Furto milionário: PC de MG indicia 3 por morte de norte-americano e marido
Outras duas pessoas respondem por coação e lavagem de dinheiro. Casal morreu após ser vítima de envenenamento em Governador Valadares
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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou cinco pessoas envolvidas em um esquema criminoso que resultou na morte de um homem de 65 anos — natural dos Estados Unidos e residente no Brasil desde 2019 — e do companheiro dele, de 60.
O inquérito foi concluído na última sexta-feira (14/11), informou a instituição policial nesta segunda-feira (17). As vítimas, que moravam em Governador Valadares (MG), Vale do Rio Doce, morreram em junho deste ano após serem envenenadas e tiveram ao menos R$ 2 milhões desviados.
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A investigação apontou que uma mulher de 52 anos, auxiliada por um homem de 35, teria adquirido grande quantidade de medicamentos de uso controlado com receitas falsas. Essa mulher, segundo a Polícia Civil, é “irmã de uma das vítimas”. Um homem de 40 anos também está no rol de indiciados, mas a PCMG não explicou a participação dele. Os três, ainda de acordo com a instituição policial, respondem por homicídio qualificado, estelionato e associação criminosa.
Os outros dois indiciados são um homem de 38 anos, que responderá por lavagem de dinheiro, e uma advogada de 44 anos, acusada de coação no curso do processo. Ela, supostamente, orientou testemunhas a prestarem informações falsas.
As vítimas, que mantinham um relacionamento estável há mais de duas décadas, teriam sido envenenadas. A primeira morte ocorreu em 20 de junho, quando o homem de 65 anos teve complicações decorrentes de uma intoxicação. O companheiro dele morreu seis dias depois, após permanecer hospitalizado desde o dia 19 daquele mês.
“Inicialmente, não houve encaminhamento ao Instituto Médico-Legal (IML) em relação à primeira vítima, por ausência de indícios de violência. No entanto, a morte subsequente e o avanço dos levantamentos revelaram elementos que indicavam homicídio. A PCMG, então, representou pela exumação dos corpos, permitindo a coleta de material e a realização de exames toxicológicos essenciais para o esclarecimento dos fatos”, disse a PCMG.
Durante buscas na residência do suspeito de 35 anos, foram apreendidos carimbos e receituários falsificados. “As profissionais de saúde cujos nomes constavam nos documentos negaram tê-los emitido, confirmando a falsificação”, disse a Polícia Civil.
Desvio milionário
Com a morte do casal, o grupo teria movimentado valores superiores a R$ 2 milhões, incluindo o resgate de uma aplicação de aproximadamente R$ 379,2 mil e a tentativa de venda do imóvel das vítimas por R$ 950 mil. Também foram identificadas abordagens a testemunhas, resultando na imposição de medidas cautelares à advogada investigada.
Por determinação judicial, cerca de R$ 1,5 milhão em ativos financeiros foram bloqueados, além da restrição de veículos em nome dos suspeitos, visando à reparação dos danos patrimoniais causados aos herdeiros.
As investigações foram conduzidas por policiais civis de Governador Valadares.
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