Saúde ocular: envelhecimento exige cuidados
Catarata, glaucoma e degeneração macular são algumas doenças na visão que afetam pessoas acima de 50 anos
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Siga noA perda da acuidade visual impacta negativamente a qualidade de vida dos idosos, comprometendo sua independência e aumentando o risco de acidentes, como quedas. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 indicam que, no Brasil, 9,2% dos idosos relataram ter muita dificuldade ou incapacidade total para enxergar. Em nível mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 285 milhões de pessoas possuem deficiência visual, sendo que a maioria dos casos ocorre em indivíduos com mais de 50 anos. Diante desse cenário, é fundamental pensar na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado das doenças oculares na população idosa, visando preservar a saúde visual e a qualidade de vida dessa parcela crescente da sociedade. Muitas doenças oculares não apresentam sintomas iniciais, tornando os exames regulares vitais.
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De acordo com Victor Massote, médico do Hospital de Oftalmologia Oculare, com o avanço da idade, os olhos sofrem alterações naturais, que podem afetar a visão. “Problemas oculares como catarata, glaucoma e degeneração macular são comuns nessa fase da vida, podendo comprometer significativamente a autonomia das pessoas idosas”, destaca. Segundo dados do Ministério da Saúde, a catarata é um dos principais problemas oculares na terceira idade, atingindo cerca de 70% dos idosos com problemas de visão. Já no caso do glaucoma, a incidência chega a mais de 6% em pessoas acima de 70 anos.
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Além das doenças oculares específicas, existem ainda condições sistêmicas que podem afetar a visão, como o diabetes e a hipertensão. “O diabetes pode causar danos aos vasos sanguíneos da retina, levando à retinopatia diabética. Essa condição pode causar perda de visão gradual e, em casos graves, até cegueira. O diabetes também aumenta o risco de desenvolver cataratas e glaucoma. Já a hipertensão, ou pressão alta, pode causar danos aos vasos sanguíneos da retina e do nervo óptico, levando à perda de visão. A hipertensão ainda aumenta o risco de desenvolver doenças oculares como a retinopatia hipertensiva”, explica Victor.
O especialista afirma que, a partir dos 50 anos, é essencial ter atenção redobrada com a saúde ocular, pois problemas simples, como olhos ressecados e presbiopia (“vista cansada”), podem causar desconforto e visão embaçada. No entanto, também existem condições mais graves que afetam essa faixa etária. “A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), por exemplo, afeta a mácula, região central da retina, podendo levar à perda da visão. Fatores como histórico familiar, exposição ao sol, tabagismo e alimentação não saudável também aumentam o risco de desenvolver DMRI”, alerta.
“A realização de exames oftalmológicos regulares é o primeiro passo para monitorar a saúde ocular. Proteção contra raios UV com óculos de sol, evitar tabagismo e uso de fogão a lenha (fator de risco para cataratas e DMRI) e exercícios regulares, que ajudam a controlar pressão arterial e açúcar no sangue, são recomendados. O envelhecimento impacta a saúde ocular de forma significativa, mas com cuidados adequados, como exames regulares e hábitos saudáveis, é possível manter a visão por muitos anos”, afirma o oftalmologista.
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