Engler chama adversários de 'nazistas' e deputada vai ao Conselho de Ética
Deputado criticou parlamentares contrários ao PEC que assegura direito à vida desde a concepção. Deputada diz que projeto impede aborto em caso de estupro
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Siga noA deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) afirmou, nesta terça-feira (24/6) que vai entrar no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra o deputado estadual Bruno Engler (PL) após o parlamentar chamar, durante uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de "nazista de luvas brancas" quem é contrário a Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 26/2023, que prevê assegurar o direito à vida desde a concepção, inclusive em casos de mulheres que tenham engravidado em decorrência de estupro.
"Verdadeiros nazistas de luvas brancas, como dizia o finado Papa Francisco, pessoas que querem preservar infância matando-a", disse Engler, após a deputada se colocar contrária ao projeto.
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A discussão começou após ser anunciado o pedido de retirada da PEC da pauta do dia, ao que a deputada Bella Gonçalves afirmou que o projeto pode impedir que mulheres que tenham sido estupradas ou que possam exercer aborto legal, o façam, além de prejudicar fertilizações in vitro e pesquisas genéticas.
"Minas Gerais não pode construir um regramento estadual diferente do regramento federal. É um projeto que representa um retrocesso gigante para o Brasil porque pode prejudicar pesquisas genéticas, embrionárias, fertilização in vitro, quanto também o exercício do aborto legal em casos de estupro", reclamou a pessolista.
Engler afirmou que o estuprador não é beneficiado pelo projeto, mas que os críticos ao projeto são contrários à pena de morte e contra castração química para quem prática esse crime.
A deputada estadual Lohana França (PV) também afirmou que o projeto também propõe que mulheres que tenham uma gravidez de risco possam ouvir os batimentos cardíacos do feto.
"Você vai ser torturada ouvindo os batimentos cardíacos do neném que você sonhou, que você planejou, mas que você não vai poder levar pra frente porque, infelizmente, simboliza um risco a sua vida", afirmou a deputada.
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Ao final da discussão, a PEC foi retirada de pauta da ordem do dia com o voto contrário do deputado bolsonarista.