Os Estados Unidos informaram, nesta quarta-feira (20), que o reconhecimento do opositor Edmundo González Urrutia como "presidente eleito" da Venezuela não tem a ver com "o final" do governo de Joe Biden, mas sim foi dado "um tempo" para ver se Nicolás Maduro mudava "de posição".
A autoridade eleitoral venezuelana proclamou Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) após as eleições presidenciais de 28 de julho, sem dar detalhes das apurações, como prevê a legislação.
Poucos dias depois das eleições, a administração do presidente americano, Joe Biden, declarou que a oposição tinha conseguido a maioria dos votos, mas na terça-feira foi ainda mais longe e o chefe da diplomacia, Antony Blinken, chamou González Urrutia pela primeira vez de "presidente eleito".
"Não tem nada a ver com estarmos no final da administração", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, durante coletiva de imprensa, referindo-se à posse, em 20 de janeiro, do republicano Donald Trump.
"Tem a ver com termos deixado passar um tempo para ver se a pressão internacional que outros países e os Estados Unidos estavam exercendo sobre Maduro levava a uma mudança de posição de sua parte", acrescentou. "Não foi assim, vamos chamar os fatos como os vemos".
Maduro "disse que venceu as eleições. Obviamente, não vimos nenhuma prova que o respaldasse", mas "o contrário", declarou Miller a jornalistas.
O chanceler venezuelano, Yván Gil, tachou de "ridículo" que Washington chame o adversário de Maduro nas urnas de "presidente eleito".
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