Quer colocar o pé na areia no Sul da Bahia? Antes, é bom por o pé no freio
Braço Norte da BR-381 é caminho para destinos como as praias da Bahia, mas ameaças, especialmente no trecho da Rodovia da Morte, exigem cautela de viajantes
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Siga noDestino de quem segue para o Vale do Aço (MG) e o Sul da Bahia, o segmento Norte da BR-381 inclui a chamada “Rodovia da Morte” (BH-João Monlevade), mas há muito tem se provado menos mortal do que a Fernão Dias, em direção a São Paulo. O que não deixa de colocar esse percurso entre os mais perigosos de Minas Gerais, tendo registrado entre a capital mineira e Governador Valadares (MG) um total de 102 acidentes, com 11 mortes e 144 feridos nas férias de julho dos últimos três anos, segundo informações das ocorrências da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os dias que concentraram mais acidentes foram os domingos (23,5%), sábados (19,6%) e sextas-feiras (16,6%). As áreas urbanas mais densas e com interferência na estrada são Belo Horizonte, Sabará (MG), João Monlevade (MG), Ipatinga (MG) e Governador Valadares.
As ocorrências policiais mostram que, no recesso, o roteiro mescla trechos urbanos de intenso conflito (Sabará, Governador Valadares e Eunápolis-BA) com segmentos rurais de traçado sinuoso e perigoso (Nova Era e Teófilo Otoni, ambas em MG). Os principais perigos são as colisões transversais por acessos irregulares e batidas frontais em ultrapassagens arriscadas.
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Um dos segmentos concentradores de acidentes fica entre o Km 451 e o Km 453, segundo as ocorrências da PRF, trecho em que 11 acidentes foram registrados, deixando 13 feridos. Um percurso urbano com curvas em pista simples, onde o tráfego local interfere diretamente na rodovia.
As conversões proibidas e o trânsito pelo acostamento são as principais causas de colisões transversais. O perigo vem principalmente da falta de disciplina dos motoristas e da ausência de infraestrutura segura para acessos.
Em Santa Luzia (MG), os segmentos urbanos com curvas perigosas, especialmente com visibilidade reduzida à noite, são o maior desafio. A principal condição de risco é a combinação de traçado sinuoso com a falta de reação adequada dos condutores a situações de risco. O perigo se manifesta em tombamentos e colisões traseiras fatais, principalmente devido à surpresa com a redução de velocidade de veículos buscando acessos secundários.
Outros pontos críticos estão situados em Nova Era, do Km 333 ao Km 337, onde curvas fechadas em pistas simples exigem atenção e velocidade moderada. A principal interferência é a velocidade incompatível com a geometria da via, com histórico de tombamentos fatais de veículos pesados, atropelamentos e saídas de pista.
Em Governador Valadares, quem segue rumo ao Sul da Bahia deve ingressar na BR-116, também um segmento de muitos acidentes, apesar de mais curto. Foram 61 ocorrências, com 10 mortes e 131 feridos no período das últimas férias.
No perímetro urbano de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, (Km 412 ao Km 416), a integração precária da rodovia com a cidade gera acessos irregulares, elevando o perigo de colisões transversais, principalmente à noite.
Próximo a Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, o risco surge tanto em retas urbanas (Km 274 ao Km 277), onde a desatenção e a falta de distância segura causam colisões traseiras, quanto em descidas com curvas (Km 283 ao Km 286), nas quais o tráfego na contramão para acessar localidades sem infraestrutura resulta em colisões frontais e laterais graves.
Chegando a Teófilo Otoni, os motoristas que vão para a Bahia seguem para a BR-418, passando por Nanuque (MG) e depois entrando no estado vizinho, em caminho até Posto da Mata, um distrito de Nova Viçosa (BA), onde ingressam na BR-101.
Mais adiante, em Itabela (BA, Km 742 ao Km 747), a pista simples com curvas perigosas eleva o risco de colisões frontais de alta gravidade, principalmente provocadas por ultrapassagens imprudentes e perda de controle.
Em Eunápolis (BA, Km 715 ao Km 718), o principal perigo são as colisões transversais causadas pelo acesso constante de veículos locais à rodovia sem a devida atenção dos condutores. No mesmo município, o próximo acesso é pela BR-367, na qual há mais registros de ocorrências entre o Km 82 e o Km 84, onde a imprudência em cruzamentos, o desrespeito à distância segura e à sinalização geram um cenário de risco constante para colisões traseiras e laterais. Esse é o último trecho crítico até Porto Seguro (BA).
A cartilha da PRF
A Polícia Rodoviária Federal recomenda a adoção de algumas condutas para uma viagem segura, como planejar o roteiro e fazer a revisão do veículo. É fundamental verificar a presença e o funcionamento de todos os equipamentos obrigatórios, além de toda a documentação do veículo e do condutor.
Respeitar os limites de velocidade estabelecidos para a via e obedecer às placas de sinalização também são condutas essenciais. Todos os ocupantes do veículo devem usar cinto de segurança. Crianças menores de 7 anos e meio devem estar em equipamento obrigatório compatível (bebê conforto, cadeirinha e/ou assento de elevação).
As ultrapassagens devem ser feitas sempre pela esquerda, somente em locais permitidos e principalmente onde haja todas as condições necessárias para execução da manobra com segurança. Antes de iniciar uma ultrapassagem, certifique-se da distância e da visibilidade do veículo que pretende ultrapassar, dos que vêm em sentido contrário e dos que seguem atrás. Sinalize toda manobra com antecedência e redobre a atenção ao ultrapassar ônibus e caminhões.
É preciso também manter uma distância segura do veículo que vai à frente. Cuidado com os pedestres, principalmente em perímetros urbanos cortados por rodovias: redobre a atenção e reduza a velocidade sempre que verificar a presença de pessoas nos acostamentos e às margens das rodovias.
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É aconselhável ainda levar água, frutas e alimentos não perecíveis para situações inesperadas, como congestionamentos e interdições de pista. Caso ocorra chuva, acione os limpadores de para-brisa, diminua a velocidade e aumente a distância em relação ao veículo da frente. Evite estacionar no acostamento: procure um local seguro, mais afastado da pista.