Guia prático para identificar um vídeo de político feito com IA
Da movimentação dos olhos a inconsistências na voz: veja dicas e ferramentas simples para não cair em 'deepfakes' durante o período eleitoral
compartilhe
SIGA
Vídeos de políticos criados por inteligência artificial já são uma realidade no cenário eleitoral brasileiro. Essas montagens, conhecidas como "deepfakes", usam tecnologia avançada para criar conteúdos falsos, mas convincentes, com o objetivo de espalhar desinformação ou manipular a opinião pública. Aprender a identificar os sinais de manipulação tornou-se uma ferramenta essencial para o eleitor.
-
Deepfakes com candidatos são novo risco na campanha eleitoral brasileira
-
O perigo da ascensão das fake news geradas pelas IAs no Brasil
Um "deepfake" combina áudio e vídeo de uma pessoa para fazê-la dizer ou fazer algo que nunca aconteceu. Embora a tecnologia esteja cada vez mais sofisticada, a maioria das criações ainda deixa rastros que podem ser percebidos com um olhar atento. Detalhes como a movimentação dos olhos, a textura da pele e a sincronia labial costumam entregar a fraude.
Analisar o contexto em que o vídeo foi compartilhado também é fundamental. Conteúdos polêmicos ou chocantes, divulgados primeiro em redes sociais ou aplicativos de mensagem, sem a cobertura de veículos de imprensa confiáveis, são um forte indício de manipulação. A desconfiança é o primeiro passo para evitar a disseminação de notícias falsas.
Leia Mais
Sinais de alerta para identificar um 'deepfake'
-
Olhos e piscar: a movimentação dos olhos pode parecer robótica ou pouco natural. Fique atento à frequência com que a pessoa pisca. Vídeos manipulados frequentemente mostram piscadas em excesso ou a ausência delas.
-
Sincronia labial: observe se a fala não corresponde perfeitamente ao movimento da boca. Muitas vezes, há um pequeno atraso ou uma falta de sincronia que denuncia a manipulação digital.
-
Pele e rosto: a pele pode parecer excessivamente lisa, como se tivesse um filtro, ou borrada em alguns pontos. As bordas do rosto, especialmente perto do cabelo e do pescoço, podem apresentar falhas ou distorções.
-
Iluminação inconsistente: verifique se as sombras no rosto da pessoa correspondem à iluminação do ambiente. Inconsistências, como uma sombra que não faz sentido, são um forte sinal de alerta.
-
Voz e áudio: uma fala sem emoção, com ritmo estranho ou pausas artificiais, pode indicar que o áudio foi gerado por IA. Ruídos de fundo que não condizem com a cena também são suspeitos.
Dicas e ferramentas práticas
-
Reduza a velocidade do vídeo: use os controles da plataforma, como no YouTube, para assistir em câmera lenta (0.25x ou 0.5x). Isso facilita a identificação de falhas na sincronia labial e distorções no rosto.
-
Procure a fonte original: antes de acreditar ou compartilhar, verifique se o vídeo foi publicado nos canais oficiais do político ou em veículos de imprensa conhecidos. A ausência do conteúdo nessas fontes é um grande indício de falsidade.
-
Pesquise por capturas de tela: tire um print de um trecho do vídeo e use a busca reversa de imagens no Google. Isso pode ajudar a encontrar a origem do clipe ou revelar se ele já foi desmentido por agências de checagem.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.