EDITORIAL

Conscientização para uma sociedade melhor

Um Brasil acessível, independentemente das condições, e consciente das possibilidades de se salvar vidas é a meta das duas datas destacadas neste mês

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Duas discussões relevantes são propostas este mês no Brasil. O Setembro Verde, oficializado em 2005 pelo governo federal, joga luz sobre a inclusão social da pessoa com deficiência e a importância da doação de órgãos. Temas que ainda carregam preconceitos e obstáculos no país.

No próximo domingo é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e, em 27, o Dia Nacional da Doação de Órgãos. As datas, apesar de não terem sido criadas conjuntamente, estabelecem um marco para a realização de campanhas de conscientização da população, além de incentivar ações que tragam benefícios sociais relevantes.

Dados preliminares do Censo 2022 indicam a presença de 14,4 milhões de pessoas com deficiência (PCDs) a partir de dois anos de idade, representando 7,3% dos brasileiros nessa faixa etária. Os PCDs enfrentam múltiplos desafios, que vão desde questões práticas, como a locomoção, até situações abstratas de reconhecimento de suas capacidades. A falta de acessibilidade, sem as adaptações físicas adequadas (rampas, elevadores etc), a ausência de ajustes tecnológicos e de comunicação dificultam a plena participação desses cidadãos na dinâmica do cotidiano.

A descrença na capacidade das pessoas com deficiência e a subestimação de suas competências são outras barreiras atitudinais significativas. Embora o capacitismo seja uma pauta de debate cada vez mais constante na sociedade, muitos direitos ainda são desrespeitados. O acesso ao ensino de qualidade, por exemplo, é um ponto que precisa avançar. A oferta de empregos de melhor qualificação, com salários mais elevados, é outra questão.

A Lei Brasileira de Inclusão, de 2015, busca assegurar a igualdade de condições. Ela abrange diversas áreas – educação, saúde, trabalho, cultura e tecnologia – de maneira a promover inclusão social e cidadania, além de proteger contra a discriminação e o preconceito. Mas, no dia a dia, a realidade mostra que essa é uma causa que exige atuação mais firme dos governos e das instituições no país.

Da mesma forma, a doação de órgãos demanda maior investimento, apesar de os índices apresentarem melhora. Em 2024, o país ultrapassou 30 mil transplantes de órgãos e tecidos, superando os 28.700 de 2023 e atingindo um recorde histórico. Desse número, cerca de 85% dos procedimentos foram realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, em junho deste ano a fila de transplantes era de aproximadamente 78 mil pessoas à espera de órgãos, principalmente rim, córnea e fígado, e tecidos. O país possui um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo, e uma mobilização maior da população pode atingir os resultados esperados.

A recusa dos familiares em consentir a doação continua sendo um grande obstáculo, que, na maioria das vezes, é motivada pela falta de informação e pelo desconhecimento do processo. Nesse sentido, incentivar a conversa a respeito do assunto em casa é fundamental para a tomada de decisão.

Um Brasil acessível, independentemente das condições, e consciente das possibilidades de se salvar vidas é a meta das duas datas destacadas neste mês. O que se espera, então, é que as iniciativas sejam desenvolvidas com eficiência para que a sociedade se sensibilize sobre ambos os temas.

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