Dia da Terra: cultivamos um futuro sustentável?

22 de Abril é o Dia da Terra, uma data criada para reforçar a importância da proteção ambiental. Mas estamos fazendo isso certo?

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Paulo de Godoy

Country manager da Pure Storage

Desde quando começamos a celebrar este dia, em 1970, o mundo mudou radicalmente. A industrialização e os avanços tecnológicos transformaram a sociedade, e inovações como a IA e os data centers em hiperescala trouxeram novos desafios, como o aumento do consumo de energia e da pegada de carbono.

Com o avanço da economia digital, crescem também as pressões sobre o meio ambiente, tornando os esforços de sustentabilidade mais urgentes. A missão original do Dia da Terra – proteger o planeta – nunca foi tão relevante. É hora de equilibrar inovação e responsabilidade para garantir um futuro sustentável para todos.


O tema do Dia da Terra deste ano é “Nosso Poder, Nosso Planeta”, e a organização desta celebração defende que a geração global de energia renovável seja triplicada até 2030. O tema faz sentido, especialmente no contexto atual, com data centers e tecnologias como a IA exercendo uma imensa pressão sobre as redes elétricas e o meio ambiente. Por exemplo, em toda a Europa, quase 450 milhões de pessoas dependem de data centers para armazenar tudo, desde fotos e vídeos pessoais a e-mails e transações comerciais. Os data centers europeus consomem cerca de 96 terawatts-hora de eletricidade por ano. Para colocar em perspectiva, isso é aproximadamente equivalente ao consumo de eletricidade da Holanda, Polônia, Irlanda e Romênia juntas.


Como sabemos, os combustíveis fósseis são os principais emissores de gases de efeito estufa e, portanto, os principais contribuintes para o aquecimento global. De acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA, em 2023, o petróleo foi responsável por aproximadamente 38% do consumo de energia dos EUA e por 47% das emissões de CO2 relacionadas à energia nos EUA. A utilização de fontes de energia renováveis é crucial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, pois as energias renováveis geram eletricidade sem produzir dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa.


No entanto, a energia renovável é apenas parte da solução. Até 2030, espera-se que a demanda energética dos data centers europeus triplique, o que poderá representar 43% das necessidades de eletricidade dos europeus. Esse aumento exponencial exige fontes alternativas de energia, como as renováveis, mas também mudanças fundamentais no nível tecnológico para mitigar as necessidades energéticas dos data centers nesta nova era.


Os data centers operam 24 horas por dia, abrigando três tecnologias principais: servidores para processar dados, sistemas de armazenamento para armazená-los e redes de alta velocidade para movê-los. Para manter esses sistemas refrigerados e funcionais, também são necessários sistemas adicionais de resfriamento e prevenção de incêndios, que consomem muita energia, às vezes até metade da energia usada pelo próprio equipamento de TI.


Não é só a energia que precisa ser considerada quando se trata de resfriamento, mas também a água. Muitos data centers utilizam resfriamento evaporativo, no qual uma fina névoa de água é pulverizada sobre painéis de tecido, o calor ambiente é absorvido pela água e, assim, resfria o ar na área. É uma ideia inteligente, mas problemática, dada a pressão que as mudanças climáticas estão exercendo sobre os recursos hídricos, especialmente em áreas urbanas.

O lixo eletrônico é outro problema ambiental em rápido crescimento, com os data centers contribuindo significativamente para isso devido aos ciclos de atualização de hardware a cada 3 a 5 anos. Essa substituição constante resulta no descarte de enormes quantidades de equipamentos obsoletos, muitos dos quais contêm substâncias nocivas como chumbo e mercúrio. Globalmente, apenas cerca de 12,5% do lixo eletrônico é reciclado, enquanto o restante frequentemente vai parar em aterros sanitários, o que gera outro um grande problema.


Para melhorar a eficiência energética em redes e servidores em data centers, é preciso ampliar o foco na otimização da relação entre hardware e software, virtualização, gerenciamento inteligente de energia, resfriamento e uso de fontes de energia renováveis.


Em termos de armazenamento de dados, estimativas do setor sugerem que mais de 80% do armazenamento de dados comercializado anualmente consiste em unidades de disco rígido magnéticas (HDDs). Esses HDDs são relíquias do passado, que absorvem avidamente a energia que poderiam ser aproveitadas de melhor forma em outras áreas. O armazenamento flash, a mesma tecnologia usada em smartphones e laptops, destaca-se como uma solução eficaz. Dando um passo além do flash em smartphones, alguns fabricantes utilizam o flash "bruto" para construir seus conjuntos flash, em vez de depender da compra de SSDs comuns, que se comunicam com seus drives flash da mesma forma que fariam com um disco rígido legado.


Isso maximiza os recursos do flash e proporciona melhor desempenho, utilização de energia e eficiência. Com esse tipo de flash, as empresas podem reduzir seus requisitos administrativos, de espaço e de energia relacionados ao armazenamento em até 95% em comparação com soluções de HDD.


Está claro que os desafios de sustentabilidade que nosso planeta enfrenta estão cada vez mais urgentes. Embora a energia renovável seja uma parte crucial da solução, a adoção das tecnologias mais eficientes em termos energéticos também tem um papel significativo. Ao optar por tecnologias mais sustentáveis, podemos reduzir significativamente o consumo de energia e ajudar a preservar o meio ambiente.


A missão do Dia da Terra – proteger e sustentar o planeta – continua tão importante quanto há 55 anos. É hora de agir. Sustentabilidade e progresso podem andar de mãos dadas, desde que as escolhas tecnológicas certas sejam feitas agora. 

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