E o troféu vai para...

Prêmio destaca 13 projetos da CasaCor 2025 que melhor conseguiram transformar ideias em espaços impactantes e igualmente acolhedores

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Arquitetos, designers de interiores e paisagistas são sempre realizadores de sonhos. Quando materializam um projeto, tornam realidade o que começou como um desejo. Seguindo o tema da CasaCor Minas 2025, “Semear Sonhos”, o Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores, elegeu, na sua quarta edição, os profissionais que melhor transformaram aspirações em ambientes com beleza e funcionalidade na sede da PUC Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.


Eleito o Ambiente do Ano, o Living do Colecionador, de Joana Hardy, como o próprio nome diz, foi projetado para um grande apreciador de obras de arte. Por isso, os protagonistas do espaço, formado por estar e sala de jantar, são telas, adornos e móveis de talentos brasileiros. Entre eles, seu pai, o também arquiteto Álvaro Hardy (Veveco), representado por peça de tapeçaria que rouba a cena em uma parede.

MELHOR DESIGN DE INTERIOR  Sala de Jantar (Pedro Lázaro)
MELHOR DESIGN DE INTERIOR Sala de Jantar (Pedro Lázaro) Jomar Bragança/Divulgação


“Acho que foi um ano muito especial, houve um pensamento profundo da arquitetura e da regionalidade. E esse foi o ponto de partida para o meu projeto, uma homenagem a Minas Gerais e ao momento da CasaCor”, destaca Joana, em referência aos 30 anos da mostra.


O prêmio de Melhor Design de Interior ficou com a Sala de Jantar, de Pedro Lázaro, que continua a mostrar habilidade impressionante de combinar mobiliário e arte com harmonia e charme. Além de propor poucas interferências, o arquiteto teve o cuidado de selecionar peças que remetem à idade do prédio, de 1941. Detalhe quase imperceptível, o rodapé foi pintado de vermelho em um aceno às origens.

REVELAÇÃO Sala dos Espelhos (Esc. Arquitetura)
REVELAÇÃO Sala dos Espelhos (Esc. Arquitetura) Jomar Bragança/Divulgação


“O meu espaço respeitou completamente a arquitetura do lugar e enfatizou o art déco. Então, acho que fazer um bom desenho de interiores num espaço consolidado é ler esse espaço e enfatizá-lo”, analisa Pedro, que estudou no prédio construído para abrigar o Instituto Metodista Izabela Hendrix.


O Restaurante Minéra venceu como Melhor Ambiente Comercial/Funcional. Assinado pelas estreantes Silvana Mertens e Rafaela Rennó (mãe e filha), da Arca Arquitetos, o espaço reverencia as riquezas de Minas. “O nome do restaurante vem de minerar, do mineiro buscar o melhor”, explica Silvana. Cores e texturas remetem a elementos como pedras e barro. Um painel de madeira com curvas orgânicas e traços geométricos representa a interseção entre a natureza e o homem.


“Conseguimos trazer um ambiente acolhedor, com cara de bistrô, mais aconchegante e sofisticado, mesmo num espaço muito grande e com pé direito muito alto”, comemora Rafaela. A ambientação dos anos 1960 homenageia a capela, de Sylvio de Vasconcellos e Paulo Umberto, que fica no piso de cima.
Na categoria Melhor Paisagismo, quem conquistou a maioria dos votos foi o Jardim das Taquaras. Felipe Fontes trabalhou com bambus, capins, samambaias e folhagens para emoldurar parte do caminho na área externa. O verde em vários tons e texturas contrasta com a fachada cinza do prédio em pó de pedra. Entre as plantas, um banco de metal do designer carioca Zanini de Zanine.


“Acreditando que o percurso é um ponto importantíssimo para o evento, procuramos o tempo todo amarrar esse percurso ao edifício e a toda área externa para valorizá-lo”, pontua Felipe.

