Damião se reúne com moradores e traça plano para obra no Belvedere
Durante o evento, prefeito afirmou que a cada árvore retirada, a prefeitura irá replantar outras quatro
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Em um evento com a Associação dos Moradores do Bairro Belvedere (AMBB), na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) garantiu, neste domingo (13/4), que não vai paralisar obras de mobilidade no bairro.
“As pessoas querem a obra, porque elas entendem, assim como a prefeitura, que essas obras estruturantes têm que acontecer em qualquer bairro de Belo Horizonte. E aqui no Belvedere não é diferente. Já tem um gargalo muito grande no Belvedere, tanto para a saída quanto para a entrada do bairro. E o trânsito aqui é meio caótico, então essa obra estruturante se faz necessária”, disse.
Durante o evento, o prefeito também afirmou que, a cada uma árvore retirada durante a obra, a prefeitura irá "replantar quatro no lugar". O alargamento do viaduto sobre a BR-356 foi alvo de críticas de moradores que alegaram que a expansão da pista causaria a supressão da vegetação no local.
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“Se a gente tirar 50 árvores, a gente vai plantar 200. Se a gente tirar 200 árvores, a gente vai plantar 800 árvores aqui mesmo na região. Então, a gente consegue dessa forma tanto fazer a obra no projeto inicial e agradar também aqueles que estavam preocupados, querendo saber se haverá ou não desmatamento nessa região para que a obra seja feita”, explicou Damião.
Ainda de acordo com o prefeito, a obra continua com o projeto inicial. “Nós tentamos, numa outra conversa com moradores aqui da região, criar uma segunda opção (de projeto). Buscamos essa segunda opção, mas ela se tornou inviável porque a empresa que ganhou a licitação não ia querer continuar (com a obra) devido ao corte no orçamento. Então, para fazer um novo projeto, para poder fazer tudo novamente, ia demorar muito tempo. O povo não aguenta. A gente vai voltar ao projeto inicial, fazer a obra e atender todo mundo”.
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Impasse de paralisação
As obras são pedidas pelos moradores da região há anos em razão de intensos engarrafamentos que acontecem nas vias. As pistas envolvem a MG-030, a BR-356 e a MG-010 em um acesso próximo ao BH Shopping, grande concentração de prédios e condomínios, além do principal acesso à área hospitalar do Belvedere e Vila da Serra.
Em Belo Horizonte, porém, as obras tiveram o prosseguimento colocado em xeque depois que a prefeitura retirou a construção da terceira faixa de rolamento no sentido Belvedere-Santa Lúcia do projeto, no dia 4 de abril. A justificativa foi que moradores da região haviam sido contra o corte de árvores.
Na última semana, no entanto, a prefeitura negou modificações. “É importante esclarecer que o contrato está em vigor e a empresa está executando, neste momento, a fase de verificação estrutural. Dessa forma, não há que se falar em paralisação de obras ou realização de nova licitação", afirmou a administração municipal em nota.
Investimento
Ao todo, serão realizadas quatro intervenções no trânsito com um investimento inicial previsto em R$ 200 milhões. A data do início das obras é prevista para os próximos dois meses, mas ainda não há data para a conclusão.
Os planos das obras foram divulgados em uma coletiva de imprensa com o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), falecido em 24 de março em decorrência de complicações de um Linfoma não-Hodgkin, o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez (Cidadania), e o Procurador Geral de Minas Gerais, Jarbas Soares, em março de 2024.
Diariamente, a região recebe o fluxo de 15 mil veículos. Fuad chegou a dizer que as prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima esperavam que, com as obras, o tráfego de carros fosse reduzido em até 20%. “Vamos tirar os veículos que estão indo para o Rio de Janeiro e o Anel. Entendemos e temos estudos que isso pode reduzir o tempo do trajeto pela metade”, afirmou o então prefeito.
Os investimentos serão feitos pelas duas prefeituras, com cada uma gastando cerca de R$ 100 milhões. Também estão previstos recursos a serem repassados por construtoras de imóveis como forma de compensação pelo adensamento urbano na região. Tudo foi aprovado por um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério Público (MPMG), que une representantes das duas prefeituras, do governo de Minas e da Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
“É uma obra pensada para resolver o problema por cinco, dez, quinze anos. Vai depender do que vai acontecer para a gente resolver isso permanentemente. Vamos investir cerca de R$ 100 milhões do orçamento da prefeitura e, em alguns casos, empréstimos. Os recursos já estão todos assegurados”, explicou Fuad à época.
“A obra de Nova Lima é rápida, com projeto pronto, em um ano para fazer. A nossa também são doze meses e o viaduto mais doze meses. Estamos falando em dois anos, dois anos e meio para concluir tudo”, completou o então prefeito da capital. Contudo, um ano depois, as obras não foram concluídas.
As obras hoje
A primeira das intervenções é a construção de um viaduto em formato de ferradura que ligará a MG-030 à BR-356, no sentido Rio de Janeiro. A obra conta com um investimento de R$ 60 milhões da Prefeitura de Nova Lima. Também na cidade da Região Metropolitana, outra obra irá alargar a alça que liga a BR-356 à MG-030, no sentido do Centro da cidade, e adequar a largura do vão do pontilhão da linha férrea.
Já na altura de Belo Horizonte, haverá o alargamento do viaduto sobre a BR-356, além do ajuste das alças de acesso já existentes. A via registra congestionamentos intensos nos horários de pico por causa de um estreitamento na pista. Com isso, a intervenção criará uma terceira faixa no sentido Belvedere-Santa Lúcia.
Segundo a PBH, o contrato com a empresa vencedora do processo licitatório está em vigor e, neste momento, está sendo realizada a fase de verificação estrutural. A previsão é que as obras tenham início ainda no primeiro semestre de 2025, com término ao final de 2026.
A segunda intervenção na capital será a construção de um viaduto de acesso aos carros que querem entrar na BR-356, no sentido Rio de Janeiro, para a MG-010, sentido Nova Lima, sem precisar usar o trevo da avenida Raja Gabaglia. Conforme a PBH, essa obra ainda está em fase de estudos e projetos, sem previsão de conclusão. O investimento total na capital é de cerca de R$ 16 milhões.
