Lula parabeniza Trump pela posse e cita 'amizade' entre Brasil e EUA
Presidente do Brasil mandou mensagem pelas redes sociais e desejou ao republicano um "mandato exitoso"
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Siga noO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou o republicano Donald Trump pela sua posse como presidente dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (20/1). Pelas redes sociais, o petista afirmou que a relação entre os países é marcada pela cooperação, “fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica”.
“Nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nessas e outras parcerias. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para a prosperidade e o bem-estar do povo dos Estados Unidos e um mundo mais justo e pacífico”, disse Lula.
Trump retorna para seu segundo mandato na Casa Branca como 47º presidente dos Estados Unidos. O republicano é o mais velho a assumir a cadeira da superpotência ocidental, superando o recorde do democrata Joe Biden.
Ele assume com 78 anos e sete meses de idade. Biden tinha 78 anos e dois meses quando tomou posse em 2021.
Sua volta ao poder é cercada por grande expectativa, por causa de suas promessas de campanha e dos últimos pronunciamentos, que vão desde a deportação em massa de imigrantes ilegais até a anexação do Canadá e da Groenlândia aos Estados Unidos, passando pela taxação de produtos importantes, o que preocupa diretamente o Brasil.
Durante a campanha, Lula quebrou a tradição da diplomacia brasileira e declarou apoio à ex-vice-presidente Kamala Harris. Não é de costume o chefe do Executivo brasileiro se manifestar sobre eleições estrangeiras.
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Para o cientista político Leonardo Neves Paz, pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor no Departamento de Relações Internacionais da Faculdade Ibmec, o posicionamento do petista pode gerar algum tipo de ressentimento, mas o Brasil não deve ser uma prioridade de Trump.
“O Brasil não está nas prioridades de Donald Trump. A expectativa de uma relação entre Brasil e Estados Unidos é de uma relação fria. Minha aposta é um relacionamento basicamente institucional via máquinas diplomáticas dos dois países, sem grandes iniciativas em conjunto”, disse.
Ele ressalta ainda que os recentes embates entre o governo brasileiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o bilionário Elon Musk podem causar algum problema. Musk, dono da rede social X e das empresas Tesla e SpaceX, será membro do governo Trump como um dos chefes do Departamento de Eficiência Governamental, responsável por desburocratizar a máquina estatal americana.
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“A grande questão é entender qual será a influência do Elon Musk no governo americano. O Brasil é um grande mercado para a mídia social dele, então, em tese, ele não pode prescindir do Brasil. Mas também parece que vai ser um ator chave em outros países, não acho que o Brasil seja uma grande prioridade. Mas pode ter momentos em que ele possa se inclinar para influenciar algum tipo de ação do governo para defender seus próprios interesses no Brasil”, explicou o especialista.