Presidente argentino viaja à cidade devastada por temporal
compartilhe
Siga noO presidente argentino, Javier Milei, viajou nesta quarta-feira (12) a Bahía Blanca, ao sul da província de Buenos Aires, onde as enchentes deixaram 16 mortos e 100 desaparecidos há cinco dias, incluindo duas irmãs, de 1 e 5 anos.
O presidente planeja monitorar os esforços de reconstrução da cidade, devastada por uma tempestade sem precedentes.
Socorristas ainda buscam por duas meninas levadas pela correnteza junto com sua mãe e uma pessoa que tentou ajudá-las, cujo corpo foi encontrado no domingo. A mulher conseguiu sobreviver.
Outras 94 pessoas também estão sendo procuradas, disse o procurador-geral de Bahía Blanca, Juan Pablo Fernández, à Rádio Mitre na segunda-feira. "É provável que haja mais mortos", afirmou.
A Justiça recebeu dezenas de denúncias de roubos, saques em comércios e arrombamentos de casas vazias. "Houve 17 prisões", relatou Fernández. O sistema de denúncias está limitado porque "as delegacias estão lotadas", explicou.
Um trem solidário carregando toneladas de alimentos, roupas e produtos de higiene chegou à cidade nesta quarta-feira, com doações coletadas em vários pontos ao longo do trecho de 600 km entre a cidade e a capital argentina.
Mais de 4.000 voluntários atenderam ao chamado da Prefeitura para ajudar a distribuir doações e realizar tarefas de limpeza.
As aulas permanecem suspensas até novo aviso. Metade das aproximadamente 200 escolas verificadas foram danificadas, informou o Prefeitura.
Na sexta-feira passada, a forte tempestade provocou o rompimento dos canais de drenagem que atravessam a cidade portuária de 350 mil habitantes. Em apenas algumas horas, a chuva dobrou a média histórica anual.
A água inundou o hospital principal, que teve que ser evacuado por enfermeiros de madrugada.
Também arrancou pontes, destruiu estradas e varreu tudo em seu caminho, deixando carros empilhados, casas destruídas e mil pessoas deslocadas, das quais cerca de 370 permanecem em centros de assistência.
O Exército montou pontes táticas para reconectar a cidade.
O prefeito Federico Susbielles estimou que aproximadamente 400 milhões de dólares (2,33 bilhões de reais) serão necessários para a reconstrução.
"Mais de 70% da população de Bahía Blanca sofreu danos graves", disse ele na segunda-feira.
O governo nacional autorizou um valor equivalente a 9,2 milhões de dólares (53 bilhões de reais).
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, considerou as estimativas "insuficientes" e pediu a Milei que destine "uma parcela" do novo empréstimo que a Argentina negocia com o Fundo Monetário Internacional a Bahía Blanca.
sa/mry/lbc/jc/aa