Autoridades brasileiras que tiveram problemas na Justiça fora do país
O caso da deputada não é o primeiro; relembre as histórias de outros políticos e empresários do Brasil que enfrentaram investigações, prisões ou condenações no exterior
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O parecer favorável do Ministério Público da Itália à extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) lança luz sobre um cenário recorrente na política nacional. Presa em Roma desde julho, após fugir de uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), a parlamentar engrossa a lista de figuras públicas brasileiras que enfrentaram problemas com a Justiça fora do país.
Situações como essa expõem as complexas teias de acordos internacionais e a atuação de órgãos como a Interpol. A história recente mostra que a fuga nem sempre é uma solução definitiva, e o status político não garante imunidade absoluta no exterior.
O caso de Paulo Maluf é um dos mais emblemáticos. Condenado na França por lavagem de dinheiro, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, o que o impede de deixar o Brasil sob o risco de ser preso.
Outro episódio notório foi o de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, que fugiu para a Itália usando documentos falsos após sua condenação no escândalo do Mensalão. Após um longo processo judicial, ele foi extraditado e cumpriu pena no Brasil.
O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira foi alvo de investigações nos Estados Unidos e na Espanha por corrupção. Ele permanece no Brasil, país que não extradita seus próprios cidadãos, para evitar a prisão.
O que acontece quando um político é alvo no exterior?
Esses episódios levantam uma dúvida comum: como funciona o processo quando uma autoridade brasileira se torna alvo da Justiça em outro país? Entender os passos ajuda a dimensionar a gravidade da situação e as possíveis consequências. O caminho geralmente segue algumas etapas cruciais.
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Pedido de cooperação ou extradição: o Brasil, por meio de seus canais diplomáticos e judiciais, formaliza um pedido ao país onde o político se encontra. Esse pedido deve ser baseado em um mandado de prisão válido ou em uma condenação definitiva.
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Análise da justiça local: o sistema judiciário do país estrangeiro avalia se o pedido cumpre os requisitos legais e os tratados bilaterais. Fatores como dupla cidadania podem influenciar, mas não impedir o processo, como visto no caso Pizzolato.
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Decisão final: a decisão de extraditar pode envolver tanto o poder judiciário quanto o poder executivo do país estrangeiro. Crimes políticos ou o risco de tratamento desumano podem ser usados como argumentos para negar o pedido.
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Imunidade diplomática: a imunidade parlamentar ou de outros cargos geralmente não se aplica a crimes comuns cometidos em jurisdições estrangeiras, especialmente se não estiverem diretamente ligados ao exercício da função pública.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.