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Modo escuro nos celulares impacta a saúde ocular?

Efeitos podem ser tanto positivos quanto negativos, dependendo do contexto de uso e das características individuais do usuário

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O uso do modo escuro nos celulares tem se tornado cada vez mais popular, principalmente por proporcionar maior conforto visual e economia de energia. Essa configuração altera a interface do dispositivo, exibindo textos claros sobre fundos escuros, o que pode gerar diferentes respostas visuais dependendo do perfil do usuário e do ambiente de uso. Para muitas pessoas, o modo escuro reduz o brilho da tela e a exposição à luz azul, que está associada a problemas como insônia e fadiga ocular.

De acordo com o oftalmologista, especialista em cirurgia refrativa, catarata, lentes de contato e ceratocone, Tiago César Pereira Ferreira, os efeitos podem ser tanto positivos quanto negativos, dependendo do contexto de uso e das características individuais do usuário.

Benefícios e desafios

Entre os principais benefícios do modo escuro, o especialista destaca a redução do brilho excessivo, especialmente em ambientes com pouca luz, o que pode minimizar o desconforto visual e reduzir a exposição à luz azul.

"Isso contribui para a diminuição da fadiga ocular em situações de uso prolongado, sendo também benéfico para pessoas com fotofobia, como em casos de enxaqueca ou condições oculares específicas.”

Por outro lado, o modo escuro também apresenta algumas desvantagens. "A redução do contraste em ambientes bem iluminados pode aumentar o esforço visual, dificultando a leitura e tornando os olhos mais suscetíveis à fadiga. Além disso, pessoas com astigmatismo podem sentir maior dificuldade de leitura, pois a dilatação da pupila no escuro pode resultar em menor acuidade visual e halos ao redor das letras claras em fundo escuro", alerta Tiago Ferreira.

Segundo o especialista, há diferenças significativas no esforço visual entre os modos escuro e claro. "O modo claro, com texto escuro em fundo claro, é geralmente considerado mais adequado para leitura prolongada, pois favorece a acuidade visual e melhora a distinção de caracteres, exigindo menor esforço acomodativo", afirma.

Já o modo escuro, embora confortável para usos esporádicos, pode aumentar o esforço ocular devido ao efeito de dispersão da luz nas bordas das letras, o que pode dificultar a leitura em longo prazo. Tiago conta que esse efeito é mais perceptível em indivíduos com astigmatismo e presbiopia, que podem relatar visão borrada ou sombras ao redor do texto.

Ambientes de baixa luminosidade

O uso do modo escuro é geralmente mais confortável em ambientes de baixa luminosidade, pois reduz o brilho da tela e o impacto da luz azul. No entanto, Tiago alerta para a possibilidade de desconforto ocular em situações de escuridão total. "A dilatação pupilar nesse cenário pode reduzir a nitidez da visão e levar a um maior esforço para focar objetos e textos na tela, o que pode causar fadiga ocular", explica.

Para minimizar esses efeitos negativos, ele recomenda o uso de uma iluminação ambiente suave em conjunto com o modo escuro.

Fadiga ocular digital: prevenção e cuidados

Independentemente do modo de exibição escolhido, o uso prolongado de dispositivos eletrônicos pode levar à fadiga ocular digital, também conhecida como síndrome da visão de computador. "Fatores como a diminuição da taxa de piscadas, ressecamento ocular e cansaço muscular podem provocar sintomas como dor de cabeça, visão turva e sensação de peso nos olhos.”

Para evitar esses problemas, Tiago sugere medidas como a regra 20-20-20, que consiste em desviar o olhar da tela a cada 20 minutos para focar em um objeto distante por 20 segundos, ajustes no brilho e contraste da tela de acordo com a iluminação ambiente, evitar o uso prolongado em ambientes escuros e manter uma distância adequada do dispositivo.

Dicas para minimizar os impactos na visão

Algumas práticas podem ajudar a reduzir os impactos negativos do uso prolongado de celulares na visão, entre eles ativar o modo noturno ou filtros de luz azul é uma opção eficaz para reduzir a emissão dessa radiação durante a noite, melhorando a qualidade do sono.

Outras medidas incluem ajustes no tamanho da fonte para evitar esforço ocular excessivo, manter uma iluminação ambiente adequada e evitar o uso de dispositivos antes de dormir.

"A exposição à luz azul, mesmo no modo escuro, pode inibir a produção de melatonina, hormônio responsável pelo sono, prejudicando a qualidade do descanso e, consequentemente, a saúde ocular a longo prazo".

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