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Trump revela acordo comercial com Reino Unido, o primeiro desde 'tarifaço'

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta quinta-feira (8) um acordo comercial com o Reino Unido, o primeiro desde que iniciou sua guerra tarifária que abalou o planeta. 

Trump aplicou sobretaxas de 10% às importações de todo o mundo em abril, incluindo o Reino Unido, mas congelou temporariamente as mais altas para dezenas de países para dar margem às negociações.

Em uma conversa telefônica no Salão Oval da Casa Branca com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, Trump disse que o acordo seria o primeiro de muitos com outros países. 

O pacto reduzirá as tarifas sobre automóveis de luxo e eliminará por completo os 25% sobre o aço e o alumínio britânicos, mas será mantida a taxa básica de 10% sobre os produtos do Reino Unido. 

Em troca, o Reino Unido abrirá seus mercados à carne bovina e aos produtos agrícolas americanos, apesar das dúvidas dos consumidores sobre sua qualidade. 

"Tenho o prazer de anunciar que chegamos a um acordo comercial inovador com o Reino Unido", disse Trump na Casa Branca. 

"Inclui bilhões de dólares em maior acesso ao mercado para as exportações americanas, especialmente na agricultura", acrescentou.

O governo britânico insistiu em que o acordo não vai enfraquecer os padrões alimentares britânicos, em meio a preocupações com frango clorado e hormônios na carne bovina americana.

É um dia "fantástico e histórico", opinou Starmer. Ressaltou que coincide com 80º aniversário do "Dia da Vitória" das forças aliadas sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. 

O acordo comercial reduz as tarifas à exportação de automóveis britânicos de 27,5% para 10%, segundo Londres.  

A medida será aplicada a 100 mil veículos de fabricantes de luxo como Rolls Royce e Jaguar, detalhou Trump.

"Trata-se de uma redução enorme e importante", declarou Starmer durante uma visita a uma fábrica da Jaguar Land Rover na região central de Midlands (Inglaterra).

Contudo, as fabricantes de automóveis americanas afirmaram que o acordo "prejudica" as empresas que se associaram com Canadá e México.

- 'James Bond' -

A indústria cinematográfica, uma das principais exportações britânicas no setor de serviços, também está na mira de Trump. 

Mas o republicano afirmou que "James Bond não tem com que se preocupar" por sua ameaça de impor tarifas de 100% aos filmes estrangeiros. 

O acordo tampouco menciona os serviços digitais.

Ambas as partes reconheceram que devem seguir negociando para alcançar um acordo mais completo, mas Trump negou ter exagerado o que havia sido alcançado.

"Este é um acordo no limite", respondeu Trump a um jornalista que lhe perguntou se não estava exagerando.

O afã dos Estados Unidos por anunciar um compromisso ainda vago "revela um desejo cada vez mais desesperado [por parte do governo Trump] de fazer as tarifas retrocederem antes que afetem o crescimento e a inflação", comentou Paul Ashworth, analista da Capital Economics.

Starmer visitou a Casa Branca em fevereiro com um convite do rei Charles III para uma histórica segunda visita de Estado de Trump, uma ofensiva diplomática que parece ter rendido frutos.

- Mais negociações -

Não obstante, um funcionário do governo britânico comparou o acordo com um "documento de condições gerais" que estabelecerá alguns tratos, mas também uma estrutura dentro da qual novas negociações serão necessárias. 

O foco está em setores específicos, em vez de um acordo de livre comércio completo que o Reino Unido busca desde a sua saída da União Europeia (UE) em 2020, disse o funcionário, que pediu anonimato. 

Um acordo com os Estados Unidos é uma nova vitória para Starmer depois que o Reino Unido alcançou esta semana um tratado de livre comércio com a Índia, sua maior conquista desse tipo desde que deixou o bloco econômico europeu. 

Londres tinha muito interesse em chegar a algum tipo de acordo com Washington antes da cúpula entre a União Europeia e o Reino Unido de 19 de maio, prevista para estreitar laços com o bloco de 27 países. 

A UE luta para alcançar seu próprio acordo comercial com os Estados Unidos.

O secretário de Comércio americano, Howard Lutnick advertiu que Washington vai impor "provavelmente" tarifas de mais de 10% aos parceiros que exportam mais para os Estados Unidos do que importam, como a União Europeia.

Funcionários americanos e chineses de alto escalão se reunirão na Suíça neste fim de semana para impulsionar negociações, a primeira reunião oficial desde que Trump lançou seu "tarifaço".

burs-dk/aha/erl/mel/nn/rpr

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