Já ouviu falar em visagismo óptico? Técnica une saúde e identidade visual
O tema está entre os destaques da Expo Óptica 2025, que acontece até hoje (12/4), no Expo Center Norte, em São Paulo
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Siga noEnxergar bem é uma necessidade. Mas, para muitas pessoas, usar óculos não se resume a uma questão de saúde ocular. A escolha da armação pode interferir na forma como alguém se vê e é visto por outras pessoas. O tema está entre os destaques da Expo Óptica 2025, realizada até este sábado (12/4), no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), reúne especialistas para discutir tendências, tecnologias e comportamentos ligados ao uso de óculos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 285 milhões de pessoas no mundo têm algum tipo de deficiência visual. No Brasil, o Censo 2010 identificou 35 milhões de pessoas com dificuldades para enxergar, muitas delas dependem de óculos para atividades diárias. A busca por soluções que unam conforto, correção e expressão pessoal tem movimentado o setor.
Uma das estratégias discutidas na feira é o visagismo óptico: técnica que considera elementos como formato do rosto, estilo de vida, identidade visual e paleta de cores na escolha dos óculos. Para a consultora de imagem Allyne Flores, especialista em cores e visagista, a proposta é tornar os óculos parte do estilo de vida de quem os usa. “O óculos é um instrumento de saúde. Mas, quando bem escolhido, também pode aumentar a autoconfiança e a identificação pessoal com a própria imagem”, afirma.
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Allyne ministrou a palestra "Do óbvio ao inovador: o colorido inteligente nos óculos", em que apresentou formas de usar a cor como ferramenta de comunicação. Segundo ela, a escolha da tonalidade da armação pode contribuir para destacar características de personalidade, criar mensagens visuais e facilitar a aceitação do acessório no dia a dia. “A cor pode trazer autenticidade, jovialidade, seriedade ou criatividade. Tudo depende da forma como é usada”, diz.
Ela explica que a modelagem da armação e o uso estratégico da cor devem andar juntos. “Não basta que os óculos sejam esteticamente interessantes. Eles precisam se encaixar bem no rosto, ser confortáveis e compatíveis com a rotina da pessoa. É possível alinhar funcionalidade com estilo”, pontua.
Allyne também destaca a importância do atendimento qualificado nas óticas. “Nem sempre o que parece bonito na vitrine funciona no rosto. A escolha precisa considerar o formato facial, a coloração pessoal e o estilo de vida. Quando o consumidor entende esse processo, ele passa a usar o óculos com mais prazer”, afirma.
O visagismo óptico também pode ser aplicado em públicos específicos, como o infantil. Segundo a consultora, a variedade de cores e formatos pode estimular as crianças a se sentirem bem com o uso dos óculos, evitando rejeições e contribuindo com o tratamento de problemas visuais desde cedo.
Para Ambra Nobre Sinkoc, diretora executiva da Abióptica, o setor tem investido na combinação entre tecnologia, estética e bem-estar. “A saúde ocular é essencial, mas não precisa ser sinônimo de incômodo. É possível usar óculos, enxergar bem e ainda se sentir bem com a própria imagem”, diz.
Ela ressalta que, com o crescimento do mercado, as possibilidades se multiplicaram. “As pessoas estão mais conscientes de que o óculos pode mudar a forma como se sentem. Já não se trata apenas de corrigir a visão, mas também de refletir o estilo e acompanhar diferentes momentos da vida: lazer, trabalho, esporte”, explica.
O setor óptico se adapta a esse movimento, oferecendo modelos variados e apostando na personalização. “A roupa você troca. Já os óculos, muitas vezes, estão no rosto o dia todo. Por isso, precisam fazer sentido para quem os usa”, diz Allyne.