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A COP30 e o desafio de liderar a transição para um mundo regenerativo

Quando inserida como eixo de performance e reputação, torna-se um ativo econômico e simbólico de valor inestimável

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Claudia Bernardino - Advogada, conselheira, embaixadora do projeto Amazônia Que Eu Quero e associada da Conselheiros TrendsInnovation

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A COP30, realizada em Belém, representa mais do que uma conferência internacional sobre o clima. É um marco simbólico e prático na redefinição da relação entre economia, sociedade e natureza. Pela primeira vez, o maior bioma tropical do planeta é palco de discussões que ultrapassam as fronteiras da sustentabilidade para adentrar o território da regeneração, onde o desafio não é apenas reduzir danos, mas reconstruir sistemas econômicos e produtivos que devolvam equilíbrio ao meio ambiente.


Esse novo paradigma exige uma transformação profunda na forma como empresas e conselhos de administração enxergam o valor. O modelo tradicional, baseado na compensação – em que o impacto negativo é apenas mitigado – está se esgotando. O futuro pertence às organizações capazes de gerar valor regenerativo, que integrem biodiversidade, inovação e inclusão social como pilares indissociáveis de competitividade.


No contexto da COP30, o Brasil tem uma oportunidade única de se consolidar como protagonista global dessa agenda. A Amazônia, muitas vezes vista apenas como um ativo ambiental, é, na verdade, o maior laboratório vivo de inovação regenerativa do planeta. O bioma abriga soluções naturais, tecnológicas e socioculturais capazes de inspirar novos modelos de negócios sustentáveis baseados em ciência, bioeconomia e respeito às comunidades locais. Liderar essa transformação significa compreender que investir na floresta é investir no futuro dos negócios.


Para o setor corporativo, esse movimento exige uma nova mentalidade de governança. Conselhos e lideranças empresariais têm papel essencial em acelerar a transição, incorporando métricas socioambientais e de impacto positivo ao centro das decisões estratégicas. A sustentabilidade, quando tratada como pauta periférica, perde potência; quando inserida como eixo de performance e reputação, torna-se um ativo econômico e simbólico de valor inestimável.


Empresas com governanças alinhadas à transição regenerativa serão aquelas que compreenderem o poder das métricas não financeiras, da transparência e do engajamento multissetorial. A construção de cadeias de valor regenerativas, o incentivo à inovação verde e a adoção de políticas de diversidade e inclusão são, hoje, indicadores claros de maturidade institucional e preparo para o futuro.


O desafio é que essa transição não se dará apenas por pressão regulatória ou demanda de investidores. Ela exige liderança visionária, coragem para rever práticas e compromisso genuíno com o legado. Os conselhos precisam atuar como catalisadores desse movimento questionando, provocando e orientando as empresas a adotarem uma visão de longo prazo, onde prosperidade econômica e equilíbrio ambiental não sejam opostos, mas partes de um mesmo propósito.


A COP30 nos convoca a repensar o que significa liderar no século 21. O verdadeiro protagonismo empresarial não estará nas metas de neutralização de carbono, mas na capacidade de restaurar, regenerar e inspirar. As lideranças que compreenderem esse chamado serão as que conduzirão não apenas a transformação dos negócios, mas a construção de um futuro mais resiliente, justo e vivo, para o planeta e para todos nós.

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