Amanhã também é o Dia Mundial da Paz no Trânsito
A paz no trânsito vai além da direção segura – ela se traduz em uma convivência harmoniosa, baseada no respeito mútuo, na empatia e na responsabilidade coletiva
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Siga noDeusuite Matos
Presidente da BHTrans
Odia 21 de abril, além de marcar uma data histórica como a Inconfidência Mineira, também nos convida a uma reflexão essencial: o Dia Mundial da Paz no Trânsito. Falar sobre paz no trânsito é falar sobre vidas. É reconhecer que a mobilidade em todas as cidades é um direito fundamental de todos, independentemente do meio de transporte utilizado, da origem, destino ou da condição física de cada pessoa.
Vivemos em um cenário urbano onde a convivência entre diferentes modais de transporte exige mais do que regras de circulação. É necessário promover uma verdadeira cultura de respeito, empatia e responsabilidade mútua entre motoristas, motociclistas, ciclistas, pedestres e passageiros.
A paz no trânsito é construída diariamente por atitudes simples do dia a dia pelas ruas e avenidas da cidade como atravessar na faixa com atenção, ceder a vez, não usar o celular ao volante, respeitar os limites de velocidade e, sobretudo, agir com gentileza.
Infelizmente, os números mostram que ainda temos um longo caminho a percorrer. Em 2023, Belo Horizonte registrou 178 mortes no trânsito. Destas, 96 (53,9%) estavam na faixa etária de 18 a 39 anos. Jovens entre 18 e 29 anos representaram a maior concentração de fatalidades, com 61 vítimas, sendo 46 (75,4%) ocupantes de motocicletas. Já entre os idosos com 60 anos ou mais, 32 vidas foram perdidas, das quais 22 (68,8%) eram pedestres. Estes dados foram extraídos do Relatório de Sinistros e de Vítimas de Trânsito, Graves e Fatais de 2023, do projeto Vida no Trânsito. Além disso, pedestres e motociclistas foram os mais atingidos, somando 147 das 178 mortes (82,6%). Tragédias, muitas vezes, evitáveis com atitudes conscientes e responsáveis.
Desde sua implementação entre 2010 e 2014, o Projeto Vida no Trânsito tem sido uma importante ferramenta para embasar políticas públicas voltadas à redução da violência no trânsito. A iniciativa promove a integração entre saúde, mobilidade, educação, segurança e outros setores, com foco na prevenção de acidentes e na promoção da cultura de paz. Em Belo Horizonte, além dos fatores clássicos como álcool e velocidade, também são analisados os conflitos entre pedestres, motociclistas e outros veículos.
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte e da BHTrans, aposta fortemente na educação e na melhoria da infraestrutura para promover a segurança viária.
Ações educativas são desenvolvidas ao longo do ano em escolas, terminais de ônibus e pontos estratégicos, com o objetivo de conscientizar a população sobre comportamentos seguros. Agentes de trânsito atuam para garantir o cumprimento das normas.
No campo da infraestrutura, os investimentos incluem sinalização, ampliação de ciclovias, faixas de pedestres mais visíveis, iluminação pública eficiente e melhorias na acessibilidade, dentre outros. Tudo isso visando proteger as pessoas.
Preservar vidas é a missão que nos guia. A paz no trânsito vai além da direção segura – ela se traduz em uma convivência harmoniosa, baseada no respeito mútuo, na empatia e na responsabilidade coletiva.
Em um país onde o trânsito ainda é uma das principais causas de morte, mudar hábitos e rever atitudes é urgente. Porque quando cada um faz a sua parte, todos chegam ao seu destino – e o fazem em segurança.