Nos últimos quatro anos, o setor de estética cresceu 40% em atendimentos cirúrgicos e não cirúrgicos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps). Em 2023, mais de 15,8 milhões de cirurgias plásticas e 19,1 milhões de procedimentos não cirúrgicos foram realizados, movimentando US$ 82,6 bilhões.
A lipoaspiração liderou os procedimentos cirúrgicos, com 2,2 milhões de intervenções, superando a mamoplastia de aumento. O aumento da demanda reflete avanços médicos e o interesse crescente pela estética corporal, com o setor projetando um crescimento anual de 8,3% até 2030.
O cirurgião plástico Gustavo Saliba, do Hospital Semper, destaca que as cirurgias plásticas podem ter fins estéticos e/ou funcionais, com o objetivo de melhorar ou restaurar funções corporais. “Entre as cirurgias plásticas, com fins funcionais, mais comuns estão a correção de deformidades congênitas (como lábio leporino e fenda palatina), sequelas de traumas (como fraturas faciais), queimaduras, remoção tumoral e reconstrução mamária após câncer. Outros exemplos incluem reconstruções nasal, palpebral ou labial em casos de traumas ou remoção de tumores”, enumera.
Embora frequentemente associada à estética, a cirurgia plástica também pode contribuir significativamente para a qualidade de vida. Segundo o especialista, procedimentos funcionais são indicados para casos de dificuldades respiratórias, problemas visuais e reconstrução mamária após mastectomia, ajudando a restaurar a autoestima e o bem-estar. Elas também podem tratar queimaduras, promovendo a recuperação funcional, como no caso de fissuras labiopalatinas - melhorando fala, alimentação e respiração. “Podemos tratar deformidades, cicatrizes e sequelas de traumas, reduzindo insegurança, estigmatização e sintomas de ansiedade ou depressão. Procedimentos como reconstrução facial e mamária ajudam a superar impactos emocionais de acidentes ou câncer”.
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De acordo com o especialista, a mamoplastia redutora alivia dores causadas pela gigantomastia - um crescimento excessivo das mamas -, enquanto microcirurgias reconstrutivas são eficazes no tratamento de lesões em nervos e tendões. Já as cirurgias ortognáticas corrigem deformidades ósseas, favorecendo a mastigação e a respiração.
Entre os avanços tecnológicos na área, ele cita como exemplo a realidade aumentada, planejamento cirúrgico virtual, impressão 3D, engenharia de tecidos, microcirurgia e robótica aprimoram precisão e recuperação. Terapias com células-tronco e inteligência artificial personalizam e otimizam resultados.
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