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A M.Rodarte faz parte de um time de marcas longevas, que vêm atravessando o tempo, ganhando fôlego ano a ano, contando uma história por temporada. Uma trajetória bonita, que passa, diariamente, por muito trabalho no chão de fábrica, mas continua sendo direcionado pela paixão.
Apaixonados por moda, cada coleção é um convite para que Marina Rodarte, seu filho Rafael e a estilista Larissa Villanova, cria da empresa, naveguem novos mares para reencontrar a chama que aquece o coração, o entusiasmo necessário para desenhar silhuetas surpreendentes, o propósito necessário para se levar à frente uma empreitada que já dura 42 anos.
Tudo começou com o desejo de uma professora de história – Marina – de se aventurar pela moda, nos anos 1980, quando Belo Horizonte iniciava o movimento que ultrapassaria o limite dos morros mineiros para aportar nas melhores vitrines do país.
E é nesse patamar, conquistado com empenho, que a M.Rodarte e sua irmã mais nova, a Marrô, se encontra hoje. Coleções desejadas, negócio azeitado, planilhas com resultados positivos, o que é comemorativo em uma indústria frágil, pontuada pela sazonalidade e pela atemporalidade, no qual muitas marcas ficaram pelo caminho.
Se Marina Rodarte é a estrela guia do grupo, Rafael é o porto seguro para o qual todas as águas correm. Nasceu praticamente dentro de uma fábrica de roupas e, com a morte do pai, foi assumindo seu lugar na empresa, e dominando todas as suas pontas. Hoje, é múltiplo: diretor-geral, seu olho está no estilo e nos números. No início deste ano, pontuou que uma das prioridades seria o investimento em marketing, área na qual é, inclusive, graduado.
Entre as propostas para levar o projeto adiante, ficou acertado que a M.Rodarte e a Marrô fariam um evento relevante no segundo semestre, com a finalidade de estreitar ainda mais os laços com os clientes, por meio de duas ações: o lançamento de uma revista customizada e um talk com a presença de duas influencers bem posicionadas e alvo de admiração da maioria dos lojistas. Teté Conde e Mônica Salgado foram as escolhidas.
“Há cerca de dois anos, temos feito lançamentos em São Paulo anteriores às datas tradicionais, mas, dessa vez, a expectativa era diferente. A gente queria ver a força do grupo para mobilizar os clientes em torno desse evento. Sempre soubemos que estamos bem situados no mercado da moda festa, mas queríamos testar o nosso tamanho e relevância. E a resposta foi muito boa. Tivemos a presença de lojistas de todo o Brasil”, explica Marina.
Quanto ao conteúdo da revista, que se chama The M.Rô e será publicada semestralmente, a equipe responsável se debruçou sobre o cotidiano da empresa, incluindo sua história, o backstage de preparação das coleções, as sessões de fotos, os desfiles internacionais com seus trends, cores da estação, dicas de restaurantes e destinos turísticos, entrevistas com clientes especiais...e por aí vai.
São 1.500 exemplares, que começaram a ser distribuídos na festa e estão sendo direcionados para lojas parceiras no país. Em plena era online, Marina considera o impresso como investimento profícuo no sentido de colocar o universo das marcas em contato direto com o seu público.
“O que pude conferir foi uma curiosidade e um entusiasmo das pessoas pela revista. A gente não consegue mensurar esse valor em termos financeiros, mas acreditamos que será eficiente na nossa proposta de marketing direto”, pontua Marina.
Redes e Minas Showroom
“Além da Teté e da Mônica, cerca de outras 20 influencers passaram pela festa e isto tem um resultado efetivo na divulgação da M.Rodarte e da Marrô também nas redes sociais. Está sendo uma experiência muito interessante”. A noite contou com outras atrações. Já que o tema do talk era Moda e Arte, os convidados puderam pintar quadros e, ainda, observar de pertinho a elaboração de bordados executados no local por uma profissional da empresa.
Depois de São Paulo, o grupo M.Rodarte participou, ainda, do Minas Showroom, que foi realizado na Mineiraria, onde fechou as vendas para pedidos da estação. “Gosto muito da dinâmica das feiras, elas trazem uma energia muito boa para os negócios, mas o processo da venda é mais acelerado. No outro caso, é muito gostoso atender os clientes em um ambiente confortável, com tempo e interação melhores, como aconteceu em São Paulo”, garante a empresária.
Fôlego
É preciso fôlego para elaborar cerca de 200 cabides a cada estação. Se a marca M.Rodarte concentrou todos os esforços até nove anos atrás, a Marrô chegou e foi necessário especificar melhor a faixa de mercado para a qual as coleções eram dirigidas. Um processo que se afina, cada vez mais, com a definição das suas respectivas personas, fruto de um laboratório minucioso e eficaz realizado com a participação das lojas parceiras.
Na marca mãe, explica Marina, estão as formandas, as madrinhas de casamento, as mães de noivas e noivos, as convidadas para cerimônias em geral. “São vestidos longos, mais trabalhados, com bordados, em tecidos nobres, com custo maior. A M.Rodarte não trabalha com estampas. Já a Marrô atinge um público mais jovem e moderno. Ela é sofisticada, tem shapes mais curtos, permite detalhes sensuais e usa muitas estampas”.
Os conceitos também são singulares. Para o inverno 26, a M.Rodarte flerta com o tema La Seine, a partir do ponto em que este não é apenas um rio, mas uma linha sinuosa que corta Paris e atravessa séculos de história, inspirações e encontros. É um símbolo fluido, eterno, que transforma a cidade, a arte e a moda.
Nesse ponto de vista, o conteúdo é poético: as silhuetas ondulam como as curvas do rio; os bordados evocam o brilho fugaz da luz na superfície da água; as transparências e superposições lembram as névoas das manhãs frias ou a leveza das gaivotas cruzando os céus parisienses. Contrastando, o contexto de paisagem também é enfocado permitindo tecidos estruturados, que se encontram com os ultraleves, cores sóbrias dialogando com as vibrantes, a tradição da couture misturando com o gestual conemporâneo.
Enquanto isto, a Marrô explora um estúdio imaginário, uma fronteira sensorial, o coração do Soho londrino visto sob essa perspectiva, a possibilidade da experimentação. Nesse local, há espaço para novos cortes, novos materiais, desconstruções e reinterpretação das peças. O Soho londrino, para a Marrô, é visto como símbolo de criatividade urbana, vida noturna, cultura jovem, espírito cosmopolita.