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SAÚDE SEXUAL

PrEP: fila de espera para atendimento diminui mais de 90% em BH

Agora as consultas e prescrições dos antirretrovirais também podem ser feitas em todos os 153 centros básicos de saúde na capital

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A fila de atendimento que antecede o acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) – um combinado de antirretrovirais em um único medicamento, usado com a intenção de evitar infecções pelo vírus HIV – foi reduzida em 94,5% em Belo Horizonte. Antes, o atendimento se concentrava em cinco unidades de atenção especializada pela rede SUS-BH e, agora, o serviço também está disponível em todos os 153 centros básicos de saúde espalhados pela capital.

Desde de 2020, o cadastro de usuários para PrEP aumentou em mais de 550% em Belo Horizonte. Nos últimos ano, as queixas apoiaram-se na demora exaustiva da fila de espera, que durou muito tempo para alguns mineiros, como é o caso de Giulia Ferreira, de 30 anos, que esperou por exato um ano e meio. “Uso há dois anos, mas peguei na época em que a fila estava enorme, um período complicado. Mas o acompanhamento em si é muito simples e rápido”, comentou.

Já o DJ Miller, de 38, resolveu tudo no mesmo dia há cerca de um mês. Ele, que tem dois namorados, conta que realiza exames de sangue periodicamente junto de seus parceiros e, por isso, não houve pressa para tomar a PreEP. “Sempre que pensava em tomar, vinha toda aquela questão do cadastro e entrar naquela fila enorme e sem fim, isso dificultava muito, desanimava qualquer um.” 

Em dezembro do ano anterior, ele comentou sobre a vontade com um amigo infectologista, que logo o alertou sobre a mudança. A facilidade percebida foi, inclusive, compartilhada com o seu público nas redes sociais. 

O Brasil é um dos únicos países da América Latina com distribuição gratuita do medicamento – feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além da PrEP, cujo uso pode ser diário ou sob demanda, também é realizado testagem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e acompanhamento médico. Em setembro de 2024, havia 1800 pessoas na espera. Segundo o município, hoje, apenas 99 seguem aguardando. 

O infectologista Máderson Souza, que também trabalha na atenção secundária da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), confirmou que os antirretrovirais são utilizados por pessoas que não têm o vírus, mas que estão em risco de exposição. “Ele não trata, mas evita que aconteça."

Ele arremata que o prejuízo de uma grande fila de espera é, mesmo que indiretamente, uma maior incidência de novos casos. “Quanto menos pessoas usando PrEP, menos acesso a uma estratégia tão eficaz de prevenção do HIV”, diz e sublinha a importância de abordagens combinadas, como o uso de preservativos e a testagem de ISTs.

Depois do atendimento, os medicamentos são retirados nas Unidades Dispersoras de Medicamentos (UDMs):

UDM Hipercentro: Rua dos Caetés, 466, 3º andar - Centro

UDM CTR DIP Orestes Diniz: Alameda Vereador Álvaro Celso, 241 - Santa Efigênia

UDM URS Centro-Sul: Rua Paraíba, 890 - Funcionários

UDM CTA/SAE Sagrada Família: Rua Joaquim Felício, 141 - Sagrada Família

UDM Hospital Eduardo de Menezes: Rua Doutor Cristiano Rezende, 2.213 - Bonsucesso

UDM UNIFENAS: Rua Líbano, 66 - Itapoã.

Em 2024 foram realizadas aproximadamente 8,8 mil dispensações. 

Assim que o vírus entra no organismo, ele explica, tenta se multiplicar. “É o medicamento que impede essa reprodução”, Máderson completa.

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e também infectologista, Mateus Westin, afirma que a prevenção tem uma “população-chave”, grupos em que há um risco acrescido, como homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e travestis, prostitutas e parcerias sorodiferentes.

Ele conta que a PrEP foi implementada em janeiro de 2018, por meio de um projeto de pesquisa da UFMG com a PBH. Com a recomendação do Ministério da Saúde, foi instituída no serviço especializado e, atualmente, nos centros básicos de saúde.

“Foi recomendado que os municípios realizassem uma descentralização do atendimento, essa construção foi feita em 2024 em BH, ampliando a possibilidade de oferta da PrEP – com fluxo e protocolo que gerava muita fila em unidades de atenção e, hoje, se estende e facilita o processo nos centros básicos”, diz. 

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A PrEP não é uma estratégia de profilaxia de urgência, então, de acordo com a PBH, não há local em que o atendimento seja 24 horas, já a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é ofertada em todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte, todos os dias, durante 24 horas.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Regina Werneck

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