MEIO AMBIENTE

Mobilidade urbana: Damião e Lula assinam contratos de R$770 milhões

O acordo oficializado nessa terça-feira (16/9) ainda prevê obras de estabilização do Ribeirão do Onça

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A Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo Federal oficializaram, nessa terça-feira (16/9), contratos de financiamento que chegam a R$770 milhões para obras de mobilidade urbana e de drenagem na capital mineira. Os acordos incluem a compra de ônibus elétricos, construção de faixas exclusivas, ampliação de ciclovias e obras de estabilização do Ribeirão do Onça. 

Em viagem à Brasília (DF), o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, para firmar os contratos. “Vamos melhorar a vida das pessoas, do povo belo-horizontino. É para isso que estou em Brasília. E se eu tiver que ir a Brasília e ao governo do Estado para melhorar a vida do povo, pode ter certeza que eu irei”, afirmou o chefe do Executivo municipal. 

Na reunião também estiveram presentes o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira Fernandes, e o diretor de Compliance e Riscos do BNDES, Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho. 

Na ocasião, o presidente Lula garantiu o apoio federal para projetos da capital ao prefeito de BH. “Da parte do governo federal, você terá todo o apoio de que necessitar e tudo aquilo que estiver ao nosso alcance, para que possamos permitir que você governe da melhor forma possível”, afirmou. 

Ônibus elétricos 

Do total investido, Damião assinou termos para a contratação de R$317 milhões para a compra de 100 ônibus elétricos e 27 carregadores. Os coletivos vão ser adquiridos pela PBH e cedidos em regime de comodato às concessionárias responsáveis pela operação das linhas, segundo o Executivo municipal. 

No fim do contrato, previsto para novembro de 2028, os veículos retornarão à Prefeitura de BH. Ainda segundo o executivo, a compra será feita em lotes de 20 unidades, com entregas separadas por cinco etapas. Dos 27 carregadores elétricos previstos, 25 vão ser instalados em garagens de concessionárias e dois em área pública para recarga. 

O termo de compromisso envolvendo a PBH, o Ministério das Cidades e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a aquisição dos ônibus, prevê recursos oriundos do projeto Renovação de Frota do Programa de Aceleração do Crescimento - Seleções (PAC Seleções), que visa a substituição de veículos de transporte coletivo por opções mais eficientes e sustentáveis, na categoria Mobilidade Urbana Sustentável. 

Os novos ônibus vão ser do tipo “padron”, um modelo de coletivo urbano de grande porte, com capacidade de até 80 passageiros. Entre as principais características dos veículos estão a zero emissão de poluentes locais, baixo ruído e ausência de vibração. De acordo com a PBH, os coletivos têm uma economia de até 80% em relação aos ônibus a diesel. 

A Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob) testou os ônibus elétricos de diferentes fabricantes até decidir pela aquisição. A compra desses veículos foi anunciada no fim do último ano, a fim de cumprir o Plano de Mobilidade Limpa da PBH. O objetivo é substituir 40% da frota atual por coletivos movidos por energia limpa até 2030. 

O resto do investimento anunciado no último dia 16 (R$425,8 milhões) será destinado para outras frentes: a construção de faixas exclusivas e ampliação de ciclovias na capital mineira, além de obras de estabilização do Ribeirão do Onça. 

Faixas exclusivas para ônibus e ampliação de ciclovias 

Em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), a PBH firmou um contrato no valor de R$132,5 milhões que vão ser destinados para a ampliação das faixas exclusivas e preferenciais para o transporte coletivo e na expansão da infraestrutura cicloviária. 

O investimento prevê a implantação de 64,3 quilômetros (km) de novas faixas. Atualmente, a capital mineira conta com 74,2 km de faixas prioritárias para o transporte coletivo, segundo a Prefeitura - sendo 21,7 km do sistema Move, 36,3 km de faixas exclusivas e 16,2 km de faixas preferenciais. 

Também estão previstos 51,34 km de infraestrutura cicloviária que já estão com projetos executivos concluídos, além de outros 51,34 km que estão sendo desenvolvidos. A PBH aponta que o município possui aproximadamente 112 km de ciclovias, ciclofaixas e rotas cicláveis, incluindo as Zonas 30.

Ribeirão do Onça

O contrato com a Caixa Econômica ainda prevê o investimento de R$293,3 milhões para obras de drenagem de águas pluviais da Bacia do Onça. De acordo com a Prefeitura de BH, as intervenções vão beneficiar mais de 66 mil moradores dos bairros Novo Aarão Reis, Ribeiro de Abreu, Belmonte, Ouro Minas, Novo Tupi, Maria Teresa e Capitão Eduardo. 

Outra medida prevista é a implantação do Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão do Onça, localizado na região do Ribeiro de Abreu. Segundo a PBH, o novo parque terá uma área total de 627,5 hectares, 70% dos quais serão compostos por áreas verdes e protegidas. 

Ao Estado de Minas, o urbanista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) relata que o projeto para o parque é uma reivindicação dos moradores da região há mais de 10 anos. Ele comemora a assinatura do contrato, mas afirma ter uma outra preocupação, quando as obras do parque forem concluídas: o esgoto. 

“Agora, nesse momento, a assinatura do contrato é feita. É muito bom, porque é um projeto que vem de uma luta comunitária e Belo Horizonte merece ter esse parque. A gente fica muito feliz que isso avance e queremos que avance cada vez mais rápido”, conta. “Depois que o parque estiver feito, temos ainda o desafio do esgoto. Sinto que falta um trabalho da Copasa na parte de interceptar, captar e tratar o esgoto para o Onça ficar limpo. Não faz sentido termos um parque com um rio cheio de esgoto”, complementa. 

Desde 2014, líderes comunitários e entidades como a Escola de Arquitetura da UFMG têm se mobilizado para a revitalização da região. Até o momento, mais de mil famílias foram retiradas das margens do Ribeirão do Onça. Segundo o urbanista, aproximadamente 500 casas ainda esperam a desapropriação. “É uma situação muito complicada, quando uma casa é demolida, fica um terreno baldio e isso pode gerar um bota-fora, uma reocupação. Então, há dez anos atuamos junto com os moradores para criação de espaços públicos temporários do parque”, conta. 

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Líder comunitária da região, Roneide Dutra conta ao EM que o anúncio da Prefeitura de BH pode significar a concretização da luta dos moradores. “Agora falta a execução. As obras de drenagem, a implantação do parque, estão concretizando alguns pontos da nossa meta de 2025, que é nadar, pescar e brincar no Ribeirão Onça”, explica. 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Juliana Lima 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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