PESQUISA CNT

Nota de rodovias melhora em Minas, mas traçado ainda é desafio

Quase 7% das estradas têm "estado geral" ótimo, contra 2,84% em 2024, enquanto pontos críticos recuam. Pistas simples e falta de acostamento pesam negativamente

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A qualidade das rodovias pavimentadas em Minas Gerais melhorou de 2024 para 2025, aponta pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada ontem (17/12). Houve aumento da extensão de estradas com “estado geral” considerado ótimo ou bom e queda na quilometragem avaliada como regular, ruim ou péssima. O número de “pontos críticos” também caiu, mas a geometria das vias ainda é um desafio.

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Em todo o estado, a Pesquisa CNT Rodovias analisou 15.557 quilômetros, compreendendo todas as vias federais pavimentadas, as concedidas e as principais rodovias estaduais. A pesquisa da CNT classificou o “estado geral” da malha rodoviária de acordo com as condições do pavimento, sinalização e geometria da via. As classificações utilizadas foram: ótimo; bom; regular; ruim; e péssimo.


A pesquisa deste ano classificou o “estado de geral” de 1.030 quilômetros de vias em Minas Gerais como ótimo. O número corresponde a 6,62% da extensão total analisada. Em 2024, apenas 444 km receberam a classificação de qualidade máxima, o que representa 2,84% da extensão de 15.589 km analisada naquele ano. Também houve aumento na quilometragem com “estado geral” avaliado como bom. Neste ano, foram 4.353 km, contra 3.211 km em 2024.


Ao mesmo tempo, foi verificada diminuição da extensão com “estado geral” considerado péssimo. Em 2024, 1.221 km tiraram a menor “nota”, o que representa 7,83% do total analisado. Neste ano, 513 km foram avaliados como péssimos, o que corresponde a 3,29% analisado. Trechos classificados como ruins também diminuíram, caindo de 4.458 km para 3.770 km. Houve ainda redução na quilometragem avaliada como regular, de 6.255 para 5.891.


Outro ponto que indica a melhoria da qualidade das rodovias pavimentadas em Minas Gerais é a diminuição dos chamados “pontos críticos” nas vias. A CNT considera ponto crítico elementos como buraco grande; erosão na pista; ponte estreita; e queda de barreira. Em 2024, eram 338 registros desse tipo. Total que neste ano foi de 138, o que representa uma redução de 59,17%.


QUESITOS E AVALIAÇÃO

A Pesquisa CNT Rodovias, explica a entidade, é feita por meio de análise visual pelo pesquisador em campo; captura de imagem em vídeo com posterior avaliação via algoritmo de inteligência artificial; mapeamento prévio em escritório, a partir das bases de dados de edições anteriores da Pesquisa CNT de Rodovias e de outras bases georreferenciadas de uso público. Na etapa final da coleta, os dados obtidos pelas três fontes são processados em conjunto, para gerar a avaliação.


Para classificar a qualidade das rodovias, foram consideradas 22 variáveis distribuídas nas categorias pavimento, sinalização e geometria da via. “Esses aspectos são analisados a partir da perspectiva do usuário quanto à conservação e à segurança das vias”, detalha a CNT.


Na análise do critério pavimento, são levadas em consideração as condições da superfície, rolamento e acostamento. Nesse quesito, 27,3% dos trechos analisados em Minas Gerais classificados como ótimos; 12,7% bons; 31,7% regulares; 25,4% ruins; e 2,9% péssimos. Sendo que 0,1% está com o pavimento totalmente destruído.


No quesito sinalização, são analisadas as condições de visibilidade e legibilidade das faixas centrais e laterais; placas de regulamentação, advertência, indicação; e barreiras de proteção. Nesse quesito, 12,1% da extensão avaliada foram classificados como ótimos; 36,9% como bom; 38,3% regulares; 9,1% ruins; e 3,6% péssimos. Constatou-se que 3,8% da extensão que estão sem faixa central e 9,6% não têm faixas laterais.


Diretora-executiva da CNT, Fernanda Rezende avalia que, apesar de não resolver o problema, a sinalização mitiga riscos nas rodovias. Por isso destaca a importância desse elemento. “Quando você faz uma sinalização, apesar de ser em um pavimento ruim, você consegue reduzir a fatalidade dos acidentes, por exemplo, direcionar e ajudar o condutor a se situar na via”, afirma.


GEOMETRIA DE RISCO

Quanto à geometria da via, são analisadas características como: tipo e perfil da rodovia — de acordo com o número de faixas e sentido do tráfego—; acostamento; curvas perigosas; e faixas adicionais de subida. De acordo com a pesquisa da CNT, nesse quesito, as rodovias mineiras ainda derrapam: o percentual da extensão considerada como ótima é de 17,3%; o índice “bom” fica em 11,1%; 25,2% entram na classificação regular; 20,6%, ruim; e 25,8%, péssimo.


Nas rodovias em Minas, as pistas simples predominam em 87,9% e falta acostamento em 55,1% dos trechos. É diante dessa situação que Fernanda Rezende destaca a geometria das vias como ponto que precisa de melhorias. “Quando falta de acostamento e de uma pista simples, pensando na segurança viária, o potencial de gerar acidentes e ter colisões frontais é muito maior do que em uma rodovia de pista dupla. E quando essa rodovia de pista simples não tem acostamento, não permite nem que, em um erro de um condutor, o outro consiga reagir e ‘fugir’ da colisão frontal, porque não se tem para onde escapar”, explica a diretora-executiva da CNT.


INVESTIMENTOS

Fernanda Rezende, diretora-executiva da CNT, atribui as melhorias na qualidade das rodovias aos investimentos destinados à malha rodoviária, seja pelos governos federal e Estadual seja por concessionária responsável por trechos.


De acordo com a Confederação Nacional do Transporte, foram investidos R$ 70,34 milhões pelo governo federal na infraestrutura rodoviária em Minas Gerais até novembro deste ano. Por sua vez, o DER-MG afirma que o governo de Minas investiu, em 2025, R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 800 milhões em conservação e R$ 300 milhões em recuperação funcional.

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No entanto, apesar das melhorias, a diretora-executiva da CNT avalia que os investimentos atuais não são suficientes. A Confederação Nacional do Transporte estima que para “recuperar as rodovias em Minas Gerais, com ações emergenciais (reconstrução e restauração) e manutenção são necessários R$ 15,84 bilhões.”

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