Confira roteiro para desviar de riscos na estrada para relaxar nas férias
Com base em ocorrências dos últimos 3 anos em julho, mês de férias escolares e viagens, EM mapeia ameaças rumo a destinos tradicionais e sugere como evitá-las
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Siga noCom a chegada das férias de julho, os planos de muitas famílias em Minas Gerais ou de passagem pelo estado já estão traçados. Mas, entre a origem e o destino, os riscos nas estradas são um fator a ser considerado, sobretudo com o aumento do movimento no período. De acordo com levantamento da equipe do Estado de Minas sobre ocorrências da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos últimos recessos nesse mês (de 12 a 31 em 2024; de 14 a 31 em 2023; e de 15 a 31 em 2022), os números de acidentes, mortes e feridos seguem tendência crescente.
Levando-se em conta todas as 16 estradas com estatísticas da PRF para o período, em Minas Gerais ocorreu um aumento de acidentes (19%) e de feridos (32,5%) entre 2022 e 2023, mas o total de mortos em sinistros de trânsito permaneceu em 35. No ano de 2024, contudo, todos os índices pioraram com relação ao ano anterior, com aumento de 28,5% dos óbitos (45 vítimas), 4,5% dos acidentes (504) e 3,9% de feridos (707).
Para tentar ajudar no planejamento seguro das viagens de julho pelas rodovias do estado, o Estado de Minas pesquisou as ocorrências de desastres de trânsito de 2022 a 2024 nos principais destinos dos mineiros – considerando locais além do estado – e preparou um guia a ser publicado a partir de hoje em série de reportagens.
Olho no calendário
De forma geral, o dia da semana de mais ocorrências nesse período foi o domingo, concentrando 23,2% do total, o que pode evidenciar que o retorno para casa é quando mais pessoas se acidentam. Em segundo lugar, as sextas-feiras aparecem com 18% de sinistros, indicativo de que a partida também deve ser motivo de atenção.
No levantamento de pontos críticos, foram consideradas a BR-381 (São Paulo/Minas Gerais/Bahia), a BR-040 (Rio de Janeiro/Minas Gerais/Brasília) e a BR-262 (Triângulo Mineiro/Espírito Santo), com seus trechos mais perigosos, as principais causas de acidentes e cuidados para ter férias mais seguras.
O primeiro eixo rodoviário federal da série é a BR-381, que tem no roteiro de Contagem (Grande BH) a São Paulo, a Rodovia Fernão Dias, o segmento mais violento, com registro no período de 422 acidentes, resultando em 32 mortes e 492 feridos. Os dias com mais sinistros nesse roteiro foram o domingo (21,8%), o sábado (17,5%) e a sexta-feira (16,3%).
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As ocorrências da PRF mostram que os acidentes se dão em áreas de tráfego extremamente intenso, com pistas múltiplas, onde a imprudência e a distração causam desastres graves, mesmo em retas. Os fatores de risco são o alto volume de veículos, mudanças de faixa constantes e o risco de atropelamentos em perímetros urbanos populosos.
A via nesse sentido corta áreas urbanas densas como Contagem (MG), Betim (MG), Extrema (MG), Mairiporã (SP), Guarulhos (SP) e São Paulo. E, nesse percurso, antes mesmo de deixar a Grande BH os acidentes já se multiplicam. Betim é um dos trechos mais perigosos, sendo o que registrou mais acidentes, com um total de 89. Figura também entre os municípios com mais mortos, somando três óbitos. São Gonçalo do Sapucaí (MG) é onde mais pessoas morreram, chegando a cinco vítimas, enquanto Sabará (MG) e Oliveira (MG) tiveram 3 mortos, com 25 e 14 acidentes, respectivamente.
Um dos pontos de mais acidentes em Betim (MG) foi entre o Distrito Industrial Paulo Carneiro e o Betim Industrial (Km 482 ao Km 487), com 37 acidentes, um morto e 42 feridos. Trata-se de trecho urbano de pistas múltiplas, com tráfego intenso e conflitante durante o dia. Os principais fatores de risco vêm de mudanças de faixa imprudentes e do trânsito de motos, gerando colisões laterais e traseiras. O perigo se estende pela noite, com risco de atropelamento fatal de pedestres em locais inapropriados para travessia.
A curta faixa de dois quilômetros entre o Km 501 e Km 502 da BR-381, no Bairro Casa Amarela, é outro trecho concentrador de ocorrências nas últimas férias de julho, com nove acidentes, uma morte e 12 feridos. Um segmento de pista dupla em reta que, apesar da boa visibilidade, registra desastres provocados principalmente por manobras arriscadas. A interferência principal é a mudança de faixa mal executada, risco potencializado por velocidades excessivas. O maior perigo são as colisões traseiras e o choque com objetos na pista, podendo resultar em acidentes fatais.
São Gonçalo do Sapucaí tem o trecho com mais mortos no período, com cinco vítimas entre o Km 790 e o Km 795 – uma faixa de seis quilômetros onde a alta velocidade é um fator crítico. Os principais causadores de sinistros são as mudanças de faixa imprudentes, que ocasionam colisões laterais graves. Os engavetamentos também têm potencial para provocar grandes estragos e múltiplas vítimas.
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As áreas urbanas de Pouso Alegre (MG) e de Extrema (MG) , na divisa com São Paulo, exigem atenção devido ao tráfego local em ritmo mais lento, com veículos buscando acessos pela rodovia, bem como pedestres tentando cruzar a estrada em locais inapropriados.
Já em São Paulo, os municípios de Atibaia e Mairiporã apresentam problemas similares aos mineiros Pouso Alegre e Extrema, na medida que os bairros da zona urbana cresceram e se adensam ao longo da estrada, trazendo tráfego local e pedestres dispostos a se arriscar nas pistas.