SAÚDE

Minas anuncia ações contra doenças respiratórias e amplia UTIs

Com avanço de síndromes respiratórias, estado amplia leitos, antecipa recursos e alerta para baixa cobertura vacinal entre crianças e idosos

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O Governo de Minas anunciou, nesta sexta-feira (9/5), uma série de ações emergenciais para o enfrentamento do aumento de doenças respiratórias no estado, especialmente entre idosos e crianças. Dentre as medidas estão a ampliação de leitos pediátricos e de UTI, a distribuição de vacinas e a destinação de recursos extras a municípios em situação crítica.

De acordo com o Painel de Dados Públicos de Regulação do Acesso, até a última terça-feira (6/5), foram registradas 30.080 internações no SUSFácilMG associadas a quadros de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), sendo 3.059 de bebês de até um ano e 16.852 de pessoas com mais de 60 anos. No mesmo período de 2024, houve 29.611 internações, sendo 3.422 de bebês de até um ano e 16.601 de pessoas com mais de 60 anos.

Em relação aos óbitos, o sistema Sivep-Gripe notificou 438 mortes por SRAG em 2025. No mesmo período do ano passado, foram 893. As regiões Central, Norte e Triângulo concentram os maiores números de solicitações de internação devido a complicações de doenças respiratórias.

A SRAG é resultado de uma infecção viral, como gripe, vírus sincicial respiratório (VSR) ou COVID-19. O problema também pode ser consequência de doenças bacterianas ou fúngicas que afetam a respiração.

Apesar do crescimento das notificações, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou que o cenário não é atípico em relação aos anos anteriores. “Provavelmente estamos chegando ao pico nas próximas semanas, mas não ultrapassamos os números de 2024. A diferença é que, neste ano, a dengue veio mais leve, então o foco está nas doenças respiratórias”, explicou em coletiva de imprensa realizada no Hangar de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

Segundo o secretário, muitas internações e mortes poderiam ser evitadas com maior adesão à vacinação. “Os três vírus que mais causam internações e óbitos neste período são a COVID-19, a Influenza e o VSR, este último ainda sem vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas temos imunizantes contra os dois primeiros, e, ainda assim, muitos idosos e crianças seguem desprotegidos”, alertou.

O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e dos pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas. As tecnologias recomendadas, já aprovadas pelo Ministério da Saúde, são o anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até dois anos com comorbidades, e a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, aplicada em gestantes para proteger os bebês nos primeiros meses de vida.

A baixa cobertura vacinal entre crianças nascidas após a pandemia também preocupa. “As famílias esqueceram o que foi a pandemia. Toda criança acima de seis meses deve ser vacinada. É fundamental manter o cartão vacinal atualizado”, reforçou.

Regiões em emergência

O governo anunciou também a antecipação de R$ 8 milhões em recursos estaduais para municípios que decretaram situação de emergência em saúde pública. Atualmente, 13 municípios mineiros adotaram essa medida devido à alta demanda hospitalar. Na região Central e Metropolitana, estão: Belo Horizonte, Betim, Contagem, Mariana, Ribeirão das Neves, Sete Lagoas, Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Conselheiro Lafaiete. Em outras regiões, os decretos foram feitos em Ipatinga (Vale do Aço), Uberlândia (Triângulo), Unaí (Noroeste) e Diamantina (Jequitinhonha).

Ao total, serão 50 leitos ampliados: o Hospital João Paulo II, referência em pediatria, ganhará, na próxima semana, mais dez leitos de UTI adulto, dez de UTI neonatal, dez de UTI neonatal no Hospital Júlia Kubitschek, dez de UTI adulto no Hospital Eduardo de Menezes e dez de cuidados intermediários na Maternidade Odete Valadares.

A medida deve aliviar a sobrecarga em Belo Horizonte e no entorno, reduzindo a necessidade de transporte aéreo de pacientes para outras regiões. “Dessa maneira, conseguiremos atender Belo Horizonte e a Região Metropolitana, utilizando menos o nosso transporte aéreo. Mas, se necessário, temos aeronaves suficientes para fazer transferências para todo o estado”, afirmou o secretário.

Plano de emergência

O plano emergencial adotado pelo estado se baseia em dois principais indicadores: o aumento de notificações de SRAG e o crescimento dos pedidos de transferência via sistema estadual. O primeiro alerta é feito pelos hospitais, que notificam o sistema sobre o crescimento de casos. O segundo sinal é o número de pacientes que entram no sistema solicitando transferência. A partir disso, o estado passa a tomar medidas, especialmente a abertura de leitos.

Fábio Baccheretti explicou que a decretação de emergência foi feita antes do colapso do sistema, para garantir tempo hábil para contratações e a abertura de novos leitos. “Sem o decreto, uma contratação da Fhemig levaria meses. Com ele, conseguimos fazer isso em três dias”, disse.

Reivindicações dos servidores

Além da ampliação de leitos, a Fhemig está contratando 110 novos profissionais de saúde, entre médicos pediatras, intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas respiratórios e técnicos, para reforçar as equipes dessas unidades hospitalares.

No entanto, no mesmo dia do anúncio, servidores da Fhemig protestaram por valorização profissional. Baccheretti reconheceu a legitimidade da reivindicação, mas afirmou que o Estado enfrenta limitações fiscais. “Tivemos três reajustes nos últimos seis anos e hoje estamos com os salários em dia, sem parcelamento. Mas, com o estouro da Lei de Responsabilidade Fiscal, não há espaço para novos aumentos neste momento”, explicou.

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Ele disse esperar que o programa de ajuste fiscal Pró-País permita, no futuro, melhorias salariais. “O governador deseja valorizar os servidores, mas precisamos primeiro reorganizar as finanças.”

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