Para um colecionador

Projeto da arquiteta Joana Hardy recebeu o prêmio Estado de Minas na categoria Ambiente do Ano

Publicidade
Carregando...

Memórias afetivas, garimpo de móveis, objetos de arte e design autoral compõem um grande mosaico de ideias no projeto criado por Joana Hardy para a CasaCor Minas. O conjunto apresentado no Living do Colecionador conquistou os jurados do Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores 2025, vencendo na categoria Ambiente do Ano.

 Arquiteta e designer Joana Hardy
Arquiteta e designer Joana Hardy Jomar Bragança/divulgação


Para entender melhor a escolha, é preciso entrar na concepção da proposta e das várias facetas que ela envolve em termos de criatividade, técnica e conteúdo intelectual. De olho em um personagem fictício, Joana construiu um espaço com elementos que fazem parte do seu repertório e passam por experiências pessoais e afetivas. Para começar, o tapete gigante colocado em uma das paredes, tem desenho do pai, Álvaro Hardy (Veveco), e faz parte de uma coleção criada por arquitetos para a Marie Camille.


Do lado oposto, a mesa de jantar, as cadeiras e os armários são assinados por Carlos Alexandre Dumont, o Carico. Croquis de Freusa Zechmeister e do avô e arquiteto, Raphael Hardy, marcam presença no ambiente. Não faltam os móveis conceito criados por Porfírio Valladares. Essas pessoas estão no centro referencial de Joana, time no qual se inclui a mãe, Mariza Furtado Machado Coelho.


“Eles influenciaram muito a minha carreira”, assegura. Embora tenha nascido respirando arquitetura, essa não foi a sua primeira escolha profissional. Ela pensava em estudar biologia, mas, em 2005, se rendeu e começou o curso na FEA – Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Fumec, que reunia, no corpo docente da época, nomes expressivos do setor, inclusive o pai, Veveco. “Cresci numa casa que tinha dois arquitetos, cercada por arte, música, design, e convivendo com profissionais desse meio. Isto fez muito parte do meu dia a dia e cunhou uma formação de vida, uma grande curiosidade por tudo, que foi me conduzindo até aqui”, explica.


Joana ressalta também a importância da casa dos avós paternos, que reproduzia o padrão da sua criação em termos de arte e cultura, um lugar festivo, cheio de amigos e muitas histórias. Um estilo mineiro de viver com decoração mineira: móveis de época, referências barrocas, presépio na época do Natal, segundo suas lembranças. “Essas vivências me fizeram compreender que a arquitetura podia ser uma linguagem que abria campo para o diálogo com o mundo, para a conexão com as pessoas, para a diversidade, além de propiciar uma formação ampla e humanista”, reitera. E foi assim, com essa bagagem, que ela empreendeu a própria carreira.


Validação

Esta é a quinta vez que a arquiteta marca presença na CasaCor e, desde o ano passado, participa do evento com a chancela do seu escritório, o Joana Hardy Estúdio. Em 2024, ela também foi distinguida na premiação do Estado de Minas na categoria Melhor Ambiente Comercial com o espaço criado para a Da Vila Cerâmica. Naquele momento, a proposta foi traduzir a essência do universo da cerâmica utilizando texturas, materiais naturais, cor, iluminação, além de mobiliário vintage e contemporâneo.


O projeto atual apresentou uma possibilidade criativa diferente: a liberdade de interpretar uma história com foco em um personagem que aprecia colecionar, tem interesse genuíno pela cultura mineira e brasileira. “Ele vai preenchendo o espaço com os objetos que escolhe, que podem remeter a uma viagem, falar de um momento da vida, registrar um tempo. A minha expectativa era que os visitantes ficassem no ambiente, andassem por ele descobrindo esses objetos, o mobiliário diverso, as obras de arte. Há toda essa mistura no projeto, um alinhamento em torno da sua composição”, pontua.


A questão do tempo é uma característica do trabalho da arquiteta, que aprecia peças vintage, gosta do garimpo, do mix, dos contrapontos. Tudo isto está presente no Living do Colecionador, que pode ser visitado na CasaCor, comprovando, segundo ela, que a arquitetura é um lugar de criação.


Telas de artistas consagrados, como Maria Helena Andrés e Lorenzatto, aquarelas de Jorge dos Anjos, fotografias de Wilson Batista se reúnem aos novos talentos representados pela galeria Mitra. No mobiliário, há criações importantes de Sérgio Rodrigues, Jean Gillon, Tenreiro, Jorge Zalszupin, Martin Eisler, Carlo Hauner, entre outras preciosidades, que fizeram com que ela recebesse o prêmio do Estado de Minas. “Foi um trabalho intenso, um mergulho que exigiu meses de preparação”, explica.


Joana ressalta a importância de ter seu ambiente votado por um júri com nomes relevantes, entre eles os colegas arquitetos Jô Vasconcellos e David Guerra. “É uma validação profissional, porque, além da parte criativa, há o reconhecimento da parte técnica por parte desses profissionais”, garante.


Uma mostra como a CasaCor, segundo ela, traz oportunidades como essa. “É um evento significativo, com dimensão nacional, que tem a chancela de marcas importantes. Ele nos conecta às pessoas, aos fornecedores, aos clientes. Significa também a possibilidade de mostrar o nosso trabalho da forma que a gente acredita, sinalizando nosso posicionamento, expressando nossa identidade”. 

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay