ATENÇÃO REDOBRADA

Cidade da Grande BH registra primeiro caso de febre maculosa de 2025

Paciente tem 48 anos e mora na área rural da cidade da Grande BH. Ele foi hospitalizado, recebeu tratamento adequado e evoluiu para a cura

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A Prefeitura de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, confirmou o primeiro caso de contaminação por febre maculosa na cidade em 2025. A informação foi repassada pela administração municipal nesta terça-feira (30/9). Esse é o segundo registro da doença na Grande BH em menos de 15 dias. Em 19 de setembro, Caeté decretou situação de emergência em saúde pública após duas mortes pela doença.

Em nota, a administração municipal de Pedro Leopoldo informou que o paciente é um homem, de 48 anos, que mora na área rural da cidade. A suspeita é que o local provável de infecção (LPI) é a residência dele. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa e de gravidade variável. Apesar dos quadros clínicos variarem entre leves e até formas graves, a taxa de letalidade da doença é alta. 

A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil, duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da doença. Ainda segundo a Prefeitura de Pedro Leopoldo, o paciente apresentou quadro clínico com a doença, foi hospitalizado, recebeu tratamento adequado e evoluiu para a cura. 

Questionado sobre quais medidas estão sendo tomadas para evitar novas contaminações, o Executivo informou que tem divulgado uma campanha de conscientização com informações sobre prevenção e cuidados contra a doença. “Além disso, reforço nos procedimentos nos postos de saúde, orientando as equipes sobre como agir diante de casos suspeitos”, afirmou a prefeitura.

Situação de emergência 

Em 19 de setembro, a Prefeitura de Caeté, também na Região Metropolitana, decretou situação de emergência em saúde pública após a confirmação, no dia anterior, de que duas pessoas morreram em decorrência da doença no município. Na época, o Executivo disse que a causa dos óbitos foi confirmada por laudos emitidos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Caeté é a única cidade mineira com mortes atestadas por febre maculosa neste ano, conforme último boletim da situação no estado. “A Santa Casa já está com todos os protocolos ativados para atendimento seguro e ágil de pacientes que apresentarem sintomas suspeitos”, afirmou a prefeitura.

O decreto, com validade inicial de 180 dias, proíbe a realização de atividades ou eventos em áreas rurais e permitirá ao município adquirir insumos com dispensa de licitação, além de realizar de forma compulsória exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas e tratamentos médicos. O documento também prevê a criação de um grupo especial, coordenado pela Secretaria de Saúde, para lidar com a doença. 

Situação da doença em BH

Belo Horizonte registrou quatro casos da doença em moradores da cidade neste ano. Segundo a prefeitura da capital, três tiveram infecção em outras cidades, e um, em BH. No ano passado, foram registrados 11 casos importados, ou seja, de moradores que se infectaram em outros municípios.

Em 2023, BH confirmou dois casos em moradores, com provável infecção em outro município. Já em 2021 e 2022, não foram registrados casos de febre maculosa na cidade. Dos casos registrados nos últimos anos, nenhum resultou em morte.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que o município mantém uma vigilância epidemiológica contínua e sistemática, voltada à prevenção e à redução dos riscos de ocorrência da doença, com ações de conscientização e orientação da população. Além disso, segundo a PBH, os profissionais que atuam nas unidades de saúde estão preparados para identificar casos suspeitos da doença.

Números da febre maculosa em Minas

Segundo a SES-MG, Caeté, cidade onde as duas mortes foram confirmadas na quinta (25/9), não teve outros casos de febre maculosa neste ano. Ao todo, a pasta notificou 27 registros da doença no estado em 2025 até sexta-feira. 

Os municípios com maior número de casos são Belo Horizonte (5), Itabira (4) e Santa Luzia (3). As cidades de Bambuí, Betim, Boa Esperança, Contagem, Itueta, Lagoa Santa, Ouro Preto, Paracatu, Serranópolis de Minas, Serro, Varginha, Vespasiano e Volta Grande contabilizaram, cada uma, um caso de febre maculosa.

Em 2024, 2023 e 2022, Minas registrou 95, 90 e 27 casos, respectivamente. Somente em 2023, do total de registros, 20 pessoas morreram. No ano anterior ocorreram seis mortes. Quatro óbitos foram confirmados em 2024.

Quais são os sintomas?

  • Febre
  • Dor de cabeça intensa
  • Náuseas e vômitos
  • Diarreia e dor abdominal
  • Dor muscular constante
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
  • Gangrena nos dedos e orelhas
  • Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória

O que é a doença?

De acordo com o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. É causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil, duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da febre maculosa.

Como é feito o diagnóstico?

Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico da doença é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia.

No entanto, o médico deve avaliar os sintomas e perguntar onde a pessoa mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato. Outros exames podem ser feitos para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.

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Como é o tratamento?

O tratamento, que é essencial para se evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico.

Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de sete dias, devendo ser mantida por três dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento da doença pode agravar o caso podendo ser fatal.

A partir da suspeita clínica de febre maculosa, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial.

Como se prevenir da doença?

  • Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro.
  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.
  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta.
  • Use repelentes de carrapatos;
  • Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;
  • Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça.
  • Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água.
  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.

*Com informações de Bruno Luis Barros e Melissa Souza

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