COMBATE AO CRIME

Cláudio Castro critica falta de apoio federal em ação com 81 presos no Rio

Governador fluminense afirmou que pedidos de apoio foram negados três vezes e classificou a ação como a maior da história do estado

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O governador Cláudio Castro (PL) afirmou nesta terça-feira (28/10) que o governo federal negou ajuda em três ocasiões para operações policiais no Rio de Janeiro e que o estado atuou "sozinho" na ação desta manhã nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. A operação, que integra a Operação Contenção, deixou ao menos 22 mortos e resultou em 81 prisões.

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Segundo o governador, o Palácio do Planalto recusou o empréstimo de blindados e apoio das forças federais. "Tivemos pedidos negados 3 vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando", afirmou Castro, em referência à Garantia da Lei e da Ordem — dispositivo constitucional que autoriza o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública sob comando da Presidência da República.

Veja a declaração:

Castro: "Estamos sozinhos nessa luta"

Castro classificou a ofensiva desta terça como "a maior operação da história do Rio de Janeiro", comparando-a à ocupação dos mesmos complexos em 2010. "Estamos sozinhos nessa luta hoje. É uma operação maior que a de 2010 e, infelizmente, desta vez, como ao longo deste mandato inteiro, não temos o auxílio de blindados nem agentes das forças federais de segurança e defesa", declarou.

O governador negou que sua cobrança ao governo federal tenha cunho político. "O Rio de Janeiro não produz essas armas, essas drogas, esse poder bélico está sendo financiado com lavagem de dinheiro. Tudo que o estado pode fazer está sendo feito", disse.

Ações seguiram regras da ADPF 635, diz governador

Foto: Reprodução/ TV Globo

Castro afirmou ainda que a operação seguiu as determinações da ADPF 635, decisão do Supremo Tribunal Federal que estabelece regras para incursões policiais em comunidades do Rio. Segundo ele, o Ministério Público acompanhou toda a operação.

"Todas as regras da ADPF foram cumpridas, inclusive com a participação do Ministério Público. Acabei de falar com o procurador-geral de Justiça, que está em Brasília, mas está acompanhando tudo", afirmou o governador, mencionando o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira.

O governador destacou que os confrontos ocorreram, em sua maioria, em áreas de mata, para reduzir riscos aos moradores. "Foi pensado para encurralá-los lá para que a população sentisse o mínimo possível", explicou.

Detalhes da Operação Contenção

Megaoperação toma Alemão e Penha com blindados, helicópteros e 2.500 policiais. Foto: Reprodução – Cyro Neves/Super Rádio Tupi

A ofensiva, que contou com cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, teve como objetivo cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho. A ação ocorreu em 26 comunidades que formam os complexos do Alemão e da Penha, onde, segundo as investigações, se escondem líderes da facção.

Até o momento, foram 81 presos, entre eles Nikolas Fernandes Soares, conhecido como Harley, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, uma das principais lideranças do tráfico no estado. Outro alvo é Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, considerado chefe do tráfico no Complexo do Alemão.

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Sete policiais foram feridos e dois morreram durante a operação. Entre os feridos estão o delegado adjunto da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Bernardo Leal, atingido de raspão na perna, quatro policiais civis e dois policiais militares, um do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e outro do Bope. O policial civil Marcus Vinícius Carvalho, chefe da 53ª DP (Mesquita), conhecido como Máskara, e o policial Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna) foram mortos.

Balanço da operação até o momento

  • 81 pessoas presas
  • 20 criminosos mortos em confronto
  • 4 feridos sob custódia
  • 3 vítimas inocentes baleadas
  • 7 policiais feridos (4 civis e 3 militares)
  • 2 policiais civis mortos
  • 31 fuzis e 2 pistolas apreendidos
  • 9 motocicletas, carregadores e drogas recolhidas

Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, toda a operação foi planejada e executada com recursos estaduais. "Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro", afirmou.

O secretário ressaltou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas. "Essa é a realidade. Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar", completou Santos.

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