OPINIÕES DIVIDIDAS

Luciano Huck critica operação no Rio e deputados reagem

Apresentador defendeu mudanças estruturais e políticas de inclusão após operação mais letal da história do estado

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Durante o encerramento do Domingão com Huck deste domingo (2/11), o apresentador Luciano Huck dedicou parte do programa para comentar a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro (RJ), considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos, entre suspeitos e agentes de segurança.

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"Eu sou paulista, uma parte da minha família segue em São Paulo, mas eu vivo nesta cidade há 25 anos. Foi aqui que a gente escolheu para criar os nossos filhos. E é uma tristeza que o mesmo modelo de segurança pública vem se repetindo há décadas sem nenhum resultado. Quantas vezes eu já não parei a programação aqui na TV Globo para falar desse assunto?", questionou o apresentador.

Em tom reflexivo, o apresentador lamentou a repetição de estratégias policiais que, segundo ele, não têm produzido resultados efetivos, e destacou a necessidade de ações coordenadas entre os diferentes níveis de governo.

"120 mortos numa operação policial no complexo do Alemão e da Penha. Por trás desse número, tem 120 mães que enterraram seus filhos. Você acha que conhece isso que elas sonharam quando essas crianças eram pequenas e corriam ali pelas vielas do Alemão ou da Penha? Claro que não. É preciso combater o narcotráfico com força total", disse.

"É preciso sufocar a parte financeira das organizações criminosas, das milícias, do tráfico e por aí vai. É preciso valorizar a polícia e o policial, mas é preciso mais do que isso. É preciso gerar oportunidade na perspectiva para quem nasce nesses recortes da cidade do Rio de Janeiro", completou.

O discurso, centrado na importância de oferecer oportunidades e referências positivas às populações das periferias cariocas, ressaltou que o combate ao crime deve vir acompanhado de políticas sociais e de pertencimento.

"Vale lembrar que a enorme maioria da população carioca vive nesses cantos da cidade e é também refém dessa violência. Não compactuam, não pertencem à violência urbana, que é a maior dor do Brasil, sem a menor dúvida atualmente. E quem lucra de verdade com a criminalidade não tá no complexo do Alemão e nem na Penha", enfatizou.

A manifestação de Huck repercutiu no meio político e dividiu opiniões. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) elogiou a fala e a considerou uma crítica oportuna ao modelo de segurança pública que, segundo ele, vem sendo reproduzido por governos de perfil conservador sem alcançar mudanças concretas. "Quatro governos de extrema direita e a mesma política de segurança que não leva a nada!", comentou.

Já o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) reagiu em tom oposto. Pelas redes sociais, o parlamentar criticou o apresentador e o acusou de defender criminosos ao questionar a operação. Engler destacou que a ação recebeu amplo apoio popular, conforme indicam pesquisas recentes sobre a percepção da população fluminense em relação ao confronto.

"O mamador Luciano Huck foi defender bandido em rede nacional, vagabundagem que traficava, matava, roubava e estuprava", comentou. 

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O debate ocorre em meio à disputa de narrativas sobre a letalidade policial no Rio e o papel do Estado nas comunidades. Um dia após a operação, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que "de vítima, só tivemos os policiais" e classificou a ação como um "dia histórico" no combate à criminalidade.

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