MULHERES INVISIBILIZADAS

Projeto resgata trajetórias de mulheres apagadas pelo tempo

'Elas na História', iniciativa da historiadora Jessica Santana, utiliza as redes sociais de forma estratégica para democratizar o conhecimento histórico

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A história pública no Brasil acaba de ganhar um reforço significativo com o surgimento do Elas na História, projeto dedicado a recuperar e divulgar histórias de mulheres invisibilizadas pelas narrativas tradicionais. A iniciativa é da historiadora Jessica Santana de Assis Alves, doutora pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e vencedora de Menção Honrosa no concurso nacional de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), reconhecimento que impulsiona o alcance e a relevância social de seu trabalho.

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O projeto combina rigor acadêmico, linguagem acessível e uso estratégico das redes sociais para democratizar o conhecimento histórico e ampliar a visibilidade de personagens femininas fundamentais para a formação do país, atraindo a atenção de públicos diversos e aproximando o cotidiano da produção científica.

O texto tem como base a tese de doutorado de Jessica, intitulada “À frente dos negócios: a atuação de viúvas na direção de comércios de secos e molhados na cidade do Rio de Janeiro (1850-1889)”, orientada pela professora Fabiane Popinigis, especialista em História Social do Trabalho.

O estudo analisa o protagonismo de viúvas que administraram pequenos estabelecimentos comerciais na capital fluminense no século XIX, garantindo a subsistência de suas famílias e desempenhando papel importante na dinâmica urbana de um período marcado por fortes desigualdades de gênero e estruturas patriarcais.

Apesar de sua relevância econômica e social, essas mulheres foram frequentemente invisibilizadas por registros oficiais e pela historiografia tradicional, e é justamente esse apagamento que impulsiona a criação de um projeto voltado à disseminação ampla desses resultados.

Um projeto que amplia o acesso à memória de mulheres brasileiras

Ainda em fase inicial, o Elas na História é divulgado principalmente pelo Instagram @elas.nahistoria, onde a historiadora transforma sua pesquisa e outras referências históricas em conteúdos acessíveis e visualmente atraentes.

A página reúne textos explicativos, colagens, vídeos, análises e narrativas que apresentam trajetórias de mulheres negras, indígenas, imigrantes, trabalhadoras, proprietárias, intelectuais e artesãs, destacando personagens fundamentais que foram deixadas à margem das narrativas que moldaram a memória coletiva brasileira.

Mais do que recuperar biografias esquecidas, o projeto busca construir uma ponte entre o ambiente acadêmico e o público geral, apostando em uma estética contemporânea, em linguagem clara e em formatos que dialogam com a lógica das redes sociais para ampliar o acesso ao conhecimento histórico. Segundo Jessica, o objetivo é democratizar o acesso à produção acadêmica e destacar mulheres que ajudaram a formar a nossa sociedade, mas foram deixadas à margem das narrativas e dos registros históricos.

Reconhecimento da Capes fortalece a difusão científica

A Menção Honrosa recebida por Jessica no concurso nacional de teses da CAPES fortaleceu a dimensão pública do projeto e confirmou a relevância social de sua pesquisa. Para a historiadora, o reconhecimento amplia a responsabilidade de tornar o conhecimento histórico acessível.

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“Divulgar ciência para públicos amplos é parte essencial do trabalho de historiadores. A premiação da Capes reforçou a relevância desse compromisso e a necessidade de aproximar a história do cotidiano das pessoas”, afirma. Com o respaldo institucional e a boa recepção do público, o Elas na História se consolida como um importante instrumento de divulgação científica e de valorização das experiências femininas apagadas pelo tempo.

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