Secretário de Educação defende a federalização da UEMG e a venda de imóveis
Igor de Alvarenga Oliveira disse que a pasta vai apoiar a melhor solução para a dívida de Minas Gerais com a União
compartilhe
Siga noO secretário de Educação de Minas, Igor de Alvarenga Oliveira, disse nesta quinta-feira (5/6) que é favorável à transferência da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e dos imóveis da pasta para amortizar a dívida do estado com a União, avaliada em R$ 170 bilhões. Os ativos devem ser oferecidos pelo estado no âmbito das negociações do Programa de Pleno Pagamento da Dívida (Propag).
O gestor foi questionado sobre o assunto pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, durante audiência de prestação de contas. Segundo o secretário, não há interesse do governo em mudar a gestão da UEMG para uma instituição privada.
Leia Mais
“Quando se fala em federalização da gestão da UEMG, nós não estamos dizendo de federalizar os ativos da UEMG. Estamos federalizando imóveis e passando a gestão para o governo federal. A universidade continua pública para que continue a atender aos estudantes”, disse.
Segundo Beatriz Cerqueira, havia uma expectativa para saber quais estudos embasaram os pedidos de federalização de ativos, e se a pasta apontou a viabilidade técnica e jurídica das transferências. Contudo, Oliveira negou que houvessem pareceres técnicos sobre o assunto. Segundo ele, questões como a gestão dos servidores em meio a federalização devem ser tratadas com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).
Ainda de acordo com o Secretário, a pasta será favorável a melhor solução para a dívida. “Sabemos que algumas posições podem não agradar, mas a Secretaria de Estado de Educação está empenhada para achar uma solução. Sendo necessário federalizar algum imóvel, sendo necessário alienar algum imóvel, a Secretaria de Estado de Educação tem a posição e será favorável à solução”, disse.
- Secretário de Zema pede ajuda para tirar imóveis da Cultura do Propag
- O que está por trás dos interesses de Macron em Lula e no Brasil
O plano do governo é oferecer o máximo de ativos para a União com o objetivo de amortizar 20% do valor total da dívida - R$ 34 bilhões. Se o plano for bem sucedido, os juros de correção da dívida, medido pela inflação mais 4% ao ano, podem ser zerados. No cálculo do Executivo, é preciso chegar a R$ 40 bilhões para haver uma margem para o caso de uma eventual recusa do governo federal.
No início de maio, o vice-governador Mateus Simões (Novo) apresentou uma estimativa inicial dos ativos: R$ 22 bilhões do complexo Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) e Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais); R$ 4 bilhões da Copasa; R$ 7 bilhões da Cemig; R$ 2 bilhões em imóveis; R$ 2 bilhões de compensações pela Lei Kandir; e R$ 3 bilhões em dívida ativa.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Contudo, a entrega da UEMG provoca protestos de professores e alunos. O Conselho Universitário também se manifestou contra a proposta, argumentando que “representa risco real à existência da Universidade, em especial no que se refere à sua autonomia”. “A aprovação dos projetos desrespeita a autonomia didático-científica, financeira e patrimonial e coloca em risco bens materiais e imateriais que prestam relevantes serviços à comunidade mineira.