MENÇÃO HONROSA Encontro e Alento (Framo Arquitetura)
MENÇÃO HONROSA Encontro e Alento (Framo Arquitetura) Estudio ny18/Divulgação


Revelação

A CasaCor é uma bússola para o mercado, já que, tradicionalmente, funciona como vitrine para novos nomes. Nesta edição, as vencedoras na categoria Revelação, em que concorrem apenas os profissionais que participam da mostra pela primeira vez, foram Mariana Queiroz e Patricia Naves, da Esc.

Arquitetura. A dupla assina a Sala dos Espelhos. “Foi muito simbólico, até comovente, ganhar esse prêmio. Apesar de termos uma longa trajetória de trabalho em áreas afins, abrimos o escritório há dois anos e meio e queríamos nos apresentar”, ressalta Mariana.

MELHOR PROJETO COM CARACTERÍSTICAS CULTURAIS REGIONAIS  Suíte Hotel Ouro do Cerrado (Sérgio Viana)
MELHOR PROJETO COM CARACTERÍSTICAS CULTURAIS REGIONAIS Suíte Hotel Ouro do Cerrado (Sérgio Viana) Jomar Bragança/Divulgação


“A gente, intencionalmente, quis fazer um ambiente que trouxesse um lugar de respiro na mostra”, avisa Patricia. Como fizeram isso? Deixaram claro que o elemento principal é a mesa de jantar e utilizaram os espelhos para criar repetições. Além disso, poucos exemplares de arte popular, escolhidos a dedo, estão estrategicamente posicionados para que sejam contemplados um a um, sem interferências.

MELHOR AMBIENTE SENSORIAL/INSTALAÇÃO Corredor Raffaello Berti (Hardy Design)
MELHOR AMBIENTE SENSORIAL/INSTALAÇÃO Corredor Raffaello Berti (Hardy Design) Jomar Bragança/Divulgação

Corredores premiados

Curiosamente, os dois corredores do prédio saíram vitoriosos. Na categoria Melhor Uso da Arte, nada mais apropriado do que dar o prêmio para a Galeria QuintoAndar. Os arquitetos Sarah Floresta e Paulo Campos, da Balsa Arquitetura, tiveram a grande sacada de transformar uma das passagens em uma exposição de obras itinerantes, que mudam a cada semana, como as esculturas do genial Renato Morcatti.


“É uma forma inusitada de se dar uma base para expor obras de arte. Espera-se que uma galeria seja branca ou mais neutra possível e a gente vem aqui e entrega 18 cores”, comenta Paulo. As paredes vão do creme ao amarelo e passam pelo lilás até chegar ao azul intenso. Sarah completa: “Com essa variação cromática, a gente conseguiu transmitir sensações ao longo desse percurso para que não fique monótono nem repetitivo.”


Já o Corredor Raffaello Berti se destacou como Melhor Ambiente Sensorial/Instalação. Passar por ele é se transportar para os tempos do art déco, estilo arquitetônico da construção, projetada pelo italiano que dá nome ao espaço. Mariana Hardy e Pedro Albergaria, da Hardy Design, recorrem a cores e geometrias para celebrar esse legado. Em destaque, pôsteres com detalhes da fachada.


“Muitas pessoas falaram que o que mais impressionou foi a gente ter conseguido transformar o ambiente de uma forma potente com poucos recursos. Basicamente, a maior parte é pintura. São oito cores distribuídas de forma geométrica”, diz Mariana. “É um ambiente que tem uma experiência realmente imersiva e que traz um conteúdo histórico, de falar do arquiteto, da história do prédio e interpretar isso de um jeito contemporâneo”, acrescenta Pedro.

