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GUERRA TARIFÁRIA

Taxação de Trump sobre aço e alumínio gera preocupação em Minas

A medida, que afeta diretamente o setor siderúrgico, pode prejudicar especialmente Minas Gerais, o maior produtor de aço bruto do país

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A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio a partir de 12 de março gerou uma onda de preocupação na Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi). A medida, que afeta diretamente o setor siderúrgico, pode prejudicar especialmente Minas Gerais, o maior produtor de aço bruto do país, onde a ArcelorMittal se destaca como um dos principais exportadores.

A imposição das tarifas se soma a outros fatores que já impactam negativamente a economia regional. O cancelamento da expansão da Usina de João Monlevade e a paralisação da Mina de Água Limpa, em Rio Piracicaba, operada pela Vale, são apenas alguns dos obstáculos enfrentados. Juntas, essas decisões representam um golpe na geração de empregos, na arrecadação de impostos e na estabilidade financeira dos municípios da região.

 

"Como prefeito, sei que essas decisões afetam diretamente nossas receitas e a capacidade dos municípios de investir no bem-estar da população. Minas Gerais tem uma economia historicamente baseada na mineração e na siderurgia, mas precisamos repensar esse modelo para não ficarmos reféns das oscilações do mercado internacional", afirmou Augusto Henrique, prefeito de Rio Piracicaba e presidente da Amepi.

Presidente da Associação de Municípios do Médio Piracicaba (Amepi) fala da preoucupação com a economia, a partir da taxação de Trump sobre o aço, suspensão da expansão da usina de Monlevade e paralisação de mina da Vale em Rio Piracicaba

Presidente da Associação de Municípios do Médio Piracicaba (Amepi) fala da preoucupação com a economia, a partir da taxação de Trump sobre o aço, suspensão da expansão da usina de Monlevade e paralisação de mina da Vale em Rio Piracicaba

Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba/Reprodução

A Amepi destaca a urgência de uma estratégia para diversificar a economia regional, com investimentos em setores como tecnologia, turismo, agronegócio e educação. Cidades como Itabira e São Gonçalo do Rio Abaixo já estão buscando alternativas, mas a entidade reforça que esse processo precisa ser acelerado.

A associação propõe uma ação conjunta entre prefeitos, empresários, lideranças comunitárias e entidades como a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), a Associação Mineira de Municípios (AMM) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). "Não podemos mais adiar esse debate. Precisamos de planejamento, inovação e colaboração para construir um novo modelo econômico que garanta emprego, renda e desenvolvimento para o Médio Piracicaba. O desafio é grande, mas o tempo é curto", concluiu Augusto Henrique.

As tarifas de Trump e seus impactos

A imposição das tarifas de 25% para o aço e 10% para o alumínio é uma das promessas de campanha do presidente norte-americano. Ele justificou a medida afirmando que a América precisa priorizar sua indústria e criar um ambiente favorável ao ressurgimento da manufatura nacional, algo que, segundo ele, não se vê há décadas.

"Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam aqui, não em terras estrangeiras. Precisamos proteger nossas indústrias e fortalecer a produção dos EUA", disse Trump, destacando que as tarifas de 25% valerão para todos os países, sem exceções. Empresas que transferirem suas operações para os Estados Unidos poderiam ser isentas das tarifas.

No entanto, as implicações dessas tarifas podem ser sentidas não apenas pelos países afetados, como o Brasil, mas também pelas indústrias norte-americanas, que podem enfrentar aumentos nos custos e mudanças nas cadeias globais de suprimentos.

A reação do governo brasileiro não foi imediata. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo aguardará "decisões concretas" de Trump antes de se manifestar. Por outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que, caso as tarifas sejam elevadas, o Brasil adotará uma política de "reciprocidade", com aumento da taxação sobre produtos dos Estados Unidos.

No Brasil, o impacto das tarifas poderia ser significativo, especialmente para as siderúrgicas, que têm o mercado norte-americano como um dos maiores destinos das exportações de aço. No entanto, o economista Bernardo Guimarães, da FGV EESP, acredita que as tarifas poderão ser amenizadas, considerando a pressão da indústria nacional dos EUA e o histórico de decisões semelhantes em mandatos anteriores.

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Com os preços mais altos devido às tarifas, a inflação poderá ser pressionada e as empresas americanas podem se encontrar em desvantagem competitiva. O Brasil, por sua vez, terá que buscar novos parceiros comerciais para suprir a demanda de suas siderúrgicas, o que pode gerar novas dinâmicas no comércio global.

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