Mudanças no rosto e mordida retraída: as consequências da má respiração
Os efeitos dessa condição podem se refletir não apenas na aparência, mas também no bem-estar geral do paciente
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Siga noA respiração inadequada, especialmente a respiração oral, pode causar uma série de mudanças estruturais na face e prejudicar a saúde bucal, impactando diretamente na posição dos dentes e no formato do palato (céu da boca).
Especialista em rinoplastia e membro da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face (ABCPF), Jamisson Melo alerta para os efeitos dessa condição, que podem se refletir não apenas na aparência, mas também no bem-estar geral do paciente. De acordo com o profissional, o hábito compromete o desenvolvimento adequado da face, especialmente em crianças.
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"Quando respiramos pela boca, a pressão exercida sobre a musculatura da face é alterada, o que pode levar a um crescimento descompensado das estruturas faciais", explica o profissional. Além disso, a alteração no posicionamento dos dentes pode ocasionar uma mordida cruzada, criando um desalinhamento visível entre a arcada dentária superior e inferior, comprometendo a funcionalidade da mordida.
A má respiração também tem impacto direto no alinhamento dentário. Jamisson esclarece que respirar pela boca interfere no processo natural de desenvolvimento das arcadas dentárias. "A posição incorreta da língua prejudica o alinhamento dos dentes, podendo resultar em sérios problemas na dentição", afirma o especialista. A pressão exercida pela língua durante a respiração nasal é fundamental para o desenvolvimento correto das arcadas superior e inferior.
O impacto que a respiração oral pode ter na musculatura bucal e da língua também é um ponto a ser destacado. O problema pode afetar até mesmo as funções básicas como a deglutição e a fala.
"Quando o paciente respira pela boca, a musculatura envolvida na deglutição e na fala não se desenvolve corretamente, o que pode gerar dificuldades tanto para engolir alimentos quanto para pronunciar certas palavras", esclarece, ao alertar que essas dificuldades podem se intensificar com o tempo, causando desconforto e até interferindo nas interações sociais e no bem-estar emocional do paciente.
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Além das questões relacionadas ao desenvolvimento facial e dentário, a respiração oral também pode ser um indicativo de outros problemas respiratórios subjacentes, como obstruções nasais, alergias ou hipertrofia das amígdalas e adenoides. Em relação ao tratamento, é importante uma avaliação criteriosa e um diagnóstico bem feito para elaborar um planejamento de tratamento. Quando os efeitos da respiração oral já afetam a estrutura dentária, tratamentos ortodônticos podem ser necessários.
O médico ressalta a importância de estar atento aos sinais de respiração oral desde a infância. "O acompanhamento com otorrinolaringologista e/ou pediatra é fundamental para um diagnóstico precoce de respiração bucal, o que pode fazer toda a diferença no tratamento e na prevenção de alterações ósseas da face a longo prazo".
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