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DOENÇAS ASSOCIADAS

Gordura no fígado pode ser desencadeada por resistência à insulina

Cerca de 30% da população mundial recebe o diagnóstico de esteatose hepática associada ao diabetes tipo 2

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A esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado, está cada vez mais associada ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. O principal elo entre as duas condições é a resistência à insulina, fator-chave para o aumento dos níveis de glicose no sangue e o acúmulo de gordura no fígado. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, as duas doenças associadas afetam 30% da população mundial. 

De acordo com a endocrinologista do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica, Flávia Pieroni, a insulina é fundamental para o metabolismo dos açúcares e das gorduras no organismo. “Quando há resistência a ela, o fígado tende a acumular gordura e, ao mesmo tempo, continua liberando glicose na corrente sanguínea, dificultando o controle da glicemia. Esse processo cria um ciclo perigoso: a esteatose hepática piora a resistência à insulina, enquanto o diabetes tipo 2 agrava o acúmulo de gordura no fígado”, explica a médica. 

 

Segundo a especialista, se não controlada, a esteatose hepática pode evoluir para quadros mais graves, comprometendo seriamente a função do fígado. “Em alguns casos, o acúmulo de gordura é um fator de risco para o desenvolvimento da cirrose, que é um estágio avançado da doença hepática, no qual o tecido saudável do fígado é substituído por cicatrizes, comprometendo suas funções e com a possibilidade de levar à insuficiência hepática.

Além disso, a cirrose está associada a um maior risco de carcinoma hepatocelular, um tipo de câncer de fígado”, destaca. Pacientes com o fígado gorduroso também têm maior predisposição a infarto e acidente vascular cerebral (derrame), devido ao impacto da inflamação crônica nos vasos sanguíneos. 

 

Por se tratar de uma doença que é capaz de permanecer silenciosa por anos, exames de rotina são importantes para o diagnóstico precoce. O mais utilizado para detectar a condição é a ultrassonografia abdominal, que consegue identificar o aumento da gordura no órgão. Já em casos que exigem uma análise mais detalhada, é possível solicitar tomografia computadorizada ou ressonância magnética.  

 

Exames laboratoriais que avaliam as enzimas hepáticas, como TGO e TGP, disponíveis em Minas Gerais nas unidades do Laboratório São Marcos, também podem ajudar no diagnóstico, embora nem sempre apresentem alterações nos quadros iniciais da doença. Outro método importante é a elastografia hepática, que avalia a rigidez do fígado. É realizado por meio de ultrassom ou ressonância magnética, permitindo detectar a presença de fibrose, um indicador importante da progressão para estágios mais avançados da esteatose hepática. 

 

A boa notícia é que é possível reverter a doença com mudanças no estilo de vida. Uma perda de apenas 5% a 10% do peso corporal já é capaz de reduzir significativamente a gordura no fígado e melhorar a função hepática. “A prática regular de exercícios físicos, combinada a uma alimentação equilibrada, é a principal ferramenta para a prevenção dessas doenças. Pessoas que adotam uma rotina ativa e uma dieta rica em fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis apresentam menor risco de resistência à insulina, obesidade e inflamações crônicas”, destaca a médica.  

 

Além disso, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, evitar o tabagismo e manter um sono de qualidade são fatores essenciais para garantir um metabolismo equilibrado e proteger órgãos específicos, como o fígado e o coração. “Pequenas mudanças no dia a dia podem trazer grandes benefícios à saúde. A prevenção ainda é a melhor estratégia para garantir qualidade de vida e longevidade”, ressalta.

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