'PICKPOCKETLONDON'

O brasileiro que filma ladrões de celulares em Londres: 'mais eficaz que a polícia'

Vídeos em que Diego Galdino expõe tentativas de furto em Londres acumulam milhões de visualizações; "Espero fazer a diferença na vida de alguém", ele afirma.

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O brasileiro Diego Galdino é entregador em Londres, mas também se dedica a gravar furtos em uma cidade onde roubos de celulares triplicaram nos últimos anos.

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"Eu vejo isso todos os dias, então minha mente tem um filtro", ele diz à BBC.

"E percebo que os crimes pela cidade têm piorado dia a dia", afirma.

Os vídeos de Galdino, publicados na conta PickPocketLondon no Instagram, acumularam milhões de visualizações em poucos meses, tornando-o uma espécie de celebridade virtual em Londres.

Há muitos elogios ao brasileiro no perfil.

"Posso separar um percentual dos meus impostos para esse serviço? Ele parece ser mais eficaz do que a polícia", diz um usuário.

"Um brasileiro na Inglaterra salvando turistas? Amo", afirma outro.

Paul Brennan, presidente da Associação de Motoristas de Táxi Licenciados, sentado ao volante de um táxi preto. Ele tem uma expressão perplexa e veste uma camisa azul-marinho com listras verticais brancas. Atrás dele, há outro táxi preto estacionado na calçada.
BBC
Paul Brennan, presidente da Associação de Motoristas de Táxi Licenciados, afirma que o roubo de celulares está "disparando" em Londres

Estima-se que um celular seja roubado em Londres a cada oito minutos - atividade que movimenta um lucrativo mercado paralelo.

Uma equipe da BBC em inglês acompanhou Galdino pelas ruas.

Ele aponta um suspeito que carrega uma sacola. "É um cara que eu sempre vejo por aí", diz.

Mas, como ocorre com frequência, o homem some de sua vista. "Eles entram em becos e desaparecem", lamenta o brasileiro.

Assim como a italiana Monica Poli, que ficou famosa por alertar turistas em Veneza quanto a batedores de carteira à espreita com a frase "attenzione, pickpocket" (atenção, batedor de carteira), Galdino também não se limita a filmar as tentativas de furtos.

"Atenção, pessoal, batedores de carteira! Fique de olho na sua mochila", ele disse em inglês a um grupo que caminhava por Londres.

Fenella está segurando seu celular substituto na sala de estar. Ela está triste. O ambiente ao seu redor é decorado em tons suaves de cinza e marfim. Ela tem cabelos castanhos compridos e olhos castanhos.
Steve Hubbard/BBC
Fenella Rawling teve seu celular roubado em Cambridge e acompanhou, por meio de um aplicativo, o trajeto do aparelho até Londres, depois para Dubai e, finalmente, para a China

Mas muitos não têm a sorte de serem alertados a tempo. O novíssimo iPhone 16 de Fenella Rawling foi roubado durante uma ida às compras em Cambridge, em agosto.

No aparelho estavam inúmeras lembranças preciosas de sua mãe, que tem câncer de pulmão incurável, e que agora foram perdidas para sempre, já que as fotos não tinham sido salvas em backup.

"São lembranças que eu jamais, jamais, jamais vou recuperar", disse ela, entre lágrimas.

Usando um aplicativo chamado Buscar iPhone, Fenella conseguiu ver em tempo real seu celular viajando de trem para Londres.

Uma semana depois, estava em Dubai. Depois, na China. Em seguida, recebeu uma enxurrada de mensagens pedindo que ela revelasse os detalhes da sua conta ou apagasse os dados do telefone.

Estima-se que um celular roubado possa ser revendido por até 400 libras (R$ 2.869) no Reino Unido.

Sonny Stringer, condenado por roubo de celulares, foi pego após ter furtado 24 telefones em uma hora. Ele foi sentenciado a dois anos de prisão em agosto do ano passado.

De acordo com dados da Polícia Metropolitana, 117.211 telefones foram furtados em 2024, um aumento de 25% em relação aos 91.481 registrados em 2019.

A Polícia Metropolitana afirmou que os ladrões que agem nas ruas de Londres geralmente usam motocicletas elétricas leves, que atingem velocidades de até 97 km/h.

Por isso, a Polícia Metropolitana investiu em sua própria frota de motocicletas de alta potência para conseguir acompanhá-los.

Um policial está parado ao lado de uma das novas bicicletas elétricas de alta potência da corporação. O policial veste um colete policial de alta visibilidade com um telefone acoplado e diversos equipamentos. Ao fundo, vê-se a fachada de concreto de um prédio da polícia, com as janelas iluminadas. O policial usa óculos de proteção apoiados na testa, tem barba castanha escura e cabeça raspada.
BBC
A Polícia Metropolitana afirmou que os ladrões que agem nas ruas de Londres geralmente utilizam motocicletas elétricas leves, que atingem velocidades de até 97 km/h

Os batedores de carteira são uma população itinerante na capital, circulando por diferentes cidades e se mudando quando seus rostos começam a ser reconhecidos pelas autoridades.

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A Polícia Britânica de Transportes (BTP) também registrou um aumento no número de ladrões de celulares que se deslocam diariamente para Londres, para, segundo os policiais, "cumprir uma jornada de trabalho".

"Eles estão fazendo isso em larga escala, para ganhar muito dinheiro", disse um policial, acrescentando que muitos ladrões vêm para o Reino Unido do exterior, passam algumas semanas no país roubando e depois vão embora.

Mas também há moradores locais entre os ladrões de celulares que atuam no país, afirmou o policial.

Enquanto o problema se agrava, o brasileiro Diego Galdino diz que pretende continuar a expor os chamados 'pickpockets'.

"Eu rezo para ter a oportunidade de fazer a diferença na vida de alguém", ele afirma.

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