MENÇÃO HONROSA Quarto de Estar (Dunia Zaidan Arquitetura)
MENÇÃO HONROSA Quarto de Estar (Dunia Zaidan Arquitetura) Jomar Bragança/Divulgação


Temas em evidência

A partir dos temos trabalhados nesta edição, chegou-se a três categorias, entre elas Sustentabilidade e Consciência Ambiental, que premiou o Banho Violeta, de Luísa Mano. O nome do ambiente evidencia a caixa de vidro roxa que reveste os espaços que exigem mais privacidade. A banheira e a poltrona são verdadeiros convites para momentos de relaxamento. A decisão de levar para o espaço móveis da família, como um espelho e o armário, é um dos pontos que torna o projeto sustentável.


“A pedra sabão está toda paginada para virar pé de mesa e as partes curvas, inclusive, vão virar bandejas”, acrescenta Luísa. Além disso, o porcelanato das paredes irá direto para outra obra.
Na categoria Melhor Conexão com a História, que se relaciona tanto com o prédio quanto com a mostra, venceu a Galeria 30 anos, de Alexandre Rousset. O espaço revive as 30 edições da CasaCor Minas, apresentando em uma estrutura de vergalhões, emoldurados por cortinas, ilustrações dos edifícios que já sediaram a mostra. Os desenhos são do projeto Fachada Frontal.


“A ideia era que o espaço tivesse uma fluidez, que o visitante reconhecesse que a gente está num momento emblemático, comemorativo, de celebração, mas que a história continua”, destaca Alexandre.
A Suíte Hotel Ouro do Cerrado, de Sérgio Viana, ficou com o prêmio de Melhor Projeto com Características Culturais Regionais. A proposta é levar o hóspede para uma imersão na história e na cultura de Minas. Tons do marrom ao dourado se relacionam com o ciclo do ouro, fotografias e estampas mostram a paisagem do cerrado e as pedras, em especial a sabão, que dá forma para a banheira, entregam a força mineral do estado.


“Esse projeto nasceu do desejo de traduzir num espaço de acolhimento a riqueza cultural e natural de Minas Gerais. Cada detalhe foi pensado para valorizar a nossa história.”

Menção Honrosa

Três ambientes bem votados pelos jurados, mas que ficaram abaixo dos vencedores, foram premiados com o troféu de Menção Honrosa.


Um deles é o Quarto de Estar, de Dunia Zaidan, que dribla os padrões e provoca os sentidos. No centro, uma estrutura na cor vermelha se desdobra em cama e escrivaninha. A estante de livro se forma a partir de blocos pendurados na parede. O armário é fechado por cortina em vez de portas. Entre as obras de arte, a pintura impactante do mineiro Marco Paulo Rolla. “A minha proposta de apropriação do espaço é um pouco fora do convencional. Tem novidade, conceito e risco”, resume a arquiteta.


Na mesma categoria, destaque para a Sala Brasileira, de Ana Bahia, que transita entre o acolhimento e a surpresa. Por um lado, evidencia o taco original da sala (estar e jantar) e peças vintage garimpadas. Ao mesmo tempo, apresenta o inusitado das cores, como o mostarda do sofá de veludo, da meia parede de revestimento de cerâmica vinho, normalmente usado em outro contexto, e do móvel planejado que praticamente “abraça” todo o ambiente.


“É uma sala brasileira de verdade. As pessoas se sentem acolhidas e sentem a passagem do tempo, mas de uma forma moderna”, observa Ana.


Outro espaço que levou o troféu de Menção Honrosa foi o Encontro e Alento, de Francisco Morais, da Framo Arquitetura. Terra, fogo, ar e água marcam presença no ambiente, representados por materiais como pedra, madeira, couro, linho e metal. Não passa despercebida a mesa de vidro cheia de bolhas, resultado de uma técnica importada da Itália. “Quis trazer a natureza de uma forma não óbvia e ela se revelou através das superfícies. Acho que essa mistura criou um contraste que atraiu vários olhares”, aponta.


A 30ª edição da CasaCor vai até 5 de outubro, então ainda dá tempo de ver (ou rever) os ambientes premiados. 

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