Brigadeiro cita 'desconforto' com 'Garantia da Lei e da Ordem' de Bolsonaro
Brigadeiro Baptista Júnior afirmou que militares e ministro da Defesa informaram Bolsonaro de que não havia nenhum indício de fraude nas urnas
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Siga noO brigadeiro Carlos Almeida de Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica durante o período final do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou, em seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a sugestão do então governo federal de adoção de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) não era o que ele estava acostumado a ver nas forças de segurança.
"Começamos a ficar desconfortáveis", sintetizou o militar.
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Baptista Júnior afirmou que a GLO que os militares trabalhavam. após o resultado da eleição presidencial de 2022. visava a uma possível convulsão social no país. E disse ainda que avisou a Bolsonaro: "Aconteça o que acontecer, em 1º de janeiro. o senhor não será o presidente".
Já a GLO apresentada por Bolsonaro, segundo o brigadeiro entendeu, tinha como intuito impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A possibilidade de adoção da GLO começou depois que os militares informarem Bolsonaro de que não havia sido descoberto nenhum indício de fraude nas urnas. O então presidente indagou se haveria outra medida jurídica que pudesse ser adotada para que ele se mantivesse no cargo.
O brigadeiro ainda relatou que foi discutida, durante as reuniões, a possibilidade de prisão do ministro da Suprema Corte e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) naquela altura, Alexandre de Moraes.
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"'Vai prender Alexandre de Moraes? Vai! Amanhã, o STF vai dar um habeas corpus para soltar ele, e a gente vai fazer o quê? Prender os outros 11 ministros?'. Era buscando uma solução que já estava no campo do desconforto", disse.