, a equipe médica começou a perceber sinais positivos de resposta ao tratamento. Como parte desse progresso, Fabiano foi levado ao solarium do hospital para sentir o calor do sol na pele e contemplar o céu pela primeira vez em semanas. Para muitos, um gesto simples. Para ele e sua família, um marco na recuperação.
“Esse momento foi muito importante para o paciente e sua família. Trouxe mais força e energia para continuar essa luta”, destaca Alessandra.
O apoio do hospital e a força da família
Ao longo de toda essa jornada, o cuidado humanizado da equipe do hospital tem feito toda a diferença. Desde os médicos e enfermeiros até os fisioterapeutas, psicólogos e equipe de apoio, cada profissional está ao lado de Fabiano e sua família, oferecendo suporte não apenas clínico, mas também emocional.
“Foi um susto enorme no início, mas hoje, vendo a evolução dele, só temos a agradecer. Primeiro a Deus e, depois, a todos aqui do hospital. Eles têm nos dado apoio, tirado dúvidas e estão sempre disponíveis, não só para o Fabiano, mas para nós, da família, também”, conta Joselaine Peres, sobrinha de Fabiano.
O sentimento de gratidão se estende a todos os profissionais envolvidos no tratamento. “Desde o início, não sabíamos o que estava acontecendo, e foi muito difícil. Mas, com a ajuda de Deus e de toda a equipe médica, chegamos até aqui. Enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos… cada um deles tem feito parte dessa vitória”, diz Márcia Cristina Dansiger Balbino, esposa de Fabiano.
A mãe de Fabiano, Eni de Fátima Ferreira Balbino, também expressa sua emoção ao ver a melhora do filho. “Foi muito difícil ver um homem trabalhador, cheio de vida, de repente sem conseguir se mover. Mas, graças a Deus e a essa equipe maravilhosa, ele está melhorando a cada dia.”
A jornada de Fabiano ainda continua, mas sua história já é um testemunho de força, resiliência e do impacto transformador do cuidado dedicado que tem recebido no Hospital Poços de Caldas. O caminho da reabilitação é longo, mas, com o suporte certo, cada passo se torna uma conquista.