Ligia Gonçalves Diniz conquista prêmio da Biblioteca Nacional
Ensaio da pesquisadora da UFMG discute como modelos de masculinidade estruturam leitura, desejo e narrativa, e por que a crítica não deve buscar conciliação
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Professora-adjunta da Faculdade de Letras da UFMG, Ligia Gonçalves Diniz venceu o prêmio da Biblioteca Nacional de 2025 na categoria Ensaio Literário com “O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção” (Zahar). Professora de Teoria da Literatura na UFMG, Ligia examina como certas representações masculinas se consolidaram na tradição ocidental e como essas figuras seguem organizando leitura, crítica e imaginário. O livro, lançado pela Zahar, parte da relação da autora com obras que formaram sua trajetória, sem excluir tensões internas desse repertório.
Em entrevista ao Pensar do Estado de Minas, em 2024, Ligia afirmou que a análise não busca conciliação: “Pensar em reconciliação não me parece algo produtivo”. Ela também recusou simplificações na leitura de personagens problemáticos: “um personagem machista não torna o autor ou o livro machistas, não necessariamente”. Ela ainda destacou que essas influências são constitutivas da formação de qualquer leitor: “Como eu faço para recusar todas essas influências que são parte do que eu sou?”.
Leia: Eles por ela: 'O homem não existe' discute a masculinidade na literatura
Em segundo lugar ficou Silviano Santiago com “O grande relógio: a que hora o mundo recomeça - Caderno em andamento 1” (Editora Nós) e, na terceira colocação, “Modernismo negro: a literatura de Lima Barreto” (Segundo Selo), do professor Jorge Augusto, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. A entrega do Prêmio Mário de Andrade e das outras categorias está marcada para o dia três de dezembro.