Lula levará ao Mercosul pedido de Meloni para adiar assinatura do acordo com UE
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (18), que levará à cúpula do Mercosul, no sábado, um pedido da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, para adiar a assinatura do acordo de livre comércio com a União Europeia.
O bloco sul-americano realizará sua cúpula anual neste sábado na cidade de Foz do Iguaçu (PR), com a expectativa de que o tratado negociado há anos com a Europa seja assinado.
No entanto, o acordo enfrenta resistências de países como França e Itália, preocupados com o possível impacto sobre seus setores agrícolas.
Meloni pediu que "se a gente tiver paciência de uma semana, de 10 dias, do próximo mês, a Itália estará junto com o acordo", disse Lula sobre uma conversa por telefone com a primeira-ministra italiana.
"Disse pra ela que vou colocar o que ela me falou na reunião do Mercosul e vou propor a decidir o que querem fazer", acrescentou.
Meloni havia dito na quarta-feira que seria "prematuro" assinar o acordo "nos próximos dias".
Nesta quinta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o acordo "não pode ser assinado" nas condições atuais, em um dia de fortes protestos de agricultores em Bruxelas.
Lula havia advertido na quarta-feira que, se o acordo não for aprovado "agora", não será feito "enquanto eu for presidente".
Após conversar com Meloni, mostrou-se mais conciliador: "Se não vai ser possível assinar agora, porque não vai estar pronto, eu também não posso fazer nada. Vamos aguardar amanhã. A esperança é a última que morre".
O acordo comercial é negociado há mais de duas décadas entre os dois blocos.
A Comissão Europeia espera obter o aval dos Estados-membros ao acordo em uma cúpula em Bruxelas nesta quinta-feira.
Por sua vez, os sócios plenos do bloco sul-americano - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - estão prontos para assinar.
O acordo permitiria que a UE exporte mais veículos, máquinas, vinhos e licores para a América do Sul. Em troca, facilitaria a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa.
Se aprovado, o acordo UE-Mercosul criaria um mercado comum de 722 milhões de habitantes.
rsr-ffb/app/dga/lm/aa