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VOLTA ÀS AULAS

Check-up ocular infantil pode evitar comprometimento escolar

Diferente dos adolescentes e adultos, as crianças não apresentam comportamentos distintos quando estão com problemas de visão

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Para além de viagens e passeios, as férias são o melhor período do ano para realizar o check-up, tanto dos pais quanto das crianças, e assim evitar alguns contratempos, principalmente entre as crianças que estão indo para a escola pela primeira vez. A sala de aula é o espaço para interação com os amigos, professores e, claro, aprendizado, sendo necessárias concentração e uma visão adequada. A ausência de uma saúde ocular adequada afeta diretamente o desempenho.    

Diferente dos adolescentes e adultos, as crianças não apresentam comportamentos distintos quando estão com problemas de visão, já que se adaptam com facilidade a situações adversas e raramente informam sobre suas dificuldades. “As crianças de até 8 a 10 anos de idade não têm maturidade para informar situações como: ‘não enxergo mais isso e enxergava antes’ ou ‘percebo que eu não consigo, mas meus colegas conseguem’”, explica Juliana Guimarães, oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães.  

Ou seja, as crianças não pensam de forma comparativa. Por isso, é comum que, ao serem diagnosticadas com algum problema de visão, os pais conectem a condição à necessidade da criança fazer aula particular, em razão da dificuldade de ler na sala de aula, ou a quedas constantes, entre outros problemas que são consequência da baixa visão.  

“Quando falamos de erros de refração, como a miopia, é importante lembrar também que a visão para perto continua normal. Então pode parecer para os pais e professores que a criança enxerga, uma vez que ela lê livros e escreve no caderno sem dificuldades, ainda que durante as aulas não consiga enxergar o quadro e os professores”, ressalta.  

A oftalmologista destaca que alguns sinais podem indicar a necessidade de procurar atendimento oftalmológico, como:  

  • Expressões faciais, como fazer careta ou apertar os olhos
  • Coçar os olhos com muita frequência
  • Se aproximar das telas ou objetos para tentar enxergar melhor
  • Queixas de dor de cabeça
  • Quedas e dificuldades escolares ou de alfabetização
  • Lacrimejamento
  • Falta de vontade para fazer atividades como ler ou praticar esportes

Problemas de visão 

Juliana Guimarães revela que a miopia é, sem dúvidas, o erro refrativo mais comum no consultório. “Em algumas populações, a grande maioria das crianças é míope, ainda que sejam filhos de pais que não usaram óculos na infância. Isso ocorre por estilo de vida, como o excesso do uso de telas, por exemplo.”  

Além do diagnóstico precoce, hoje em dia o aparecimento de erros de refração pode ser evitado. Uma vez que a criança já usa óculos, temos remédios, colírios e tipos especiais de lentes de óculos e lentes de contato que evitam que o grau aumente.  

Em seguida, a oftalmologista cita outros erros de refração, como o astigmatismo e a hipermetropia. “São muito comuns também as consequências da conjuntivite alérgica, que pode fazer com que o aluno falte às aulas com frequência ou seja afastado desnecessariamente da escola por diagnóstico incorreto, como confusões entre conjuntivite contagiosa e alérgica, por exemplo”, relata.  

Outras doenças comuns e potencialmente graves são a ambliopia, também conhecida como olho preguiçoso, a anisometropia e o estrabismo. Na consulta de rotina também são avaliadas condições mais raras, mas muito graves, como catarata e glaucoma infantil ou juvenil, além de tumores ou câncer intraocular, tais como o retinoblastoma.  

Os pais não devem temer levar os filhos ao oftalmologista, já que, uma vez diagnosticado, o problema pode ser tratado de forma rápida e eficiente, reduzindo drasticamente o risco de sofrimento e as dificuldades escolares decorrentes da falta de cuidados.  

Síndrome do processamento visual

Um problema pouco conhecido, mas que compromete profundamente o aprendizado e o desenvolvimento escolar, é a síndrome do processamento visual. Trata-se de uma alteração na visão decorrente de distorções e sensibilidade a determinados tipos de luz. Os principais efeitos incluem:  

  • Dificuldade para ler, uma vez que as palavras parecem não parar na página
  • Cansaço visual
  • Fotofobia (desconforto com luzes fortes)
  • Dores de cabeça e nos olhos
  • Enjoos, principalmente no fim do dia
  • Dificuldades de noção espacial, que podem prejudicar a prática de esportes

A condição atinge aproximadamente 46% dos estudantes com dificuldades na fase escolar, tornando-se perceptível à medida que a demanda por leitura aumenta e o aluno não consegue acompanhar a turma. Geralmente, o professor é o primeiro a notar e informar aos pais. Já o estudante não imagina que algo está errado, pois nunca enxergou o mundo de outra forma.  

Para a síndrome, a solução é o uso de óculos especiais com filtros coloridos, ajustados de acordo com a necessidade de cada caso.

Mas quando levar pela primeira vez?  

Juliana recomenda que a criança vá ao oftalmologista pela primeira vez até seu primeiro aniversário. Nesta consulta inicial, os pais serão orientados sobre a frequência ideal de visitas ao especialista, de acordo com os resultados dos exames e fatores de risco. De forma geral, a maioria das crianças deve ir anualmente ao oftalmologista até completar 8 anos.  



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